XIV

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Park JiSung

Cheguei em casa antes que o sol nascesse por completo. Ainda bem que ninguém saía esse horário.

Quando cheguei em casa, abri cuidadosamente a porta e entrei, subindo as escadas em direção ao meu quarto. Quando entrei dei de cara com uma assombração sentada na minha cama com os braços cruzados.

— Quer me matar de susto? Pensei que fosse a mamãe! — Coloquei a mão sobre o meu coração disparado.

— Não fale isso nem brincando! Cruz credo! — Minha irmã levantou as mãos para cima.

— Que diabos tá fazendo aqui? O dia ainda nem começou e estou cansado — esfreguei o rosto com uma mão, realmente exausto.

— Estou te esperando. Temos um trato, lembra? Não pensei que demoraria tanto — me olhou de modo acusador.

Revirei os olhos.

— Ninguém disse para me esperar, podia ter esperado até amanhã.

— Esqueceu quem eu sou, meu amado irmão? Minha curiosidade não aguentaria — sorriu.

É, isso parecia ser de família.

— Você é irritante — me fingi de bravo, mas não pude evitar sorrir.

— Eu também te amo, mas pode sentar bem aqui — bateu no espaço ao seu lado na cama. — E abre a boca para me contar o que demônios você anda fazendo e por quê está tão estranho esses dias.

Hesitei um pouco, não sabia se seria uma boa ideia dizer algo.

— Antes disso — andei até a cama e me sentei ao seu lado —, precisa me prometer que não vai pirar e nem contar para ninguém.

— Tá, eu prometo.

— Não — ergui a mão e disse seriamente: — Jura de dedinho.

Ela revirou os olhos, rindo.

— Fala sério, JiSung. A gente não faz isso desde pequeno quando vivíamos nos metendo em encrencas.

— E já quebramos um juramento desses até hoje? — Ela negou. — Isso porque de uma promessa inquebrável. Vai fazer ou não?

— Tá, tá — ela enroscou o dedo mindinho no meu e tentou ficar séria, mas no final acabamos rindo. — Pronto, satisfeito? Agora me conta tudo antes que eu te dê um peteleco!

Eu contei tudo para ela, desde de quando entrei na floresta e encontrei ChenLe, da minha experiência de quase morte com um lobo gigante (também mencionei Haneul, e nessa hora minha irmã me lançou um olhar que dizia Você é um idiota) e também do elfo quais pegava fogo e me atacou até a última revelação do ChenLe, sobre o fio que nos ligava e do beijo ( Sim, só mencionei que houve um, e foi constrangedor o suficiente considerando que minha irmã se acabou de rir, apesar de eu mandá-la calar a boca para não acordar nossos pais). Mas tirando isso, tudo o que ela fez foi escutar.

— Uau! — foi tudo que ela disse quando finalmente terminei. Depois de alguns instantes de silêncio, ela disse: — Nossa... E como foi beijar ele?

Arregalei os olhos.

— De tudo o que eu falei é só isso que você quer saber?

— O que é que tem? De tudo o que você falou, beijar um garoto para mim é o mais estranho.

— E o fato dele ser um elfo e existir magia? — Indaguei, incrédulo.

— Ah, nós ouvimos histórias sobre esse tipo de coisa desde pequenos — desdenhou e eu a encarei como se ela fosse doida. — Mas... sobre um menino beijar outro... nunca! Me diz, como foi? Foi estranho? Vocês ficaram abraçadinho? Ele é mais alto ou mais baixo que você? Aliás, conta agora mesmo, com todos os detalhes, como ele é! Ele é bonito?

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora