Depois de vários minutos na tempestade fria, ela já não chorava mais, havia visto e revisto seus piores momentos, era como assistir a um filme de terror.
Estava como se anestesiada, sentada na lama e encharcada. Sua temperatura corporal estava alta e, ela agora sorria, ou melhor, gargalhava, sozinha na Floresta Proibida.
Quem visse de longe diria que estava delirando de febre, mas estava lembrando de dias melhores, de dias de sol, dos dias felizes da família Mitchell.
Um frio maior chegou de repente, mais forte, gélido, como na cabine do trem. Ela não viu mas, uma nuvem de dementadores se movia em direção ao estádio de Quadribol.
Porém, um, apenas um dementador se desviou, voou em direção a ela na Floresta.Que presa fácil, uma garota rindo sozinha num lugar afastado, cheia de emoções, boas e ruins. Um belo jantar para um dementador.
Adhara sentiu que o frio de agora era diferente, olhou ao redor assustada e viu aquela coisa encapuzada vindo em sua direção. Sentiu seu coração disparar por um momento, então lembrou do professor Lupin.
“memórias felizes"
Ela fechou seus olhos, imaginou uma fila de memórias, agora ela não as temia mais. Passou, mais uma vez, pelas lembranças daquela tarde trágica. Depois, se lembrou de estar correndo pelo jardim com um pedaço de bolo e, seu pai Sr. Mitchell, correndo atrás dela. Foi um misto de lembranças felizes, dias de passeios, horas rindo com Oliver no sótão, compras e filmes com Emily...
Sentiu como se toda a felicidade de sua vida, tivesse vindo inundar seu corpo de uma vez. Abriu lentamente os olhos e com a varinha apontada para aquele ser, que já estava próximo a ela.
— EXPECTO PATRONUM! — berrou.
E da ponta de sua varinha irrompeu, não uma nuvem disforme, mas um animal prateado, deslumbrante, ofuscante. Ela apertou os olhos tentando ver o que era. Era um quadrúpede de estatura baixa, correu na direção do dementador e investiu contra ele que voou para longe.
Se virou lentamente para Adhara que ficou um pouco chocada, porém, encantada. Ele vinha caminhando sem deixar pegadas na lama da Floresta Proibida, quando chegou perto dela, ergueu uma pata dianteira.
Adhara se abaixou e quando estendeu a mão para tocar aquelas almofadinhas prateadas na parte inferior da patinha, ele sumiu.
“Um Wolfhound irlandês” — pensou lembrando do cão que via nas foto de Emily quando era criança.
Depois da sensação maravilhosa passar, ela voltou a sentir o frio e os tremores, pôs a mão na cabeça e sentiu que esta estava quentíssima. Virou meio tonta para tentar voltar ao castelo. A última coisa que viu foi Snape, parado olhando para ela como se tivesse visto um fantasma. A cor preta das vestes do professor se espalharam e preencheram toda a vista da garota que, teria dado de cara na lama ao desmaiar se Snape não a tivesse parado-a com um feitiço.
Acordou um tempo depois numa cama fofinha, não abriu os olhos para ver onde estava, mas começou ouvir algumas vozes conhecidas.
— Anda, Harry, você nunca perdeu o pomo antes.
— Tinha que haver uma primeira vez — disse Jorge.
— Mas a coisa não terminou aqui — disse Fred. — Perdemos por uma diferença de cem pontos, certo? Então se Lufa-Lufa perder para Corvinal e vencermos Corvinal e Sonserina...
— Lufa-Lufa terá que perder, no mínimo, por duzentos pontos — ouviu Jorge.
— Mas se eles vencerem Corvinal...
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Filha Do Prisioneiro
FanfictionA Filha Do Prisioneiro - Livro 2 da saga As Últimas Black's Depois de um ano agradável em Hogwarts, com novos amigos, algumas brigas e detenções, Annabeth voltará a escola com um peso adquiro em sua férias. Neste ano os laços de amizades serão abal...