Primeiramente, gostaria de agradecer todo o carinho de vocês no capítulo passado! Pensei que vocês não entenderiam a mensagem que eu queria passar e que de alguma forma eu seria massacrada... Mas a minha surpresa foi grande e o amor e o sentimento que vocês me passaram ao escreverem mensagens tão lindas e mostrarem que mais que entenderam, sentiram tudo isso, foi muito gratificante para mim...
Por isso só tenho o que agradecer. Muito obrigada, mesmo! <3
OBS: Olha o Al já com a LUENA na foto aí gente =D
Capítulo 27
Sentei-me ao lado de Luena e peguei Keza no colo enquanto tentava pensar num plano bom. Poderia tentar achar o caminho de volta e explicar a loucura que eu estava pensando para a família de Al, mas não saberia dizer se era a melhor ideia com duas crianças pequenas. Pararíamos toda hora e eu não estava certa que essa viagem seria rápida o bastante para não termos que passar a noite na mata. Não queria arriscar.
Ainda assim, era a melhor ideia, no fim das contas. Pelo menos, foi a única que consegui ter em mente até achar que estava ouvindo vozes:
— Fer! Fer! — Estreitei a vista a procura do responsável pela voz e foi com um alívio gigantesco que consegui ver Al! A alegria foi tão grande que me levantei em um só pulo com Keza nos braços e corri na direção de Al. Os braços dele nunca foram tão convidativos, aquecendo meu coração e me trazendo esperanças. As lágrimas queriam brotar novamente, mas eu não deixei que elas viessem, apenas agradecendo aos céus por tudo poder se endireitar.
— O que... Aconteceu? — Ele me perguntou franzindo o cenho e olhando para Keza nos meu braços. Percebi que atrás dele vinham alguns homens que provavelmente estavam fazendo a busca junto dele, mas não me atrevi a olhar demais, voltando minha atenção novamente para ele.
— Luena e Keza. Eu vou adotá-los. — Disse convicta, o que fez Al abrir os lábios sem entender bulhufas nenhuma, esperando que eu explicasse mais alguma coisa, mas eu não queria explicar mais nada. Estava um caco de cansada e a única coisa que queria era dar um banho logo nas crianças, comer alguma coisa com elas e finalmente poder dormir a noite que eu não tive de sono.
Al pareceu entender o meu cansaço e pegou Luena no colo enquanto os homens que nos acompanhavam e pareciam conhecer melhor o caminho iam nos guiando para fora do Mayombe. O silêncio por esse tempo pareceu ser bom para que eu organizasse meus pensamentos.
***
Eu estava exausta. Não somente da caminhada, tampouco da falta de uma noite de sono agradável, mas por ter dado banho em duas crianças, colocado umas roupas que ficaram gigantes nelas de alguns vizinhos que compartilharam roupas de crianças, além de alimentado Luena e dado uma mistura que imitava leite materno para Keza. Estava morta e ainda tive que tomar um banho e reunir forças para me alimentar também.
Felizmente, nenhuma das mulheres fez sequer uma pergunta para mim sobre as crianças, o que significava que Al já havia explicado a história toda para elas. No entanto, ainda tive que passar por algumas experiências durante a noite antes de finalmente poder dormir e acordar para o dia seguinte com as questões legais que eu precisaria resolver para adotar as crianças. Seria um grande trabalho.
— Vá, Bianca. — Disse Ondina empurrando a menina, a voz levemente alterada com raiva. Não tive forças para levantar o meu rosto do prato de comida. A verdade é que tinha um sentimento dúbio quanto a Bianca. Ela havia falado palavras grossas e carregadas de meias verdades que eu não estava a fim de lembrar, no entanto, se não fosse por essas mesmas palavras, eu não teria corrido que nem uma louca, tampouco achado Keza e Luena, o que não me daria a oportunidade de ter um objetivo em mente. Um objetivo bem específico.
— Gostaria de pedir desculpas por tudo o que eu falei, Fernanda. Não foram frases verdadeiras, somente palavras jogadas para que você desistisse de nós e de Al. A intenção era terrível e peço desculpas por ter feito isso. Não se repetirá mais. — Ouvir tudo isso fez com que eu levantasse a cabeça do prato imediatamente tentando averiguar se eu realmente não estava enlouquecendo e estava realmente ouvindo Bianca falar tudo aquilo. Quando percebi que não estava sonhando, assenti levemente.
