VI

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Zhong ChenLe


No dia seguinte, já estava me arrependendo do que havia feito. Correr não era o melhor. Fazê-lo desistir teria sido mais sensato. Pelas memórias que tinha visto dele, sabia que desistir para ele não era uma opção.

Passei o dia todo em casa, eu estava muito pensativo e confuso. Havia até mesmo esquecido que em todas as luas novas eu saía para andar pela floresta com o HaeChan. Ele deve estar querendo meu sangue misturado com hidromel, provavelmente.

Minhas dúvidas foram cessadas quando eu ouvi e vi um ser entrar pela minha janela, igual a vez em que estava bêbado. Me pergunto agora qual o propósito da minha porta, já que apenas ele me visitava e só entrava pela janela. E eu não era diferente.

– Zhong ChenLe, você se esqueceu que dia é hoje? – Ele mal pisou os pés no chão e foi logo falando, cruzando os braços. – O que foi agora?

— Nada demais — resmunguei.

— Tá mentindo de novo. Virou um hábito? — Ele estava mesmo irritado. — É ele de novo?

Por algum motivo, HaeChan falou ele como se fosse uma maldição. Quando finalmente entendi porquê, olhei para ele e sorri com diversão.

— Tá com ciúmes, é isso?

— Não! — exclamou ele, de olhos arregalados. — É claro que não! Eu com ciúmes?! Até parece. Não, não mesmo! Nunca!

— Acho que prefiro você bêbado — falei, sorrindo.

— O que quer dizer?

— Nada — respondi.

Um detalhe sobre HaeChan: ele nunca se lembra do que faz quando está bêbado. O que pra mim é hilário, já que posso tirar sarro dele sempre, jogando coisas aleatórias e fazendo parecer que foi ele que disse.

— Isso tem haver com aquilo que eu fiz quando estava meio bêbado…

— Você estava completamente bêbado — corrigi.

— Tanto faz! Tem haver com o que você não quer me contar que eu fiz? — Ele coçou a cabeça. — Fala logo, o que eu fiz?

— É mais divertido quando só eu sei — ri do seu desespero.

— Não tem graça nenhuma!

— Pra você não.

A verdade de eu não querer contar é que eu tinha uma leve suspeita de que HaeChan sentia algo por mim. Muito mais do que apenas amizade. E o momento não era o melhor para discutir isso.

— Ah, esquece! Já percebi o que está fazendo. Está tentando me distrair para esconder algo de mim. Não vai funcionar.

Eu suspirei, porque era exatamente o que eu estava tentando fazer. Então contei pra ele. Afinal, eu não conseguiria esconder isso por muito tempo, principalmente dele.

– ChenLe, sinceramente, se tinha mesmo que fazer isso poderia pelo menos ter encerrado esse assunto de uma vez por todas!

— Como eu faria isso, HaeChan?

— Ordenava que ele ficasse longe daqui. Ameaçava-o!

— Sabe que jamais faria algo assim! — Exclamei horrorizado.

— É, tem razão — concordou ele. — Mas talvez fosse o melhor.

— Mas agora já está feito — dito isso, fui até à janela, respirando devagar.

Sentia uma grande dor de cabeça vindo…

Nesse momento, aquela vibração no fio começou outra vez.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora