II

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Park JiSung


Depois daquele dia na floresta, eu não voltei mais. Isso foi já fazia uma semana. Meu pai me deu a maior bronca por ter "desaparecido" de repente, o melhor foi que ele não contou pra minha mãe, se não, eu ia levar uma bronca com direito a tudo.

Não falei que fui até lá, apenas falei que havia ficado andando e andando e acabei por perder a noção do tempo.

E aquela menininha? Eu não vi mais. Eu procurei ela pelo vilarejo todo, falei as características dela, mas disseram que nunca tinham visto ela por ali. Como assim, não viram? Era uma criança.

Desde daquele dia, eu venho tendo sonhos estranhos. Sonhos fantasiosos, com um lago, fadas, elfos, ninfas e etc... Eram confusos. Artes com asas e brilhantes. E aquele menino... Era o primeiro a aparecer nos meus sonhos. Ele nunca falava.

Eu estava tão atordoado com tudo isso que queria muito voltar lá só para ter respostas disso tudo.

E então, como todos os dias, eu saí com meu pai para trabalhar. Eu só não esperava encontrar alguém no meio do caminho. A Haneul, ela era minha amiga desde criança. Bom, ela dizia gostar de mim e meus pais queriam que a gente se casasse quando maiores. Se eu queria isso? Não. Haneul era apenas uma amiga e eu não queria vê-la como algo a mais do que isso. Chegava a ser estranho.

Crescemos juntos e eu a considerava como uma irmã, sabe?

Ela veio em minha direção, sorrindo.

- Oi,Oppa. Bom dia, você dormiu bem? Teve bons sonhos? - O sorriso dela era bonito, eu gosto. Era sempre muito alegre.

- Oi, Haneul, bom dia também. Dormi bem sim, e também tive bons sonhos. - Que mentira - Mas e você?

- Ah, estou bem. Sabe, Oppa, eu fiz aqueles bolinhos de chuva de você gosta. Então, eu resolvi trazer pra você lanchar no trabalho quando estiver descansando. - Ela me entregou uma espécie de pote enrolado no pano.

- Ah, Haneul, não precisava. Muito obrigado, vou comer com muito gosto. - Sorri, agradecido. - Agora, eu realmente preciso ir. Nos vemos mais tarde.

- Até mais tarde, Oppa. Tenha um bom trabalho. - Sorriu, acenando.

Eu voltei a andar, procurando meu pai mais a frente. Ainda bem que ele não viu, se visse ele com certeza ficaria fal-

- E então, filho, você e a Haneul estão namorando? - Ele brotou do meu lado do nada, como assim?

Soltei um suspiro. Eu já estava cansado das mesmas perguntas, porque eu sempre tinha que dar as mesmas respostas.

- Não, pai. Não estamos namorando, eu já disse que a vejo como uma boa amiga, nada mais que isso. - Caramba, é tão difícil entender isso?

- Você sabe que você vai ter que casar um dia, não sabe? Sabe que vai ter que dar netos a mim e a sua mãe. - Eu juro que me segurei para não revirar os meus olhos.

Eu ainda tinha apenas 16 anos. Só porque eles me tiveram com 18 anos, não quer dizer que eu também vou ter filhos com essa idade.

- Pai, por favor, agora não. Eu não quero me relacionar com ninguém e nem pensar em filhos agora. - Coloquei um ponto naquilo. Ainda bem que já chegamos no local de trabalho, se não, eu iria escutar mais e mais. Eu não estava aguentando mais.

O dia passou assim, eu trabalhando junto com os outros. Quando chegou a hora do descanso, eu fui pro mesmo lugar de sempre. Por que aquela garotinha não apareceu mais? E por que ninguém havia a visto? E que droga de bolinha era aquela?

Eu resolvi apenas comer os bolinhos de chuva que ganhei, estava uma delícia. Apesar de tudo, a Haneul cozinhava muito bem. E eu tinha certeza que ela iria encontrar alguém que a fizesse muito feliz.

Fiquei olhando para aquela floresta. Minha vontade de voltar lá, era grande. Bem grande mesmo, mas eu pensei bem. Seria certo?

Achei melhor ficar por ali mesmo.


***


Já era noite, provavelmente tarde. Depois do jantar, eu não estava muito bem para ficar conversando com a minha família, então, eu vim para o meu quarto. Aquela floresta não saía da minha cabeça.

Mais exatamente, aquele menino, não saía. Como ele curou meu braço?

Respirei fundo, pensando no que fazer agora. Talvez eu me arrependesse do que decidi.

Vesti um casaco e me coloquei meus sapatos. Coloquei um gorro, sair nesse frio despreparado é pedir pra morrer congelado.

Abri a porta do quarto devagar, estava tudo escuro. Significava que estavam todos dormindo. Fechei a porta de novo, trancando-a. Fui até a janela e saí por ali, eu esperava que não tivesse ninguém passando por ali naquele momento.

Foi certo, não havia. Só alguns homens em um pequeno estabelecimento onde chamavam de bar.

Passei sem ser percebido e fui para o tão conhecido caminho. Parece que agora, fica menos sombrio e assustador. Era para ser o contrário, não?

Não fiquei pensando nas possibilidades do que aconteceria e apenas entrei ali, outra vez.

Por que eu realmente vim até aqui? Era tudo tão confuso. Eu queria e não queria estar ali.

Comecei a andar, ouvindo as folhas secas sendo pisadas por meus pés, e a floresta ficando mais clara a medida que eu ficava mais longe do vilarejo, como semana passada.

Eu já havia andando fazia uns minutos, eu até cheguei em frente a um pequeno rio, onde a água era cristalina e estranhamente com algumas coisas cintilantes. Me agachei em frente a ele e estendi minha mão, pegando uma das pedras que haviam nele. A pedra parecia um cristal, parecia não, realmente era.

- Que coisa estranha... - Falei comigo mesmo.

- Um cristal é estranho para você? - Soltei a pedra no mesmo instante e me virei, assustado. Eu peguei um baita de um susto.

Mas... Não havia ninguém. De quem é essa voz? Meu Deus, eu tô ficando louco?

- Eu estou delirando, só pode - balancei a cabeça.

- Acha que está ficando louco? - Ouvi outra vez e virei para todos os lados. Mas que raios?! - Aqui, em cima.

Olhei pra cima e vi um menino. Não, não era um menino qualquer. Era o menino que me curou aquele dia. Oh, ele tinha sim voz.

- Então, você fala? - Continuei olhando pra ele, meio assustado - O que está fazendo aí em cima? Pra falar a verdade, quem é você?

- Você que invadiu a minha casa, deveria me falar o que veio fazer aqui outra vez - ele disse, firme. - Você não pode levar nada daqui, então, já pode ir embora.

Levar? O quê? Levar o quê?

- Levar? Eu não vou levar nada e nem quero. Eu só quero saber o que é você. Na verdade, o que você fez comigo? Você me curou, isso é impossível. E me fez ter sonhos estranhos que quase não me deixam dormir. E eu só vou sair daqui quando você me explicar - disse, sério.

Ele suspirou. Negou e pulou da árvore para o chão. Como...? Aquela árvore era muito alta. Certeza que se fosse eu, já teria morrido pela queda.

- Eu não posso. E nem vou. - Ele disse, antes de sair correndo. E rápido.

- HEY! Espere! - Corri atrás dele, mas, em um piscar de olhos, ele simplesmente... Sumiu.

Como ele sumiu tão rápido?

My Little Elf - ChenSungOnde histórias criam vida. Descubra agora