— Não se preocupe. Isso me fez achar Keza e Luena. — Disse enquanto olhava para Luena deitada num sofá surrado dormindo tranquilamente e para Isadora segurando Keza adormecido com cuidado.
Para minha surpresa, todas as mulheres me olharam assentindo e sorrindo, como se de repente me aprovassem. Por que motivo? Eu não fazia a mínima ideia. Mas talvez Luena e Keza não fossem somente uma estrela a fazer a minha vida tomar um rumo, mas verdadeiros anjos enviados do céu a melhorarem toda uma relação que parecia antes conturbada.
Apaguei naquela noite. Foi uma noite tranquila. Sem pesadelos, sem sonhos, sem insônia, sem nada. Mas uma noite como outra qualquer deveria ser. A primeira noite de sono de muitas que eu gostaria de passar ao lado de Keza e Luena.
***
A pior parte da adoção, sem dúvida, independente de onde se mora, é a burocracia para tal. Ali não era diferente. Foi com surpresa que descobri que ali também haviam preferências, como achar parentes das crianças, mas como ninguém conhecia a mãe deles, achar parentes não era algo fácil, então a outra preferência era de que as crianças fossem adotadas, de preferência, por casais. E casais que fossem da própria Angola.
Eu não queria perder Luena e Keza e isso me fazia suar frio, porque outra coisa que não estava na minha lista era me casar. Mas aparentemente eu teria que escolher entre uma coisa ou outra. Foi com algum esforço que entrei no quarto de Al com um sorriso amarelo e fui direto na lata:
— Você casa comigo? — Mas obviamente eu não esperava que o homem tivesse um ataque de desespero, arregalando os olhos e pulando da cama como se eu de repente tivesse duas cabeças.
— Como é que é?
— Luena, Keza. Para adotá-los, eu... — Mas antes que eu pudesse continuar com meu discurso, me assustei ao ver Al tomando minhas duas mãos nas suas e me olhando no fundo dos olhos. Por alguns segundos imaginei que perderia o ar.
— Você é a mulher mais incrível e corajosa que eu já conheci, Fer. E se você me permitir quero me casar com você não somente para ser o pai que essas crianças precisam, mas também para fazê-la a mulher especial que eu sei que você já é. — Fiquei sem fala. Não sabia exatamente o que dizer depois de um discurso desses, então acabei fazendo a única coisa que sentia vontade de fazer no momento. Tomei o rosto de Al entre minhas duas mãos e o beijei, um, dois, três selinhos antes de me desgrudar dele com um sorriso bobo nos lábios.
— Sim. Eu quero. Vamos nos casar. — E para encerrar o meu discurso que não era nada se comparado com o de Al, tomei seus lábios em outro selinho de forma a prometer entre beijos o que no momento eu era incapaz de falar.
***
Então gente! Demoro, mas não falho! hahaha
Gostaria de deixar alguns recados rapidamente, e isso é importante.
Essa história é uma ficção. Então há muitas coisas que não são coerentes com a realidade ou que eu mesma não sei a realidade. Pesquisei um pouco sobre Adoção Internacional e a coisa é tão complicada e era tão chata que eu acabei desistindo de ambientalizar como uma realidade a mais perto possível do real e decidi fazer - ou fingir - que estivéssemos falando de uma adoção como outra qualquer, partindo do princípio que meu conhecimento de adoção é mínimo e é mais restrito a adoção no caso brasileira.
Sem mais delongas, peço de coração que relevem esse mini detalhe e que isso não os impeça de ler a história, porque, no fim, não é essa a mensagem que quero deixar. O importante disso tudo é que a Fer vai adotar. E ponto final.
E bem, depois dessa mini mensagem, gostaria de saber a opinião de vocês: O que acharam da Fer pedindo o Al em casamento, hã? kkkkkkkkk
Alguém imagina o que vou trazer no próximo capítulo: =)
Bjinhooos
Diana.
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Entre Dois Mundos
RomanceSPIN - OFF DE O SHEIKH & EU! FERNANDA E ALFRED! Fernanda sempre fez o que quis. E nunca se preocupou com o que os outros pensavam dela. Ficava com quem quisesse, xingava quem pudesse, dizia o que bem entendesse. Alfred nunca gostou de demonstrações...