14. Vagabunda é a sua mãe

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Me escondi dentro do closet da minha irmã, nem sei como consegui sair sorrateiramente do quarto de hóspedes e consegui chegar sem ser vista.

Por fora eu estava calma e tranquila, tinha sido treinada para tal, meu pai fazia simulações dessas tragédias várias vezes e sempre que alguém mostrava sinais de desespero ele parava tudo e nos dizia que bandidos odeiam vítimas ansiosas e desesperadas.

Por dentro eu estava desesperada, meu coração martelava dentro do peito, o gosto amargo tomou conta do meu paladar e eu repeti muitas vezes mentalmente:

- Não chore, se acalme.
- Não chore, se acalme.
- Não chore, se acalme.

Ouvi várias sirenes se aproximando e pedi à Deus que ficasse tudo bem, comecei a andar pelo closet contando os segundos. Orando para que tudo ficasse bem.

Nunca acreditei muito em Deus, mas minha mãe já tinha me falado da existência dele e apesar de eu nunca ter orado em 19 anos de vida achei que o momento era propício.

- Deus, eu sei que nunca falei com você. Nem sei como fazer pai nosso, ave Maria e aquelas outras orações dos santos todos que existem, mas eu te peço, me dê uma saída, faça com que tudo fique bem, é só o que eu te peço.

Comecei a chorar, mesmo tentando me conter.

- Minha irmã e meu cunhado não merecem isso, minha irmã luta pela justiça, pelo bem, então preserva a vida dela eu te imploro. Por favor, meu Deus! Cuida deles e coloque esses marginais no lugar em que achar devido. Cadeia, manicômio judicial... Só faça com que tudo fique bem...

Nessa hora eu lembrei que meu pai sempre tinha uma arma em casa e ele sempre a escondia em um cofre. Com 15 anos ele me pagou um curso de tiro e horas no stand de tiro, se eu tivesse uma arma...

Normalmente só pode pegar numa arma ou treinar e fazer cursos com 25 anos, mas sendo filha de juiz da vara criminal da cidade eu tive direito à fazer isso bem antes.

Talvez minha irmã tivesse, ela é delegada! Comecei a procurar nas paredes do closet, então achei um cofre, mas eu não tinha a senha. Quando já estava prestes a me desesperar, de vez, vi uma caixinha de madeira em uma prateleira.

Ela era diferente de todas as outras, peguei-a com cautela, coloquei em cima da bancada de jóias e abri. Era um revólver calibre 38 de madre pérola com ouro.

Coloquei a munição, respirei fundo e saí do closet tentando não fazer barulho, quando entrei no corredor ouvi o choro da minha irmã e pude ver um dos criminosos a estuprando e dizendo:

- Você é a maior vagabunda! Gosta de prender estuprador porque na verdade o que está te faltando é isso!

A raiva me tomou de uma maneira nunca vista antes, respirei fundo uma última vez, levantei a arma, fui andando até a sala a passos largos e antes que pudesse raciocinar ou que desse tempo do filho de uma puta notar a minha presença eu atirei na sua cabeça várias vezes seguidas, fazendo com que ele caísse no chão.

Pude ver o sangue jorrando e escorrendo pelo piso da sala, eu não podia me concentrar naquilo, o outro bandido estava se dando conta de que tinha perdido o parceiro, então quando ele ia se virar para procurar de onde tinham vindo as balas eu mirei na sua região genital e atirei.

Ele caiu e começou a gritar, sem raciocinar direito eu corri até ele, chutei sua arma para longe, me abaixei do lado dele e disse:

- Vagabunda é a sua mãe que não teve a brilhante ideia de te abortar, seu lixo humano!

Então ouvi um barulhão. A porta foi arrombada e a polícia entrou com as armas já em punho, eu corri para o lado da minha irmã que estava encolhida do lado do sofá toda ensanguentada e chorando.

 A porta foi arrombada e a polícia entrou com as armas já em punho, eu corri para o lado da minha irmã que estava encolhida do lado do sofá toda ensanguentada e chorando

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Proibido para mim - Livro 06 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora