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Park JiSung P.O.V


Por que o inverno tinha que ser inverno? Quer dizer, por que tinha de ser tão frio e grosseiro?

Não que eu reclame sempre dele, às vezes ele é bom. Dá para se sentar a janela do meu pequeno quarto e pensar sobre diversas coisas.

Como por exemplo, o porquê de ter uma floresta sombria e que todos julgavam ser amaldiçoada perto do vilarejo onde eu morava. Isso até que é um fato bem curioso.

Por que amaldiçoada? Foi isso que eu perguntei ao meu pai quando tinha apenas cinco anos. Ele disse que lá haviam seres estranhos e feios, sendo assim comparados a monstros, grandes e sujos. Que qualquer pessoa que fosse para lá, seria comida viva.

Essa não é uma história muito legal, mas isso se segue até hoje para que crianças evitem de ir para lá. Mas eu sou bem curioso, e admito que tenho vontade de ir até lá, mas só de pensar que eu poderia não voltar, eu preferia ficar aqui mesmo, perto da minha querida família.

- JiSung? Vamos, filho, ou vai ficar muito tarde. – Meu pai, Kim JaeWoon, me chamou lá de baixo. Não tínhamos uma casa grande, mas era o suficiente para meus pais, eu e minha irmã. Eu por ser o irmão mais velho, tinha que sair para "trabalhar" com meu pai, enquanto as duas moças daqui cuidavam da casa.

Eu não sou tão velho assim, afinal, eu só tenho os meus 16 anos. Apesar de aparentar ter mais por causa da minha altura.

- Estou descendo. - Procurei me agasalhar bem e saí do meu quarto, vendo logo a sala, onde estava minha mãe junto de meu pai.

- Tomem cuidado com aquela floresta, ainda não gosto quando vocês dois vão para perto dela. - Ela suspirou, enquanto arrumava meu casaco.

- Está tudo bem, minha mãe. Eu e o pai sabemos nos cuidar bem, acho que seria divertido acabar com um monstro. - Meu pai acabou rindo.

- Não fala isso nem brincando, menino - minha mãe me deu bronca.

Depois de ter ouvido mais algumas coisas dela, eu e meu pai partimos para o trabalho. Não era grande coisa, já que alguns dos homens do vilarejo também trabalhavam conosco. Nós, homens, trabalhávamos em tentar fazer a vila um lugar melhor. No caso, cuidar para que os animais não ficassem doentes para servirem de alimento para as famílias dali. Fazíamos cortes de madeiras para que fossem colocadas a lenha e servissem de aquecedor, entre outras coisas.

E hoje haviam tantas coisas para fazer. Ainda bem que o dia, incrivelmente, passou rápido. Então, eu fui me sentar no mesmo lugar de todos os dias. Um tronco de árvore deitado, um pouco afastado da entrada da floresta. Gostava de ficar ali para observar.

Não sei se era só coisas da minha cabeça, mas eu jurava que às vezes, ali sentado, eu via algum brilho lá dentro, o que me deixava uma sensação de que ali não era tão sombrio assim. Ou não.

Sentaria no mesmo lugar, se não fosse por uma criança, mais precisamente uma menininha, chorando. O que essa criança fazia aqui e nesse frio?

- Hey... – Cheguei perto dela, ficando de joelhos a sua frente. Ela me olhou com os olhinhos molhados e vermelhinhos. – O que aconteceu para estar chorando, minha flor?

- Eu estava brincando com a minha bolinha e ela caiu ali dentro. Eu não quero entrar lá, mas eu gosto muito daquela bolinha, Oppa. – Ela soluçava. Nossa, ela deveria realmente ser muito importante.

- Não precisa chorar, está bem? – Enxuguei o rostinho dela – Eu vou buscá-la para você.

O que deu em mim? Também não sei, mas, não só pelo fato de eu ter ficado com pena da pequena garotinha, eu estava com uma vontade imensa de entrar lá, mesmo com medo de não conseguir sair.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora