Capítulo 26: Sala Precisa

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- Percy... Sirius Black! - disse Rony com a voz fraca. - No nosso dormitório! Com uma faca! Me acordou!

A sala comunal mergulhou em silêncio.

- Que bobagem! - exclamou Percy parecendo espantado. - Você comeu demais, Rony... Teve um pesadelo...

- Estou lhe dizendo...

- Agora, francamente, já é demais!

A Prof.ª a Minerva estava de volta. Ela bateu o retrato ao entrar na sala comunal e olhou furiosa para todos.

- Estou encantada que a Grifinória tenha ganhado a partida, mas isto está ficando ridículo! Percy, eu esperava mais de você!

- Com certeza eu não autorizei isso, professora! - defendeu-se Percy, se empertigando, indignado. - Estava justamente dizendo a todos para voltarem para a cama! Meu irmão Rony teve um pesadelo...

- NÃO FOI UM PESADELO! - berrou Rony. - PROFESSORA, EU ACORDEI E SIRIUS BLACK ESTAVA PARADO AO MEU LADO SEGURANDO UMA FACA!

Os novos berros de Rony tiraram Adhara de seus pavorosos pensamentos.

"Será que era ele aquele vulto? Podia ter acabado comigo naquele momento, por que não o fez? Talvez não tivesse certeza que era eu..."

- Você está bem? -Hydra perguntou.

Adhara apenas assentiu.

- Não seja ridículo, Weasley, como seria possível ele passar pelo buraco do retrato?

- Pergunte a ele! - respondeu Rony apontando um dedo trêmulo para o avesso do retrato de Sir Cadogan. - Pergunte se ele viu...

Com um olhar penetrante e desconfiado para Rony, a professora empurrou o retrato e saiu.

Todos na sala procuraram escutar prendendo a respiração.

- Sir Cadogan, o senhor acabou de deixar um homem entrar na Torre da Grifinória?

- Certamente, minha boa senhora! - exclamou o cavaleiro.

Fez-se um silêncio de espanto, tanto dentro quanto fora da sala comunal.

- O senhor... O senhor deixou? Mas... E a senha?

- Ele sabia! - respondeu Sir Cadogan com orgulho. - Tinha as senhas da semana inteira, minha senhora! Leu-as em um pedacinho de papel!

A professora tornou a passar pelo buraco do retrato e encarou os alunos atordoados. Estava branca como giz.

- Quem foi - perguntou ela com a voz trêmula -, quem foi a criatura abissalmente tola que anotou as senhas desta semana e as largou por aí?

Fez-se um silêncio absoluto, quebrado por gritinhos quase inaudíveis de terror.

Neville Longbottom, tremendo da cabeça às pontas dos chinelos fofos, ergueu a mão no ar.
Ninguém na Torre da Grifinória dormiu àquela noite.

Todos sabiam que o castelo estava sendo revistado novamente e os alunos da casa permaneceram acordados na sala comunal, esperando para saber se Black fora apanhado.

Adhara se sentia confusa, assustada e em choque e, ao mesmo tempo curiosa, queria ir atrás dele, encontrar e confrontar seu pai.

- Como você está? - Jorge perguntou abraçando ela.

- Vou ficar melhor lá no meu quarto. - ele se afastou e ia virando quando ele a segurou.

- Não vai ficar sozinha lá!

- Hey, meu sol - disse passando as mãos pelos cabelos alaranjados dele. -, acredite, vou ficar melhor lá.

Ela olhou ao redor, ele acompanhou seu olhar, vários alunos assustados, tremendo, outros conversando cheios de adrenalina, porem, muitos lançavam olhares tortos a ela.
Jorge a abraçou novamente, ela encostou a cabeça no seu peito e podia ouvir as batidas de seu coração.

A Filha Do PrisioneiroOnde histórias criam vida. Descubra agora