Poderes para Marcinho Vip

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Finalmente, Marcinho Vip conseguira um helicóptero para deixá-lo nas coordenadas indicadas pelo alienígena. Naquele momento, ele e uma certa moça loira sobrevoavam as selvas peruanas em direção a Patcha. Sob os pés do traficante, um imenso mar verde, cortado por rios e cachoeiras. O céu estava com um azul bem forte, e viam-se revoadas de pássaros. Apesar da beleza do dia, o traficante estava lá por um motivo nada bonito. Ansiava pelo poder que aquela assombração de alienígena lhe prometera. E usaria aquilo para eliminar todos os que acabaram com sua vida de traficante. Começando por uma certa doutora. Após algumas horas de voo, chegaram a um clarão no meio da selva.

– É o máximo que posso vir com meu tanque, senhor. Se for mais adiante, não tenho como voltar.

– Não há problema! – respondeu-lhe a mulher. – Deixe-nos ali, naquele clarão.

O helicóptero pousou em uma enorme clareira na selva e descarregou equipamentos e suprimentos comprados por Vip, apesar de a moça ter lhe falado que a única coisa de que ele precisaria seria um bote de borracha forte o suficiente para a correnteza.

– Bem, acho que agora a coisa é comigo! – afirmou Vip. – Vou pôr esse barco na água e devo seguir reto no rio por cinco horas, certo?

– Isso mesmo. Quando você chegar lá, deve mergulhar e deixar o restante comigo.

Em Lar, o dia amanhecera. Kam e Miri estavam deitados juntos, lado a lado, em um quarto de bar, no vilarejo de Jó. A moça contemplou o rosto do rapaz, pensando em que tipo de futuro teriam juntos. Miri o acariciou, ouvindo que ele balbuciava seu nome no meio do sonho. Ela sorriu. A moça então rolou por sobre o rapaz, que acordou em meio aos beijos da garota.

– Miri... – balbuciou. – Já é dia?

– Já, preguiçoso! Vamos, que a nossa viagem ainda vai ser longa até chegarmos em casa – respondeu, sorrindo.

Kam levantou-se e observou uma movimentação nas imediações. Viu que homens estavam correndo de um lado para o outro. Naquele momento, o rapaz pressentiu que teriam companhia. Não seria uma viagem a dois, como começara, mas uma viagem com um pequeno agrupamento. Kam desceu as escadas seguido por Miri e deram de cara com Aaron, que não gostou nada de saber que ambos dormiram juntos.

– Kam, precisamos conversar sério – disse Aaron sério.

– Pai, que bom ver você aqui! – disse Miri, ao mesmo tempo que lhe dava um abraço. – Como está mamãe?

– Sua mãe está ótima, Miri. Agora, eu vim aqui para conversar com este moço, não é mesmo, Kam?

Vendo que o filho estava em apuros, Abram foi ao encontro do trio. Ele conhecia bem o irmão e sabia quando ele estava nervoso. Naquela hora, lembrou-se do momento que tiveram depois de uma batalha com três soldados luciferianos e lembrou também que Aaron sempre desejou casar a filha virgem...

– Meu irmão, como você está?

– Eu estou bem, Abram! – respondeu, abraçando-o. – Mas quero ter uma conversa séria com seu filho.

–O que aconteceu?

– Bem, tudo começou com o que pensei ter sido um sonho. Três dias atrás, estava andando à noite pelas minhas terras, quando me pareceu ter visto minha filha e seu filho deitados abraçados em uns campos de flores perto de casa. Eu os vi de longe, mas vi. Achei que tivesse bebido demais. Mas daí, na manhã seguinte, vi passar um monte de soldados luciferianos pelas minhas terras, coisa que jamais pensei que veria na vida. Ontem, resolvi vir até Jó para fazer umas compras e então me deparo com a novidade que todos estão dizendo, de que Kam possui os mesmos poderes do imperador. Chego aqui e o vejo dormindo com a minha filha. E, como se não bastasse, enxergo um brilho nos olhinhos dela. O que me diz, Abram? – perguntou, encarando o irmão.

Os Sóis de LarOnde histórias criam vida. Descubra agora