IX

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Park JiSung


Horas mais tarde, o senhor JongSuk me liberou.

– Muito obrigado por ajudar, JiSung, estaríamos perdidos e atrapalhados sem você – o senhor JongSuk riu.

– Não tem que agradecer, eu faço tudo de bom grado. Vocês são minha segunda família. – Eu ri, meio baixo.

– Muito fofinho isso pra vir de você, JiSung. – Mark riu – Agora, você tem que ir descansar e cuidar desse pé, para estar melhor amanhã.

– Sim, eu vou. Então… até mais! – Me despedi dos dois e saí da loja, ficando um tanto “escondido” ao lado, pois se por algum acaso eles me encontrassem ali ainda, iria arrastado para casa.

Mas a dúvida que não quer calar é: Por que eu aceitei fazer esse favor ao TaeYong, sendo que não o conheço e muito menos conheço esse primo. Vai que ele seja um maníaco!

Então, apenas fiquei encostado a parede, esperando.

— JiSung!

Olhei para o lado e encontrei TaeYong vindo na minha direção, e logo atrás dele, meio escondido, estava um jovem de cabelos castanhos. Eu não conseguia discernir suas feições, pois ele estava de cabeça baixa, mas parecia que ele tinha mais ou menos a mesma idade que eu.

— Oh, espero não tê-lo deixado esperando muito — desculpou-se TaeYong, parando a minha frente, e o rapaz, possivelmente seu primo, parou há alguns passos atrás dele, meio escondido nas sombras formadas pelas casas. Eu ainda não tinha conseguido ver seu rosto, apesar dele me parecer vagamente familiar…

— Não, eu acabei de sair — dei de ombros, desviando o olhar para trás dele outra vez. — Ele é seu primo?

— Sim, sim — ele afirmou. — Bom, eu o entrego nas suas mãos. Cuide bem dele, agora ele é sua responsabilidade — ele colocou brevemente a mão no meu ombro e se afastou, passando pelo primo e fazendo o mesmo gesto que fez em mim.

Naquele momento, eu me perguntei se TaeYong tinha um parafuso solto. Sério? Quem larga duas que nem se conhece para se virarem sozinhas e vai embora? É cada uma que me aparece!

Eu olhei para o garoto, ainda no mesmo lugar, como se esperando que eu fosse até ele. Certo… O que eu sabia sobre ele? O nome não, então seria a primeira a se perguntar. Era tímido, não conhecia nada nem ninguém por ali. Tudo bem, então eu teria que ir devagar, nada de perguntas muito complicadas…

Andei devagar até ele, mas quando estava há apenas três passos dele, ele olhou para mim, e eu paralisei.

Não, não pode ser…

Olhos cinzentos me encararam, com misto de emoções desconhecidas escurecendo sua íris. Senti meu coração disparar e uma deliciosa vibração subir desde os meus dedos até a nuca.

— Oi, prazer, meu nome é ChenLe — ele disse e ergueu a mão para me cumprimentar.

Não pude devolver o gesto. Estava em choque, não compreendia o que estava acontecendo. Eu perdi alguma coisa? Será que eu tinha batido a cabeça muito forte e estava alucinando? Eu estava ficando louco, era isso!

ChenLe vindo que eu não devolveria seu aperto de mão, abaixou a mesma e sorriu de leve, meio hesitante.

— Vocês, por acaso, costumam se cumprimentar de alguma outra forma por aqui ou…

— Não é possível que você esteja realmente aqui — o interrompi, lembrando como se falar.

Naquele momento, só havia duas opções: ou eu tinha enlouquecido mesmo, ou ele estava sendo cara de pau o suficiente para fingir que não me conhecia. E eu já tinha decidido havia tempo que a primeira opção estava descartada.

Ele me olhou como se não fizesse ideia do que eu estava falando, e inclinou a cabeça.

— Tudo bem, mas lembre-se que foi você que aceitou me mostrar o vilarejo, então eu não tenho culpa se não consegue acreditar que estou aqui — ele riu.

— V-você… Você… — acho que eu estava com dificuldade para pensar. — Você fala sério? Está brincando comigo, não é?

Ele deu de ombros e não respondeu. Era um sim ou um não?

— E então, JiSung? Vai me apresentar ao vilarejo ou não?

O que eu fiz? Adivinhem o que eu fiz… Balancei a cabeça, concordando. Por quê? Porque, de repente, eu sentia que estar louco tinha voltado a ser uma opção.

Não podia ser ele… Mas tinha o mesmo nome, com podia não ser?!

Eu não fazia ideia do que ele estava tramando, mas se ele queria jogar dessa maneira, então que fosse.

— Certo, vamos.

E o guiei pelas ruas, fazendo o máximo possível para segurar a língua.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora