18| Confiança vem com o tempo

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Alguém como eu com saudade da Ag e do Seth??? haha

Uma palhinha deles aparecendo aí embaixo rsrs

Boa leitura =)





Capítulo 18

— Fer! — Ouço Ag falar vindo ao meu encontro me abraçar. O abraço de Ag parece mexer com as últimas células minhas que ainda não tinham irrompido em lágrimas e eu me deixo chorar entre seus braços, dessa vez aliviada por ter alguém para apertar e poder contar.

— Estou aqui. — Respondo e Ag concorda apertando-me ainda mais entre seus braços. Não sei quanto tempo ficamos abraçadas, mas foi momento o suficiente para Seth que estava aqui desaparecer.

— Ele está bem? — Meneio a cabeça concordando. O estado de Al era estável, ainda que ele precisasse de cuidados pelos próximos dias, pelo menos. Suspiro enquanto nós duas seguimos em direção a Seth que está conversando com o mesmo médico que não sabia falar quase nada de inglês, mas que conversava com efusão em árabe com Seth.

— O que eles estão falando? — Cochicho para Agnes sem saber exatamente. Agnes parece se concentrar na conversa a fim de entender alguma coisa e depois de algum tempo me sussurra novamente:

— Seth está querendo levar Al para uma unidade mais próxima de nós. Para isso precisará de uma ambulância equipada e Seth está se colocando de prontidão para pagar isso tudo. Não se preocupe Fer, Al vai ficar bem. — Eu concordo meneando a cabeça, pois realmente não sei como agradecê-los.

Mas o melhor mesmo é que Seth e Agnes em nenhum momento me obrigam a contar o que houve, porque eu estava com Al em outra cidade ou o que a gente estava fazendo para parecermos todos quebrados. Não, eles não me forçam a dizer nada. Eles simplesmente continuam ali, solicitos, ajudando no que é necessário para que Al consiga se recuperar o mais rápido que pode. E eu sou mais que grata por eles não me forçarem a dizer coisa alguma.

Na verdade, eu já tinha decidido por mim mesma que depois que Al ficasse bem, voltasse a trabalhar em segurança, já tinha dado para mim, eu voltaria para o Brasil. Os meus sentimentos estavam se embananando e misturando tudo de modo que eu não sabia ao certo o que eu de fato sentia por Al e o que era simples preocupação com sua saúde. Assim, antes que isso avançasse para um terreno sem volta, onde eu não conseguisse mais recuperar a gama de emoções do desenfreado sentimento, o melhor mesmo era que eu me afastasse desse potencial sentimento a mais antes que eu me visse quebrada em mil pedacinhos por sentir uma coisa que eu não deveria e havia prometido a mim mesma que não sentiria: Amor.

Engoli em seco. Era minha decisão final.

***

Não demorou para que Al fosse transportado para um hospital melhor em Muscat e nós conseguíssemos visitá-lo em segurança. Ele ainda estava meio grogue e respondia com dificuldade, provavelmente havia queimado um pouco da garganta inalando muito forte o fogo quente.

Os dias passavam rapidamente e Al estava melhorando gradativamente. Eu me sentia culpada por ter sido responsável pela ideia idiota de colocar fogo em uma casa. Além do mais, por não ter sido enfática em impedir Al de agir como um justiceiro atrás dos que eram malvados. Eu me sentia culpada por tudo e isso já era motivo suficiente para que eu continuasse visitando e passando a noite acompanhando Al enquanto ele melhorava.

A julgar pela mentira sustentada de que eu era sua esposa, ninguém tentou me demover da tarefa de continuar perto de Al. Seth e Agnes visitavam Al todos os dias também, mas não ficavam tanto tempo comigo, me deixando boa parte do tempo com Al. Em algum momento Agnes me trouxe um livro em português para eu ler, o que pareceu transformar meus dias em menos dolorosos enquanto dias e semanas passavam, as feridas curando-se gradativamente.

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