VII

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Zhong ChenLe

Quando anoiteceu, como combinado, TaeYong estava me esperando.

— Uou! Quem diria, hein? — Ele se impressionou. Eu estava na minha forma animal: uma pequena raposa branca. — Eu realmente não sabia o que esperar, mas em nenhum momento pensei em uma raposa.

Eu inclinei a cabeça para o lado, lhe fazendo uma pergunta silenciosa, já que não podia falar.

— O que está dizendo? Se vai ser um problema? — Acenei com a cabeça. — Não, acredito que não. É só manter-se ao meu lado e ficar longe de problemas, o.k.?

Concordei de novo, ainda hesitante quanto a isso.

— Muito bem. Vamos?

Ele começou a andar para fora da floresta. E eu fui atrás dele, me perguntando pela milésima vez se aquilo era uma boa ideia.

Obtive minha resposta no momento em que chegamos ao vilarejo humano. Eram muitos, muitos mesmo. E estavam reunidos nas ruas, rindo, passeando e conversando entre eles. Eu não estava nem um pouco confortável, e a toda hora eu me encolhia junto à perna de TaeYong.

— Não se preocupe - ele agachou-se junto a mim, e passou brevemente a mão na minha cabeça. — Não há o que temer. As coisas não são como costumavam ser.

Eu não tinha tanta certeza assim. Mas tudo bem, não custava tentar....

Bati de frente com alguma coisa, dura e que eu não havia visto que estava no meu caminho. Me senti um pouco atordoado por um momento e quando fui ver o que era, encontrei um humano muito grande com algo muito grosso e fedorento lhe cobrindo os pés. Sapato! Sim, era assim que aquelas coisas se chamavam nas histórias. Para que serviam era um mistério.

Procurei pelo druida, mas ele tinha sumido na grande multidão reunida ali. Olhei para todos os lados, mas não conseguia ver nada, eram muitos andando pra lá e pra cá. Comecei a me desesperar.

Decidi continuar andando para ver se o encontrava, apesar de cada pelo do meu corpo de raposa mandasse eu voltar.

Pelo menos ninguém tinha me notado...

E continuei andando e andando, sem saber exatamente onde estaria indo. Poderia estar me perdendo mais, porém não poderia ficar parado. Aí sim, correria risco de vida.

Os humanos estavam começando a ficar mais aglomerados e eufóricos. Para a segurança da minha vida, eu acabei me escondendo atrás de uma coisa grande de madeira, onde alguns humanos vez ou outra, enchiam uma espécie de copo de vidro e saíam tomando. Se aquilo realmente era um copo, por que é vidro? Tem tantas plantas e flores que dá pra se fazer um copo, é até mais confortável, então por que se arriscam se pode machucar?

Mas como tudo que é bom, ou nem tanto, dura pouco, logo ouvi um grito infantil. Me virei na direção.

Era um humano pequeno, ele apontava pra mim com uma cara de espanto e até medo. Humanos tem medo até de raposas?

— Papai, tem um bicho ali! Embaixo da mesa! — A criança humana gritou. Porque humanos gritavam por tudo?

Como se já não bastasse, um humano bem mais alto, talvez seria do tamanho do TaeYong, chegou olhando para mim, com uma cara não muito boa. Ele segurava uma barra de ferro em mãos, se aproximando de mim devagar.

Ferro, não...

Eu saí de baixo da coisa grande de madeira e tentei correr, mas não fui muito longe, pois um dos humanos parou bem na minha frente, me fazendo dar alguns pulos para trás.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora