Algumas horas se passaram e, enquanto dezenas de espaçonaves proporcionadas pela Federação dos Planetas embarcava o povo luciferiano para outro planeta, escolhido para que, efetivamente, reconstruíssem sua Nova Lúcifer, Kam e Miri desfilavam pela cidade montados no mesmo charrant, acenando para uma multidão comovida, seguidos de Abram e Aaron, Lavi e Deborah, também no mesmo animal. Logo mais atrás vinham Sheppard, Harrison e Anne, seguidos de centenas de soldados. Um espetáculo à parte eram os voos rasantes feitos pelos Firefly. Mais atrás chegavam os soldados feridos, levados por Adina em um trooper. A moça, que já havia acomodado três soldados com ferimentos graves no veículo, percebeu que Harrison estava por perto. Assim, parou o veículo ao lado do trio que andava em charrants:
– Harrison, sou eu! – gritou Adina, para chamar a atenção do rapaz. – Eu estou com cinquenta soldados bem feridos aí atrás, vindo a pé. Você poderia me ajudar? Aquele dia você se saiu tão bem!
– General, eu posso?
– Sinceramente, Harrison? Pode ir! – afirmou, sorrindo.
Assim, o rapaz desceu de seu animal e foi embora no trooper, com Adina. A reação do general causou certa estranheza em Anne.
– General, você estava com pressa de ir embora. O que houve?
– Sabe, Anne, pela forma que ela olhava o Harrison, acho que vai sobrar assento em nossa carona de volta. Agora, vamos, e... Ah! Seu marido pediu para que você voltasse logo.
– Meu Deus, ele está com saudades! General, quando voltaremos?
– Assim que apararmos as arestas. E preciso convencer Kam e Miri, ou Mike e Kate, a irem conosco. Preciso ter uma conversa urgente com eles, mas tem de ser na Terra. Mas, por ora, veja como eles estão felizes.
De fato, mais à frente, Kam e Miri pararam diante da catedral em que se casaram e a moça arqueou o corpo para trás, olhando nos olhos do marido.
– Hoje, a nossa igreja parece mais linda do que nunca – observou Miri. – Veja, a luz de nossos sóis iluminando-a quando se põem... Dá um quê místico a ela.
– Tem razão – respondeu Kam, sorrindo, olhando no fundo dos olhos de Miri. – Quero que saiba que a amo.
– Eu também o amo.
– Só gostaria de saber quem é você, Miri ou Kate. – indagou sorrindo.
– Como já disse, isso importa? Não importa quem eu seja, aqui em Lar, serei Miri, na Terra, serei Kate. E para você? Para você eu serei a mulher que o ama hoje e para sempre, é só o que importa – respondeu, enfaticamente.
Então o casal se beijou, para alegria da multidão que os ovacionava. Passando pela Casa de Cuidados, Kam e Miri viram uma imagem que os fez sorrir. Dentro do trooper, Harrison e Adina se beijavam, enquanto alguns assistentes da casa tiravam os mais doentes do trooper. Miri tapou a boca para segurar o riso. Kam sorriu e acelerou para chegar na casa de Abram. Ao entrarem, encontraram Abram, Aaron, Sheppard, Sara e Ester aguardando-os.
– Finalmente chegaram! – exclamou Abram, vendo os filhos entrarem pela casa. Achei que iam ficar comemorando com o povo até amanhã.
– Hoje é um dia de comemorações, pai! – exclamou Miri.
– De comemorações e de despedidas, ao menos por um tempo – observou Aaron. – O que o general Sheppard nos disse é preocupante.
– O que foi, general? A ameaça luciferiana não acabou? – indagou Miri.
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Os Sóis de Lar
Science FictionO que acontece se o seu reflexo no espelho não for uma ilusão, mas realidade? Kam é um alienígena humano que vive com seu povo em exílio no planeta Lar, dominado por invasores, os luciferianos. Acidentalmente ele volta dois mil anos no passado e lá...