Depois do banho no riacho, se secaram e foram fazer algo. Pedro, Susana e Edmundo ficaram jogando, enquanto Lúcia ficou sentada, quieta.
-Não é bom respirar ar puro?-disse Susana com um sorriso.
-Como se não tivesse ar lá dentro também.- resmungou Edmundo.
Ariel estava sentada sob uma árvore lendo um livro quando escutou barulho de vidro quebrando. Se virou e vindo Pedro e Susana olharem assustados para Edmundo, que tinha a boca aberta em O.
-Vamos achar a bola! E rápido.- disse Ariel. -Podemos fingir que foi um passaro ou sei la! Mas se Dona Marta chegar antes, estamos ferrados!
Correram então os cinco escada a cima. Mas quando estavam perto dos quartos, ouviram barulhos de passos se aproximando.
-Tarde demais! Temos que nos esconder. Vamos!- disse Ariel.
Mas parecia que para onde iam, Dona Marta estava próxima. Não se sabe ao certo se foi tudo coisa de suas mentes desesperadas ou se foi de fato Nárnia os levando até o guarda roupa, mas eis o que aconteceu: foram parar na sala vazia.
-Tudo bem, ela não vai entrar aqui.- disse Pedro, e se virando para Ariel, completou: -Ne?
Ariel abre a boca para responder, mas não teve tempo de dizer nada. A maçaneta gira.
-Vamos!- disse Edmundo abrindo as portas do guarda roupa.
-Só pode estar de brincadeira.- disse Susana.
-Vamos logo!- disse Ariel entrando no guarda-roupa.
Pedro foi o último a entrar e deixou a porta encostada. Toda pessoa inteligente sabia que era burrice se trancar dentro de um guarda-roupa.
-Ai! Pare de pisar em mim, Edmundo!- disse Ariel.
-Está pisando no meu pé!- reclamou Susana.
-Pare de me empurrar!- disse Edmundo.
-Sai de cima de mim!- reclamou Pedro.
-Mas que drogAAAAAA.- disse Ariel antes de cair sentada junto a Pedro e Susana. Estavam em Nárnia.
Ela se levantou rapidamente, tirando a neve de seu vestido.
Pedro e Susana olham tudo, abobalhados. Ariel deu um sorriso e olhou pra Lúcia, que segurava uma risadinha.
-Meu Deus! Que lugar é esse?- disse Pedro.
-Nárnia, Pedro. Estamos em Nárnia.- disse Ariel sorrindo. Pedro e Susana ficam vermelhos.
-Desculpem, meninas. Não acreditamos em vocês.- disse Pedro.
-Acho que podemos resolver isso.- disse Lúcia antes de jogar uma bola de neve no rosto do irmão.
Então, começaram uma guerra de bola de neve, os quatro: Ariel, Lúcia, Susana e Pedro. Edmundo estava muito quieto, divagando em pensamentos sobre o como iria encontrar a casa da Feiticeira Branca para comer mais manjar, quando uma bola de neve lhe acertou o rosto.
-Ei!- reclamou ele. Pedro o olha, lembrando então de Edmundo e suas mentiras. Ele fica vermelho.
-Seu pequeno mentiroso!- disse Pedro irritado. -Peça desculpas a Lúcia e a Ariel!
-Tudo bem, Pedro. - disse Ariel.
-Algumas crianças não sabem a hora de parar de imaginar.- disse Lúcia com um sorriso no rosto. Edmundo fechou ainda mais a cara.
-Acho que deveriamos voltar. - disse Susana passando as mãos pelos braços, tentando se aquecer.
-Acho que deveriamos deixar Lúcia e Ariel decidirem.- disse Pedro.
-Lu quem deveria decidir. O que quer fazer, Lu?- pergunta Ariel.
-Que tal irmos a casa do Sr Tumnus? É bem quentinha e confortável! Vão adorar conhece-lo.- disse Lu sorrindo.
-Claro, o que quiser.- disse Pedro.
-Mas, Pedro, não temos casacos.- disse Susana.
Pedro se aproximou do local por onde haviam entrado, tirando de lá cinco casacos e os distribuindo a todos.
-Tecnicamente, não vamos estar tirando eles de dentro do guarda roupa.- disse Pedro e Ariel ri. Ele entrega o de Edmundo, e o garoto fecha a cara.
-Mas é um casaco de mulher!- reclamou.
-Eu sei.- disse Pedro largando o casaco na mão do menino e andando para longe dele.
-Venham! Vou mostrar o caminho.- disse Lúcia começando a andar, com a mão dada a Pedro.
Susana começou a andar logo atras deles, se encolhendo no casaco para se esquentar. Ariel fica ao lado de Edmundo. Ele estava com um olhar estranho.
-Edmundo.- ela chama e ele a olha. -Você se encontrou com ela não se encontrou? Fale a verdade.- ela diz e ele a olha confuso. -A feiticeira!
-O que? Não!- ele negou, mas Ariel sabia que estava mentindo. Ela respira fundo.
-Me diga que não comeu nada que ela te deu? Não acredite nela! Ela é cruel! Por favor, não faça besteiras, ok? Só te peço isso. Não vá atrás dela, se é nisso que anda tanto pensando. Ela é má, e vai te matar quando tiver a chance. Não faça idiotices! Lembre-se das pessoas que realmente querem seu bem.
Disse se afastando do menino. Teria que ficar de olhos nele. Edmundo não estava seguro sozinho, ele era um problema a si mesmo.
Andaram mais um pouco e logo chegaram perto da caverna de Sr Tumnus. Ao ver a porta quebrada, Ariel arregala os olhos e sua boca se abre em um O. Lúcia e ela começaram a correr, deixando os demais confusos.
-Lúcia! Ariel! - gritou Susana.
-Não, não, não. - disse Ariel num sussurro ao entrar ali.
A casa estava escura e a maior parte das coisas estava espalhada pelo chão ou quebrada. A foto do pai de Sr Tumnus estava no chão, o retrato partido. Ariel o pegou, lagrimas em seus olhos, e tirou os cacos de vidro. Pegou a foto e a guardou em seu bolso.
-Que lugar acolhedor.- murmurou Edmundo. Ariel fecha os olhos, com força.
-Ela esteve aqui.- disse Ariel e Lúcia a olhou tristemente.
-Ela quem?- pergunta Pedro confuso.
-A Feiticeira Branca.- murmurou.
-O que é isso?-disse Pedro pegado um papel pregado ao tapete. -Vamos pra fora, não consigo ler.
E sairam os cinco
O antigo inquilino deste prédio, o fauno Tumnus, está preso, aguardando julgamento, acusado de crime de alta traição contra Sua Majestade Imperial Jadis, Rainha de Nárnia, Castelã de Cair Paravel, Imperatriz das Ilhas Solitárias, etc. É acusado outrossim de auxílio aos inimigos da supracitada Majestade, abrigando espiões e confraternizando-se com humanos.
MAUGRIM, Comandante-chefe da Polícia Secreta.
VIVA A RAINHA!Ao Pedro terminar de ler, os Pevensie se entre olharam. Ariel estava atordoada; sentia seu estomago se revirar, estava prestes a vomitar ou desmaiar. Então, diante do silêncio, Susana disse:
-Isso não me agrada nem um pouco.
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
Fiksi PenggemarDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...