VIII

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Park JiSung


Esquecer qualquer coisa estava fora de cogitação.

Parece que o mundo estava conspirando contra mim, fazendo que cada detalhe me lembrasse da floresta, de ChenLe, de tudo. E só piorou quando vi algumas pessoas atrás da pequena raposa branca. Por algum motivo, ela me lembrou ChenLe, talvez por sua cor, muito parecida com os cabelos dele.

Enfim, agi por impulso. Alguns homens tentavam agarrá-la, um estava até mesmo com uma barra de ferro, com a qual quase atingiu a raposa. Foi nesse momento que consegui alcançá-la e enlaçá-la em meus braços. Era tão pequena e tremia tanto! E no momento em que a peguei, um calafrio percorreu minha coluna e senti tipo uma vibração que acelerou meu coração. Tive a impressão que ela ouviu, pois me encarou com olhos cinzentos muito astutos e ingênuos, assustados e encantados. Chegavam até mesmo a ser familiares para mim...

Não tive muito tempo para pensar a respeito, já que seu dono logo chegou. TaeYong era seu nome, e pelo que me disse, era novo no vilarejo. Conclui que tinha vindo na mesma caravana que o padre. Enfim, trocamos algumas palavras e eu o devolvi a raposinha, que não perdeu tempo ao ir correndo para entre suas pernas. Se não tivesse sido tão engraçadinho e fofo o modo como ela correu, eu teria ficado um pouco magoado por esse tipo de agradecimento. Mas tudo bem.

Logo eles desapareceram na multidão, minha mãe se aproximou, dando um puxão de orelha em mim.

- Ai! Mãe, isso dói! - Exclamei, e minha irmã, que estava logo atrás dela riu da minha pequena desgraça. Nós sempre podemos contar com irmãs mais novas.

- Isso é para você pensar duas vezes antes de chegar perto de um animal perigoso de novo - AH! Se ela soubesse da metade... Eu provavelmente levaria mais do que um simples puxão de orelha. Talvez minha mãe fizesse um casaco com minha pele.

Estremeci só de pensar.

- Eu sabia o que tava fazendo, mãe - reclamei como uma criança pequena. - Eu não tenho mais cinco anos! Era só uma raposa inofensiva, se fosse perigosa não teria fugido, mas atacado quem quer que estivesse por perto.

- Olha como você fala comigo, eu sou sua mãe!

O fato dela dizer isso é que ela não tinha argumento nenhum para rebater.

- Deixa de tanto drama, mãe - disse minha irmã.

- Só agora você me defende? Que irmã inútil você é! - Esfreguei minha orelha, que com certeza estava mais vermelha que um tomate.

- Cala a boca, praga! - Ela exclamou.

- Vá passear, peste!

- Idiota ignorante!

- Chata insuportável!

- Parem os dois! Depois não gostam de ser tratados como crianças - ela deu um tapa na parte de trás da cabeça de cada um.

Nesse momento, meu pai resolveu aparecer. Ele sorriu para nós e passou um braço pelos ombros da mamãe.

- Querida, deixe as crianças e vamos dançar.

- Está bem, vamos! - Ela o beijou, e minha irmã e eu exclamamos um Eca! e rimos. - Vocês se comportem como gente.

E eles sumiram, indo para a pista de dança. Me virei para minha irmã, abrindo a boca para dizer algo, mas ela me interrompeu:

- Eu vou encontrar minhas amigas perto da fonte, então nos vemos mais tarde.

- Está trocando seu amado irmão por suas amigas? Estou de coração partido - coloquei a mão no peito, de modo dramático.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora