XVI

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Park JiSung

Ficamos abraçados por algum tempo.

Fiquei o tempo todo apertando ChenLe gentilmente contra mim, fazendo carinho nas pontinhas de suas orelhas, que estremeciam.

ChenLe foi se acalmando aos poucos, suspirando vez ou outra, os braços ainda ao redor do meu pescoço.

Senti cócegas quando o meu (isso mesmo: MEU) pequeno elfo roçou de leve seu fofo nariz no meu pescoço. Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram. E só piorou quando ele começou a distribuir leves beijos, vindo do queixo até a dobra do meu ombro.

Eu tentei (só tentei mesmo) não demonstrar o quanto ele me deixava vulnerável só com toques e carícias. Continuei fazendo carinhos nas suas orelhas pontudas.

ChenLe arquejou e afastou minha mão, me fazendo olhá-lo confuso.

— A menos que planeje fazer algo mais além de me abraçar, acho melhor parar.

— Por quê? — Eu disse para mim mesmo que a sua voz rouca era imaginação minha.

— Digamos que… As orelhas de um elfo são tão sensíveis quanto… outras partes - um brilho malicioso acendeu seus olhos e um sorriso travesso brincou em seus lábios.

No mesmo momento que ele disse isso, eu entendi. E corei. Era algo muito frequente ultimamente.

ChenLe riu. O ar tenso pareceu sumir um pouco, porém não por completo.

— JiSung, eu queria te mostrar algo…

O.k., JiSung. Vá a igreja jogar água benta na sua cabeça para purificar seus pensamentos.

De repente, ele começou a rir. Será que ele ouviu meus pensamentos?

— Vamos?

Ele segurou minha mão e iria me puxar, todavia eu travei no lugar. E se ele realmente tivesse escutado? Existia magia e essas coisas que eu ainda tentava entender, então será que ouvir pensamentos era possível?

Pare de pensar bobagens, JiSung!

— Que foi? Vai virar árvore aí? — Perguntou em tom brincalhão.

Quando eu iria responder, senti seus lábios sobre os meus rapidamente. Pisquei os olhos algumas vezes.

— Acordou, bela adormecida? Agora, vamos.

~*~


Andamos bem pouco, e enfim chegamos em uma parte da floresta que eu nunca havia estado.

— Onde estamos? — Perguntei, olhando ao redor.

— Preste atenção — ChenLe ignorou minha pergunta, e quando o encarei ele estava sério. — JiSung, eu vou levá-lo agora para a minha casa.

— Sua casa? Mas sua casa não é por aqui? — Perguntei confuso, não entendendo nada.

Ele apenas riu de um modo travesso.

— Acha que teríamos conseguido nos esconder por tanto tempo se vivêssemos à vista dos humanos? — Ele indagou, ainda com um toque triste em seus olhos.

Eu começava a perceber que não gostava de vê-lo triste.

— Então, onde? — Tentei distraí-lo do rumo de seus pensamentos, fosse qual fosse. — Não, uma pergunta melhor: corro o risco de ser morto?

ChenLe gargalhou alto, uma risada gostosa de se ouvir.

— Não precisa se preocupar — se aproximou até ficar há apenas um passo de mim e segurou entre os dedos o colar de cristal em formato de lua que ele havia me dado. — Quando entrarmos, o colar irá escondê-lo com essência mágica. Mesmo que encontremos outros, eles irão pensar que você é um deles.

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora