A chegada em Lar

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Um humano andava pelos longos corredores de um lugar com teto alto e ovalado, uma leve iluminação azul-claro, chão negro, parecia-se com um palácio da Terra. Observou que as salas eram divididas em arcos com mais de cinco metros de altura e cada entrada era guardada por um vigia com lança de raios. A armadura vermelha de Vip contrastava com aquele lugar. Ele andava sem a máscara e era observado com certa relutância pelos soldados, mas todos estavam avisados sobre aquela presença, então, apenas curvavam-se, conforme as ordens de Aluah. Dois soldados o escoltaram por aquele lugar, para indicar-lhe o caminho. Parou diante de uma enorme porta de vidro opaco. Com um sinal de braço, o vidro desapareceu no ar e Aluah pôde ser visto diante de uma enorme mesa, em frente ao seu trono, com sua equipe de generais. Era necessária a apresentação de mais um general.

– Senhores, quero que conheçam Marcinho Vip, assim como gosta de ser chamado. Meu mais novo general na luta contra os humanos.

– Olha só onde eu vim parar! Isso aqui parece coisa de filme de ficção científica! Olha só todos vocês, essas caras azuis... Quando criança, a gente achava que alienígena era um homenzinho verde bem pequeno com antenas na testa, no entanto, vocês são bem altos, fortões, sem antenas e azuis! – riu.

– Aluah, esse humano é insolente – reclamou Gedreal. – Não sei se devemos confiar nele também!

– Você está questionando meu julgamento, Gedreal? – bradou Aluah. – Esse humano será uma arma fundamental contra Kam! Precisava contrabalancear a guerra, trazendo alguém para lutar por mim, sem a necessidade de me expor.

– Desculpem, milordes! – zombou Vip, sabendo que eles não tinham a menor ideia do que falava. – Mas, na Terra, fui criado no meio de gente muito pobre e não sei mesmo me comportar diante da realeza.

– Tirando o Rei, que é realeza e militar, todos somos militares, rapaz! – afirmou Yekun. – Mas exigimos respeito na forma como se dirige a nós.

– Sim, senhor! – afirmou, batendo continência. – Nesse caso, trago uma informação importante para esse conselho! Aquele Kam tem uma mulher, chamada Miri, que é igualzinha a uma pessoa de quem gosto. E ela também tem os mesmos poderes que ele!

– Como pode isso, majestade? – perguntou Abbadon, procurando disfarçar certa preocupação com a notícia.

– Eles devem ter usado a tecnologia daquela nave, a mesma que usei nesse rapaz, imagino. Agora Kam deve ter recobrado toda a consciência de si.

– Majestade, desculpe, mas ela já tinha os poderes, mesmo quando o senhor controlava a nave.

– O quê? – perguntou Aluah, surpreso. – Isso não é possível. A menos que...

Aluah, então, baixou sua mão sobre a mesa e um enorme mapa topográfico ergueu-se, mostrando toda a região. Era possível observar o mar, as montanhas e as cidades humanas, assim como a floresta proibida.

– Aqui, neste ponto, onde há uma formação de plantas, nos tempos de Yehoshua, ficava a cidade de Jarzalé, a principal cidade humana deste planeta. Existiam lá comércio, atividades produtivas, centros de estudos e o principal centro de desenvolvimento de tecnologia militar. Yehoshua seria o rei dos humanos, e se dirigiu à Terra antes de eclodir a guerra. Eu sei que lá existe tecnologia para tornar o cérebro humano mais poderoso, permitindo a eles utilizar cem por cento de sua capacidade.

– E por que não roubamos a tecnologia na época? – perguntou Penemue.

– Ela não se adaptava a nosso cérebro, diferente do dos humanos. Nosso aproveitamento é de quinze por cento, comparado com eles, normalmente. Eu consegui adaptar a tecnologia para aumentar para oitenta por cento. Ainda insuficiente.

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