Voltaram ao Monte de Aslam em silêncio, e depois da discussão de Pedro com Caspian na frente de todos, Lúcia curar Trumpkin e o ombro de Ariel e toda a agitação ir diminuindo, o clima ficou ainda mais pesado.
Sabiam que os telmarinos logo chegariam ali, então precisavam se preparar.
Ariel estava sentada no lado de fora da caverna, encostada sobre a pedra, sozinha e em silêncio. Odiava tudo o que estava acontecendo. E odiava ainda mais saber que não poderia fazer nada.
Viu Edmundo se aproximar e se sentar ao seu lado, mas não disse nada. Não sabia ao certo o que dizer, mas sabia que não precisava. Ele colocou sua mão sobre a dela e apertou de leve. Ariel não disse nada; fechou os olhos com força. Ainda podia ver os corpos de todos na noite passada por baixo de suas pálpebras; ainda podia ouvir os gritos, ainda podia sentir algo pesar em seu peito.
-Não acho que estejamos ajudando em nada aqui, Ed.- ela disse baixinho, e Edmundo concordou com a cabeça, em silêncio. -Mas ainda assim, precisamos lutar. Ficar parados não vai ajudar em nada.
Ela olhou pra ele, e Edmundo já a olhava. Ela se levantou e ele fez o mesmo.
-Precisamos achar o Caspian.- ela diz. -Precisamos de um plano contra Miraz.
-Pedro já deve estar fazendo isso, Ariel.- diz o menino.
-O último plano de Pedro falhou, Edmundo.- ela diz caminhando para dentro do Monte, com Edmundo logo atrás dela. -E o preço que pagamos foi muito alto.
Mas ao encontrarem Caspian, logo na sala da Mesa de Pedra, viram que ele estava mais desesperado do que todos os outros; o coração de Ariel dispara, medo e raiva a dominando por completo.
Ali, sobre uma parede de gelo, estava presa a Feiticeira Branca. Ariel pode ver um lobisomem e uma feiticeira muito feia ali, e Caspian dentro de um círculo. O lobisomem segura Caspian, e a Feiticeira diz:
-Uma gota de sangue de um Filho de Adão, e eu estarei livre. Então eu serei sua, meu Rei.
A criatura estranha que parecia uma feiticeira se aproxima de Caspian e corta a mão que o lobisomem segurava. Ariel e Edmundo estavam petrificados; não conseguiam se mover diante do que seus olhos viam.
A Feiticeira atravessa sua mão pelo gelo, olhando para Caspian, esperando que ele se aproximasse e tocasse sua mão na dela. Caspian parecia encantado. O lobisomem se afasta, e Caspian mantinha seus olhos fixos no da Feiticeira.
-Pere!- ouviu uma voz estridente gritar logo atrás deles, fazendo com que Ariel e Edmundo despertassem do transe e puxassem suas espadas. Era Pedro, que corria até eles. Correram até lá, lutando contra as criaturas que tentavam impedi-los de chegar a Caspian.
Trumpkin lutava com Nikabrik, Edmundo estava ocupado demais lutando contra o lobisomem, e Pedro lutava contra a bruxa. Isso deixava Ariel com livre acesso até Caspian, e foi isso que ela fez.
Pulou sobre a Mese de Pedra e estava quase conseguindo alcançar Caspian quando alguém a empurrou para o lado, fazendo ela cair no chão, batendo a cabeça com força contra a pedra. Ela geme de dor, sua visão fica meio embaçada. Ela pode ver o lobisomem sobre ela, tentando rasgar seu pescoço.
Ariel coloca seu braço na frente bem na hora que ele estava prestes a dar uma pela mordida e acabar com sua vida. Os dentes dele penetraram sua carne, fazendo ela gritar muito alto de dor. Com a outra mão e todas as suas forças, puxa o punhal que havia ganhado do Papai Noel e apunhala o lobisomem, que gani de dor e cai pro lado.
Ela se arrasta pra trás, o braço sangrando numa mordida profunda e dolorida. Não sentia sua mão e seu braço estava mole. Por pouco não havia perdido o braço. Por pouco.
Ela pode ver Edmundo acabar com o Lobisomem, e viu Pedro tirar Caspian do círculo da Feiticeira.
-Afaste-se dele!- disse Pedro com a espada levantada.
-Pedro, querido.- diz a Feiticeira com uma voz doce. -Eu senti sua falta. Venha. Só uma gota. - Pedro parecia estar em um transe. -Você sabe que não pode fazer isso sozinho. - Ariel viu Pedro abaixar sua espada, seus olhos fixos na Feiticeira. Ela gritou com ele, mas ele não se mexeu para sair do círculo.
Então, a ponta de uma espada atravessa o gelo e ele começa a se partir. A Feiticeira parecia ter sentido algo, e a medida que o gelo ia rachando, ela ficava ainda mais desesperada. Um grito ecoou pela sala quando o gelo explodiu em milhões de pedacinhos.
Onde quer que ela esteja, pensou Ariel, espero que esteja sofrendo.
Quando o gelo se partiu, viram Edmundo atrás, a espada em mãos. Ariel deu um sorriso. Edmundo olhou para Pedro.
-Eu sei. Você tinha resolvido.- diz Edmundo com deboche saindo dali e indo até Ariel, que ainda estava sentada no chão.
Além de ter o braço latejando de dor e encharcado de sangue, havia torcido o tornozelo. Não conseguia se mover. Já havia perdido tanto sangue naqueles segundos, que estava zonza, quase desmaiando. Edmundo se abaixou ao lado dela e fez uma careta vendo o braço cheio de sangue de Ariel.
-Lu, acho que Ariel precisa da sua ajuda.- diz ele e Lúcia se aproxima. Ao ver o braço da menina, Lúcia arregala os olhos e corre para sentar ao lado de Ariel.
-Você acha?- duz Lúcia pingando algumas gotas no machucado e fazendo Ariel beber uma.
-Eu estou bem agora!- diz Ariel afastando o frasquinho de Lúcia de seu rosto.
-Claro, claro, não é como se quase tivesse morrido.- diz Lúcia revirando os olhos.
-Bem, eu posso ter quase perdido o braço, mas, olhe, novinho em folha.- diz Ariel mostrando o braço já curado. -Obrigad, Lu.
Lúcia sorriu e se afastou dos dois. Edmundo olhava seriamente pra Ariel.
-Bem...- diz ele. -Eu preciso falar com você, Ari. Não é o momento certo, mas você quase morreu agora. E eu realmente preciso falar com você.
-Tudo bem. Vamos lá pra fora.
Tenho uma novidade pra vocês
Vai ter terceira temporada de A Princesa Perdida
Tuts tuts tuts
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
FanfikceDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...