Capítulo 12: Senhorita Black

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Já era outubro, e Annabeth conseguia cada vez mais se sentir normal. Não pensava mais a todo instante na perda que teve durante as férias, só quando chegavam as cartas de Oliver. Pobres corujas, que voavam de um país a outro, deviam inventar logo um meio de comunicação mais rápido e que não cansasse os animais.

Em relação às aulas, já havia se adaptado ao ritmo do quinto ano. Ela estava amando as aulas de sábado, mesmo não tendo progredido nada, sempre a mesma fumacinha que durava poucos segundos. Mas, teimosa como só ela, não desistiria tão fácil.

Lá pela noite do dia dezesseis, ela teve um pesadelo terrível. Começou com ela estando em sua casa, aquela comprada para ela, tudo estava em chamas, ela ouvia a voz de Oliver pedindo ajuda, viu seu irmão rodeado pelo fogo, mas não conseguia alcançá-lo. Depois estava em Hogwarts, mas essa parte do sonho era diferente, ela sabia, por que podia sentir como se realmente estivesse lá. Estava no Salão Principal, mas as grandes mesas, não estava lá. Alunos da Corvinal a acusavam de algo, ela não sabia do que, não podia entender. Os seus amigos, da Grifinória, só observavam, enquanto os da Sonserina, a defendiam. Ela pôs as mãos na cabeça e fechou os olhos, quando os abriu -ainda no sonho - estava na Floresta Proibida, havia um ser horripilante, que ela sabia o que era. Um dementador, ele abriu a boca e inspirou, Annabeth foi sendo sugada para dentro da boca dele até que acordou, com uma quantidade de água sendo jogada em seu rosto.

— Você está bem? — perguntaram as três meninas.

— Uhum, foi só um pesadelo. — respondeu secando o rosto e se recuperando um pouco. — Como sabiam, eu gritei, por acaso?

— Não, foram os pingentes. — Lize disse.

— Brilharam tão fortes que a luz nos acordou. — Lia comentou segurando o pingente de espiral cinza, de sua própria pulseira.

— Quando tentamos te acordar, vimos que não estava respirando. — Gina disse com cara de tristeza. — Não conseguirmos te acordar, então Lia jogou água em você.

— Obrigado meninas. Mas foi só um pesadelo mesmo, podem voltar a dormir, eu também vou.

Cada uma voltou pra sua cama, Lia, mal deitou e já adormeceu. Lize demorou um pouco, e Gina, ficou encarando Annabeth, sabia que ela não dormiria de novo.

— Foi com Oliver? — a ruivinha perguntou em sussurros.

— Parte sim. — Anna respondeu, virando a cabeça para o lado, ficaram se encarando por um tempo. — Volta a dormir, faltam umas horas ainda para o sol nascer.

— Escreve pra ele, vai se sentir melhor. — aconselhou a pequenina antes de se virar para o outro lado e se entregar ao sono.

Annabeth pegou um pergaminho e uma pena, desceu para a comunal, onde a lareira se ascendeu sozinha, sentou próxima a ela e escreveu para Oliver, queria saber como ele estava, se aquele sonho tinha algum significado. Esperava que não.

Ela não estava afim de ir ao corujal aquela hora, voltou ao dormitório, se deitou e tentou dormir. Não conseguiu. Por isso, pela manhã, estava simplesmente insuportável. Os amigos já sabiam que quando ela estava com sono, era melhor nem falar com ela, e pelo tom que deu, bom dia, quando se sentou para o café, depois de ter enviado Shadow para os EUA novamente, nem os gêmeos puxaram assunto.

Esse dia, era o típico dia em que tudo que pode dar errado, dá errado duas vezes.

Ainda no café da manhã, derrubou pudim em seu uniforme, indo para a aula de transfiguração a alça de sua bolsa arrebentou, fazendo todos os livros caírem no chão. Durante a aula de feitiços quase acertou o professor Flitiwick.

A Filha Do PrisioneiroOnde histórias criam vida. Descubra agora