30| Algum tempo

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Esse é o último capítulo, gente...

(Detalhe na foto mais fofa do mundo <3)

Já que posto o epílogo =)


Capítulo 30

ALGUM TEMPO DEPOIS...

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!

Caralho, por que ninguém diz para a gente que dói quando a gente está para ter um filho? Ou porque diabos um líquido estranho sai da gente? Ou porque nenhum desalmado aparece numa hora dessas?

— ALGUÉM PODE ME AJUDAR? — Grito puta da vida, porque Al desapareceu correndo e estou achando que ele deve ter desmaiado por aí em vez de ter ido buscar ajuda como ele disse que faria.

— Fer! Já deu a hora? — Perguntou Ag. vindo na minha direção. Revirei os olhos. Ou ela estava se fazendo de tonta, ou já era. De qualquer forma, meus hormônios estavam no limite para aguentar qualquer espécie de tontice.

— Não, não deu não, Ag. Estou gritando por que EU GOSTO! — Disse e continuei: ― ESTOU GRITANDO PORQUE TÁ SUPER DIVERTIDA ESSAS CONTRAÇÕES DO CAPETA! ― Meus gritos fizeram Ag e Al se entreolharem como se estivessem se comunicando por pensamento. Senti mais uma chutada, pontada, ou fosse o que fosse do bebê, porque a única coisa que eu conseguia pensar era que ele estava tentando me matar, não era possível.

— Respira, Fer. A gente vai te levar para o hospital agora. — Disse minha amiga.

— Eu estou fazendo o que até agora Ag!? FOTOSSÍNTESE? — Continuei gritando, o que a fez sorrir amarelo tentando me acalmar.

— Respiração cachorrinho. Assim, oh — E para minha surpresa Ag começou a tentar fazer uma espécie de respiração que deveria ser a tal respiração cachorrinho, mas que só fez com que uma vontade de rir e a matá-la se dividissem e tentassem ver quem ganhava no meu corpo. Estava realmente muito difícil saber quem ganharia a luta. Minhas mãos estavam coçando para sacudir minha amiga.

Al me pegou no colo enquanto seguíamos para o carro. Ag continuou atrás com aquela respiração estranha dela e eu juro que poderia matá-la, só não o fiz porque assim que entramos no carro, Al começou a dirigir rapidamente para o hospital mais perto e eu e meu bebê começamos a ficar com medo de morrer a 150 km/h.

— ISSO DÓI PARA CACETE! — Gritei, o que fez Ag sair do sério, o que era típico, já que ela tinha o pavio bem curto também e gritar junto também:

— MAS VOCÊ NÃO PRECISA GRITAR COMIGO, FER!

— UMA GRÁVIDA TEM O DIREITO DE GRITAR COM QUEM ELA QUISER, SABIA? — Eu não tinha certeza do que eu estava falando, mas que estava doendo demais e que só gritar estava conseguindo aplacar minha raiva, isso sim era verdade. E eu ia continuar gritando!

— LUENA, KEZA, AL? VAI DEIXÁ-LOS SOZINHOS? ― Gritei para meu marido tentando lembrá-lo da voz da razão de que dizia que nossos filhos tinham ficado. Os outros. Porque o que estava na minha barriga me lembrava a todo o momento da sua existência.

— Eles vão vir com sua mãe. — E para minha surpresa Al continuava polido falando em tom baixo, como se meu nervosismo não o afetasse. Só dava para perceber que afetava se eu olhava para as mãos dele tremendo demais sob o volante. Fora isso, ele parecia a calmaria em pessoa.

Não sei quanto tempo demorou até que chegássemos no hospital, nem quanto tempo para que o bebê decidisse que eu já estava suando e morrendo o suficiente e que o showzinho dele já estava na hora de parar. Felizmente, depois de todo o esforço, toda a dor, o alívio tomou conta do meu corpo e as lágrimas também se ajuntaram no canto dos meus olhos ao ouvir o choro lindo e gracioso de um bebê.

Sorri aliviada e segurei a minha filha. Tínhamos decidido saber o sexo do bebê como nos tempos antigos, somente quando ele estivesse nos nossos braços e ver a minha linda bebê nos meus braços fez com que toda a dor, espera, tudo mesmo valesse a pena.

— Uma menina... — Disse mais para mim mesma. Não pude deixar de pensar em quando a minha mãe provavelmente me dera a luz. Respirei fundo e gravei o máximo daquele momento na minha mente. Ficaria para sempre eternizado na minha memória.

***

Já no quarto do hospital, recebi a presença de Luena, Keza, Al, minha mãe e Ag tudo ao mesmo tempo, todos ansiosos para ver o novo membro da família. A enfermeira me entregou a nova pequena integrante e eu sorri enquanto fingia cerimônia só para fazê-los esperar um pouquinho mais antes de mostrar o mais novo membro da família.

— É uma menina. — Disse, o que fez Luena gritar de felicidade e Keza começar a rir. Sorri ao vê-los felizes e olhei para Al que brincou, logo em seguida piscando para mim:

— Ah, Fer, mais uma família de meninas com a qual vou ter que viver? — E eu balancei a cabeça negando e rindo, tudo ao mesmo tempo, antes de o responder:

— Nossa linda família.

— Isso aí. — Disse minha mãe piscando e concordando comigo.

— Ainda bem que ela está bem, porque quando você sair daqui eu vou te bater, Fer! Eu nem sei mais se tenho ouvidos com os seus gritos. — Choramingou Ag e eu ri da minha amiga fazendo graça.

— Você diz isso, mas daqui alguns meses é você, amiga. — Disse piscando.

Agnes estava com quatro meses, ainda faltava um pouco, mas logo ela saberia o quanto doía e ia entender os meus gritos... Mas valia a pena. Demais. Pensar nisso fez com que eu sorrisse.

— Qual vai ser o nome dela, mamã? — Perguntou Luena se aproximando ainda mais de mim. Eu não conseguia deixar de sorrir todas as vezes que ela me chamava de mamã.

— É, qual vai ser? — Perguntou Keza imitando sua irmã. Sorri. Ele estava na fase de sair correndo para todas as direções do hospital e também de repetir grande parte do que os outros falavam. Mas também, tinha apenas 2 anos. Era compreensível e adorável.

— Hm... Qual nome vai ser? Vocês tem alguma sugestão? — Perguntei e Luena e Keza falaram ao mesmo tempo:

— Mia!

— Keza!

— Hey, não dá para colocar o seu nome na sua irmãzinha, Keza. — Disse para ele que sorriu bobo e travesso como se já soubesse disso e só tivesse arriscado. Sorri e olhei para Al.

— Mia para mim está ótimo. — Ele disse piscando para Luena como se tivessem feito algum complô que eu não estava sabendo. Franzi o cenho e fingi não ver esse pacto todo entre eles. Sorri balançando a cabeça num gesto afirmativo e Luena começou a pular e gritar enquanto comemorava feliz.

— Oba! Minha nova irmãzinha se chama Mia! — E todos nós rimos da felicidade de Luena e ainda mais de Keza quando ele começou a gritar:

— Mia! Mia! Mia! — Eu não poderia imaginar uma vida mais feliz.

***

Juro que meu coração está apertadinho com a ideia de deixar Entre 2 Mundos...

Mas sei que outros trabalhos tem que surgir e que Entre Dois Mundos sempre ficará guardadinho num cantinho do meu coração...

Espero que no de vocês também...

Nos vemos no próximo e último capítulo daqui <3

Bjinhoos

Diana.

Entre Dois MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora