Aaron e Ester

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Kate acordou naquele dia com fortes tonturas. Não parou de sonhar um único instante com Mike naquela noite. Instintivamente, olhou para seu relógio e procurou levantar seu corpo do sofá no qual se acomodara. Olhou para as chaves da casa sobre a mesa de centro e lembrou-se das palavras de Paulo: assim que acordasse, deveria ir até uma instalação especial da Polícia Federal, de conhecimento apenas de agentes da inteligência. Poucas pessoas iam até lá. Kate estava sentindo falta de roupas, de banho, de alimento, de abrigo, de Mike.

– Ah, Mike, onde você está agora? Meu Deus, que saudades que tenho de você.

Rapidamente se vestiu, mas precisava de roupas íntimas novas. Investigou os quartos da casa e percebeu, por uma foto, que um deles era de uma jovem moça. Abriu a gaveta e percebeu que havia roupas íntimas ainda no plástico. Deixou um bilhete com seu telefone e endereço em um pedaço de papel e escreveu a palavra "emergência", agradecendo a Deus pelas peças terem lhe servido bem. Mike, definitivamente, iria gostar daquelas roupas, um sutiã e uma calcinha preta bem-rendados. Após tomar um suco e comer algumas frutas da geladeira, saiu correndo até uma agência bancária e sacou dinheiro por meio do sistema biométrico. Abasteceu a moto e pôs-se a pegar a estrada, não sem antes ter comprado um celular pré-pago. Precisava dar notícias aos seus pais.

Enquanto isso, Sheppard trabalhava em uma penetração que fariam em um país estrangeiro quando um analista entregou-lhe um relatório intrigante.

– General, sabe aquela onda de energia que as nossas agentes mediram no último domingo, emanada daquela moça no Brasil?

– Sim, você já a estudou? O que é essa onda, para onde ela vai?

– Segundo nossos relatórios, essa onda vem do espaço sideral, general. Não sabemos exatamente do que se trata, mas está diretamente ligada a ela.

– Curioso. O Hubble não consegue nos dar uma noção da origem?

– Como disse, senhor, vem do espaço profundo. Já tentamos essa alternativa.

Sheppard sabia que precisaria agilizar os procedimentos para a viagem que faria. A incursão teria de ser bastante sigilosa. Apesar do bom relacionamento que o governo dos Estados Unidos tem com aquele país, não seria conveniente aguçar curiosidades, sobretudo quando se trata de segurança nacional. Repentinamente, bateram-lhe a porta.

– Sim, pode entrar.

– Sheppard, precisamos conversar.

– Sim, Donald, de que se trata?

– Eu não falei tudo para você. Entretanto, depois do que vi... Você poderia, por favor, me servir um scotch?

– Ah, claro, uma ou duas doses? Com gelo...

– Três doses, sem gelo. Sei que você não economiza com bebida.

Servindo-se de um generoso gole de uísque, Donald ainda se questionou se deveria ou não envolver mais pessoas. Mas a realidade que vira não permitia que ele deixasse seu governo sem informações que poderiam ser relevantes.

– Eu disse a você que meu filho estava realizando escavações para sua tese, correto?

– Sim, e o que mais?

– Ele não estava sozinho. Conversei ontem com a minha esposa e um amigo dele foi até a minha casa para conversar com Mike, mas meu filho está novamente sumido.

– Isso é importante! – afirmou o general, não mostrando estar surpreso – E o que mais?

– Mike nunca fazia nada sozinho, sempre carregava esse amigo consigo. E justamente esse amigo foi à nossa casa ontem.

Os Sóis de LarOnde histórias criam vida. Descubra agora