16. Você vai embora da cidade

2.7K 201 3
                                    

Eu estava dormindo depois de ter ficado a noite inteira me sentindo culpada pelo o que tinha acontecido.

Eram muitas coisas novas para assimilar. Eu não era mais virgem, tinha ficado com o garoto mais gostoso e popular da minha escola, meu único amigo garoto tinha se declarado pra mim.

Pouco tempo depois toda a confusão estava armada e eu não sabia o que ia acontecer. Estava quase acordando quando meu pai chutou a minha porta e me acordou empurrando o meu colchão. Me encolhi e comecei a encará-lo, assustada, ele me olhou e disse:

- Você achou que eu não fosse descobrir?

Não respondi nada, naquela hora eu sequer sabia se ainda tinha cordas vocais ou se o gato tinha comido minha língua:

- Tantas famílias pra você se envolver e você foi fazer isso com os Cavallero? Você é burra ou o quê?

Queria poder falar que Liz ficava com todos os garotos presentes em cada festa que ela ia, mas o medo era tanto que eu não conseguia me manifestar.

- Só pra você saber, sua pirralha estúpida, todos na cidade já estão sabendo que a filha do magistrado é a vagabunda que acabou com a família Cavallero e isso acaba com a minha reputação ilibada.
- Não chame nossa filha de vagabunda! - gritou minha mãe.
- Sua filha, essa peste não é nada minha!

Então ele me virou um chute nas costelas e disse:

- A partir de dezembro vamos dizer que você recebeu uma oportunidade boa demais para ser desperdiçada e foi morar em São Paulo com seus tios.
- Não... - comecei a chorar.
- Você gostou na hora de dar para dois garotos numa mesma festa?
- Eu não fiz isso...

Olhei para minha mãe implorando para ela intervir. Ela apenas abaixou a cabeça e começou a chorar.

- Você fez porque todos na cidade estão dizendo isso, as filhas da Denise e do Sérgio saíram da cidade por causa dessa confusão e elas estão grávidas. O garoto mais velho tentou se matar, você tem noção disso?
- Não... mãe, por favor... - implorei.

Meu pai virou um soco no meu nariz e disse:

- Essa briga é entre nós dois, não meta sua mãe nisso.
- Pai, eu não sabia que o Daniel gostava de mim, eu não fiz nada demais com o Felipe, eu só...
- Eu não quero saber - ele me interrompeu - e se você estiver grávida não coloque o sobrenome Assunção na criança porque esse bastardo não é meu neto...
- Mamãe... - eu disse chorando.

Ela apenas me olhou e fez que não com a cabeça. Ela tinha acreditado naquela bobagem? Quem teria espalhado boatos tão cruéis? A vida poderia piorar

 Ela tinha acreditado naquela bobagem? Quem teria espalhado boatos tão cruéis? A vida poderia piorar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Proibido para mim - Livro 06 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora