6| O passado retorna

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 Alguém querendo começar a desvendar um pouquinho da Fer? Esse é o capítulo que inicia tudo isso...

E quem sabe logo nos introduziremos ao passado de Al também =D

Boa leitura!


Capítulo 6 

— Há muitos pontos, mas o principal é a Mesquita, Srta. Fernanda. — E conforme andávamos nós íamos conhecendo dentro daquela mesquita imensa e ostentadora! Meu Deus!

Eu estava com minha câmera profissional, pois havia uma coisa que eu gostava de fazer: Tirar fotos. E não foram poucas as que eu consegui tirar não! Consegui fazer Alfred passar por bastante fotos cômicas, pois vivia pegando ele de surpresa! Era hilário!

Ele no começo pareceu não estar se divertindo, fazendo o passeio turístico comigo como se fosse um martírio pessoal que ele devesse levar até o fim, mas no fim, para meu agrado, até que uns mini sorrisos eu estava conseguindo tirar dos lábios dele fazendo-o vire e mexa sorrir nas fotos que eu consegui começar a fazer, ou seja, a tirar de nós dois juntos.

Estava quente, o sol batendo no meu rosto e deixando meu cabelo mais loiro ainda, mas Alfred também estava muito belo nas fotos parecendo uma estátua africana e bela de homem forte ao meu lado. Quando eu pedia para tirar uma foto minha, ele até que fazia, e, aos poucos, sorrisos foram se tornando mais fáceis nos lábios de Alfred, o que me fez sorrir mais também.

Paramos na praia para descansar um pouco e sentamos na areia daquele belíssimo pôr do sol que despontava no horizonte. Um ambiente de paz parecia aos poucos se aproximar de nós. Havia alguns pais com crianças brincando na praia, alguns adultos andavam de mãos dadas, as mulheres de véu e os homens com o que parecia uma túnica branca. Era um ambiente tão calmo e nostálgico que uma lágrima quis sair dos meus olhos e eu precisei limpar fingindo que era um cisco que havia nos meus olhos.

Mantive a paz e o silêncio que havia entre mim e Alfred naquele fim de tarde. Parecia ser a coisa mais certa a fazer. Apreciar o espetáculo que despontava a nossa frente à medida que o sol ia aos pouco se apagando.

— Essa paz é muito boa. Infelizmente, não tenho chances de ser um homem de sorte e possuir uma família. Mas acho muito bonito ver famílias a caminhar assim na praia. Imagino que Agnes e Seth serão assim. — Disse Alfred quase num estado de voz que parecia de confissão. Ouvi em silêncio as suas palavras enquanto me deixava refletir sobre elas.

A curiosidade parecia crescer em mim à medida que eu refletia. Por que ele seria um homem infeliz? Ele não poderia ter paz? Não poderia constituir uma família? Por que será disso? Fiquei refletindo sobre essa possibilidade até o momento que o medo estampou-se novamente no meu rosto e eu fiquei a pensar se talvez eu não estivesse com o meu grau de detecção de homens meio furado e Al fosse, na verdade, gay. E então toda essa frase dele seria super justificável. Engoli em seco.

Perguntava ou deixava quieto? Não sabia o que fazer. A dúvida me percorria. Meu Deus! Eu poderia ter errado tão feio ao ponto de estar flertando com um homossexual? Não, não era possível.

— Você é homossexual, Alfred? — Sussurrei para que ninguém dali ouvisse e fiz Alfred engasgar com a própria saliva enquanto gargalhava ao meu lado sem acreditar que eu tivesse tido a coragem de fazer uma pergunta dessas. Novamente, ele devia estar junto de Seth vivendo muito tempo com Agnes. Por que dependendo de mim, eu não tinha vergonha para perguntas, oras essas.

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