Quando chegaram em terra firme, nas Ilhas Solitárias, tomaram muito cuidado; afinal, estava tudo em silêncio e vazio, e como não tinha a bandeira de Nárnia, tudo parecia muito estranho.
-Onde estão todos?- diz Lúcia.
Ariel vê Ashley quase caindo do bote ao tentar sair e revira os olhos. Porque a menina havia ido mesmo? Seria muito melhor se tivesse continuado no Peregrino da Alvorada, como Ariel havia dito. Mas não; Ashley queria se aparecer, e isso enfurecia Ariel. Kyle ajuda a irmã a sair do bote, e ele revira os olhos quando ela diz que conseguia fazer tudo isso sozinha.
-Venha pernas de geleia.- diz Ripchip estendendo sua para para Eustáquio, que mal conseguia sair do bote.
-Eu posso fazer isso sozinho.- diz ele e escorrega, caindo no chão. Ripchip revira os olhos.
-Tem certeza que ele é parente de sangue?- diz Caspian e continuaram a caminhas em direção a cidade.
Um forte barulho de relógio batendo fez todos ficarem alerta.
-Ripchip.- diz Caspian. -Fique aqui com os homens de Drinian e proteja o local. Nós vamos entrar. Se não voltarmos até o amanhecer, mande reforços.
-Sim, majestade.-disse Ripchip.
-Ashley, fique aqui com Ripchip.-diz Ariel para prima. -Pode ser perigoso.
-Eu não vou ficar aqui!- diz a garota. -Se você for ir, eu vou ir junto!
-Faça o que quiser, mas não conte comigo para protege-la! Estou avisando que vai ser perigoso.-diz Ariel se virando e seguindo Caspian, com sua espada em mãos. Até Kyle tinha ganhado sua própria espada e aprendido um pouco sobre como lutar, mas Ashley não fazia mal nem a uma mosca! Assim como Eustáquio, que seguia os primos para dentro da cidade.
Entraram todos em silêncio na cidade, e parecia abandonada. Estava muito deserta e muito mau cuidada. Ariel estranhou e tinha um péssimo pressentimento sobre aquele lugar, mas continuou seguindo todos, observando tudo com cautela.
Ao parerem diante de uma grande porta, decidiram entrar para ver o que tinha lá dentro. Buscavam qualquer tipo de pista que fosse do que havia acontecido com o lugar ou sobre os Lordes De Telmar que Caspian procurava.
-É, não tem ninguém, acho que deveriamos voltar. - diz Eustáquio que estava um pouco atrás deles, e todos se viram para o garoto.
-Concordo com o menininho!- diz Ashley, tremendo. -Bem sensato.
-Quer ficar aqui e vigiar ou sei la?- diz Edmundo e Eustáquio corre até eles.
-Ah, sim. Boa ideia, primo. Muito... Lógico.-diz ele enquanto se aproximava.
-Acho que eu deveria ficar também. Só pra garantir.- diz Ashley, e Ariel sabia que ela estava com medo. Mas não julgava a prima; era um lugar diferente pra garota. Mas Ariel queria que a prima tivesse a escutado.
-Aqui.- diz Caspian entregando sua adaga para Eustáquio. Ele olha pra Ashley. -Eu não tenho outra.
-Pegue a minha. - diz Ariel entregando sua adaga que havia ganhado do papai noel para a prima, que olha encantada para a faca.
-Tem certeza? Parece bem... Importante. - diz Ashley admirando o punhal.
-E é, então cuide bem dela, ok? - diz Ariel com um sorriso, e Ashley sorriu fraco, o que fez Ariel se sentir feliz. Fazia tempo que a prima não era gentil com ela, e aquilo, por alguns minutos, fez Ariel se esquecer de todas as crueldades que Ashley ja havia feito com ela.
Eles se viram apra entrar, e Eustáquio diz:
-Não se preocupem, deixem comigo.
-Ele está morrendo de medo, não é?- sussurra Ariel para Lúcia que ri e concorda.
-Quando quiserem ir embora, é só me avisar.- diz Eustáquio.
Entraram no grande Salão, e ele parecia estar abandonado. Tinha varias estátuas altas de reis, e havia algo que pareciam com sinos gigantes pendurafos no teto. No centro, viram vários cadernos, parecidos com cadernos de anotações. Ao chegarem mais perto, viram que era uma lista de nomes, alguns riscados em vermelho.
-Quem são todas essas pessoas?- diz Lúcia.
-Por que os nomes foram riscados?- diz Edmundo.
-Não me parece ser por um bom motivo.- diz Kyle.
-Parece algum tipo de taxa.- diz Ariel.
-Mercadores de escravos.-diz Caspian.
Não tiveram tempo para dizer nada; homens gritando cercaram eles, descendo por cordas vinda dos sinos. Ariel pega sua espada, e todos eles ficam em suas posições de ataque, prontos para duelar. E foi o que aconteceu.
Por um tempo, Ariel não se preocupou com mais ninguém, mas sim com sua espada sobre a espada das pessoas que a atacavam. Conseguiu derrubar três homens, e lutava com o quarto quando um grito rasgou o ar, sendo seguido por um outro. Todos pararam de duelar, e olharam pra porta.
Um homem entrou segurando Eustáquio, com a adaga de Caspian sendo colocada sob o pescoço do menino. Outros dois homens seguravam Ashley, que estava furiosa.
-Essa garota enfiou uma adaga no meu braço!- disse um dos homens, e Ariel pode ver sua adaga realmente enfiada no braço direito do homem. Ariel sorriu, mesmo estando em uma péssima posição. Afinal, sua prima havia conseguido se defender, mesmo que Eustáquio tivesse estragado tudo no final ao ser rendido.
-A menos que queiram ouvir esse aqui gritar como uma garota novamente, sugiro que largem suas armas.-diz o homem que segurava Eustáquio.
-Como uma garota?- reclama o menino.
-Agora!- diz o homem.
Com raiva, Ariel deixa sua espada cair no chão, assim como os outros.
-Eustáquio.- rosna Edmundo, visivelmente puto.
-Algeme-os.- diz o homem, e outros dois foram até Ariel, a prendendo.
-Tirem suas mãos nojentas de mim!- gritou ela com raiva.
-Vamos levar as três garotas e esse menininho pro mercado.-diz o homem. -Coloquem os outros nas masmorras.
-Me solte!- gritou Ariel.
-Me escute seu idiota insolente, eu sou o seu Rei!- gritou Caspian.
Um dos homens soca Edmundo, e ele fica furioso.
-Você ai pagar por isso!- diz ele.
-Na verdade, outra pessoa pagará.- diz outro homem aparecendo ali. -Por todos vocês.
Eles começam a ser arrastados para fora dali.
-Edmundo!- gritou Lúcia.
-Lúcia! Ariel!- gritou ele.
-Kyle!- gritaram Ariel e Ashley.
-Edmundo!- diz Ariel, se debatendo. -Caspian!
E assim, eles foram levados para fora. Para serem vendidos, como escravos. Não tinham mais saida. Estava tudo perdido.
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A Princesa Perdida • As Crônicas De Nárnia
Fiksi PenggemarDurante a Segunda Guerra Mundial, Ariel vai para a casa de seu padrinho, Digory Kirke, por seus pais acharem ser um lugar mais seguro. Ariel tinha memórias daquela casa e de todas as aventuras que havia vivido lá quando era menor. Até uma que ela h...