Capítulo 7: Xícaras

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— Primeiramente, eu sinto muito querida, de verdade. — disse McGonagall com um olhar terno, elas já estavam na sala dela. — Como você está?

— Bem, na medida do possível, — ela tentava a todo custo não pensar neles, mas sentia como se os traísse fazendo isso — podemos não falar sobre isso? Não hoje pelo menos…

— Claro, mas quando quiser falar, saiba que seus amigos não são os únicos que estarão dispostos a ouvir. — McGonagall deu um leve e raro sorriso, que acalmou um pouco a morena em sua frente. — Tem uma coisa que preciso perguntar, ainda envolvendo esse assunto, uma questão levantada pelo professor Snape. — Annabeth já se sentiu desconfortável, sabemos que ela não é uma das alunas mais queridas pelo professor de poções.— O seu sobrenome. Quando chegou em Hogwarts há cinco anos, me pediu para que a chamássemos pelo sobrenome de sua família adotiva, muito compreensível levando em conta… Bom, de qualquer forma, gostaria de saber se quer que continuemos a chama-la de Mitchell, de acordo com professor Snape isso pode vir a deixá-la triste.

— Claro que entristece, mas Black? O que ele acha que isso faz?  Ainda mais agora que ele está por aí.

— Senhorita Mitchell então, — sorriu mais uma vez a professora de transfiguração — já está tarde vá para o dormitório.

Annabeth saiu e caminhou pelos corredores e escadas em direção a torre da Grifinória, então veio a mente o que ela queria ter perguntado a professora, por que  os dementadores estavam procurando Black em Hogwarts? O que ele iria fazer ali? Nem de sua existência ele sabia, e se fosse algo com ela, teria procurado na Londres trouxa, então ela realmente  não era o motivo.

— Senha? — pediu a mulher gorda da pintura a óleo,quando Annabeth chegou a entrada secreta para a sala comunal da Grifinória.

— Fortuna Major! — disse se lembrando da senha que McGonagall lhe deu.

Ela passou pelo buraco do retrato e se deparou com o local vazio, ou quase vazio, estaria totalmente vazio se um certo rapazinho não estivesse esperando por ela sentado no último degrau da escada circular que levava ao dormitório masculino.

— Oi, novas invenções? — perguntou vendo que Jorge anotava freneticamente em um pergaminho enquanto tinha um sorriso travesso no rosto.

— Beth, sim, algumas. Estava esperando você, não comeu nada durante o banquete e depois sumiu, fiquei preocupado — disse largando a pena e o pergaminho e se levantado — está tudo bem?

Sabe quando você está uma droga por dentro e tenta manter as aparências, quando está fazendo de tudo para não chorar mas quando uma pessoa específica pergunta como tudo está, é  inevitável desabar? Assim estava Annabeth. Ela olhou nos olhos dele enquanto ele caminhava em sua direção, não disse uma palavra, não conseguia, sua visão foi ficando turva com as lágrimas que surgiam, ela deu o último passo para aproximá-los e o abraçou.

Se pudesse pensar em outra coisa, com certeza estaria se xingando mentalmente, ela pretendia passar esse ano como uma garota forte, de postura inabalável, temos que admitir que não foi um bom começo. Mas aquele abraço… Ah! Aquele abraço. Era tudo que ela precisava, Jorge não fez pergunta alguma, ou tentou consola-la, ele não podia imaginar a dor que ela estava sentindo, não saberia o que faria se perdesse alguém tão próximo, admirava ela por estar ali, tentando seguir, era sem dúvida a bruxa mais forte que conhecia. Ele apertou ela levemente e acariciou os cabelos bagunçados.

Ficaram assim alguns minutos, o único som no local era o da lareira, Annabeth foi se acalmando conforme prestava atenção nas batidas suaves do coração de Jorge, porém, como um flash, um despertador, a visão dele beijando Hydra veio a mente dela, que se afastou dele rapidamente.

A Filha Do PrisioneiroOnde histórias criam vida. Descubra agora