Uma festa de aniversário

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Mike amanhecera pensando em um meio de ajudar o doutor Aristides com seu problema de orçamento. Podia pedir apoio ao pai, mas sabia que o professor tinha reservas com relação à sua família. E ainda tinha de passar em alguma loja para comprar roupas para a festa à noite. Gostaria de parecer bonito para alguma possível pretendente. Foi quando, andando em uma praça, uma ideia veio à sua mente. Será que poderia alterar a estrutura molecular de uma pedra para transformá-la em diamante? Quando recebeu a transferência de memória de Aluah, alguns detalhes sobre suas habilidades pareceram ocultos. Lembrou-se que o diamante vem do carvão. Certamente, essa seria mais fácil. Passou, assim, em frente a um bar que estava iniciando o preparo de um churrasco e pediu uma única pedra de carvão. Após alguns instantes, concentrou-se e sua mão passou a emanar uma luz azul. Em pouco tempo, uma enorme pedra de diamante estava em sua mão. Prensou a pedra dura, alterando sua estrutura novamente para quebrá-la em pequenos pedaços, o que tornaria a venda mais fácil. Lavou-os em uma pia de banheiro de um bar e se dirigiu para o centro da cidade. Com apenas três pedras, sob os olhares desconfiados dos avaliadores, conseguiu dez mil reais. Poderia repor a perda de seu equipamento, comprar uma roupa e um presente para a aniversariante que nunca vira e ainda sobraria. Comemorou, sabendo que deveria prosseguir nessa rotina com cuidado para não chamar a atenção de pessoas curiosas sobre de onde viriam tantas pedras...

Kate estava comentando com Paulo sobre seu primeiro progresso: iria para uma partida de futebol. Por sorte, parte do que falou ao traficante não era mentira, porque de fato jogou anos antes no time amador feminino do clube da PM e tinha se sagrado campeã várias vezes. O grande problema era resolver o item "namorada", mas já tinha uma saída em mente.

– Eu vou levar uma prima minha, Paulo – respondera ao telefone. – Ela e o namorado não são da região, os traficantes não vão desconfiar. O difícil será ela concordar, mas vou vê-la hoje à noite e conversaremos sobre isso.

– Não gosto da ideia de envolver uma civil neste caso, Kate. Se você quiser, posso designar uma agente da PF para fazer o papel.

– Não, preciso parecer convincente. Não vou me incomodar de dar um "selinho" ou mesmo um beijo de leve na minha prima, mas em uma estranha eu vou. Eu não tenho nada de lésbica. Já vai ser difícil fazer o papel, não sou nenhuma atriz!

– A ideia foi sua!

– Melhor do que fazer papel de delegada piranha, de vagabunda! Sem contar que ele daria em cima de mim! Ontem ele veio aqui para resolver o problema de um capanga dele e ficou me secando o tempo todo! – afirmou com firmeza.

– Só tome cuidado. Olha, hoje à noite uma equipe minha pode ir até sua casa para que você possa receber orientações, escutas, equipamentos, enfim.

– Hoje não dá, Paulo. Faço aniversário e quero estar em casa com meus pais. Eles vão fazer um bolinho, chamaram essa minha prima, que espero que venha sozinha... Não estou para baile hoje!

– Ok, Kate. De qualquer maneira, feliz aniversário!

– Obrigada!

Logo após desligar o telefone, bateram à porta de Kate. Era Alice, que se aproximara entusiasmadamente, já cumprimentando a prima pelo aniversário.

– Kate, o que você está fazendo aqui? Os tios falaram que você tinha o dia de folga! – exclamara, aos pulos. – Você não pode ficar aqui hoje!

– Alice, eu vim porque tinha uns probleminhas para acertar. Mas foi bom você vir aqui porque preciso pedir um favor.

– Ah, um favor? – exclamou, aos gritinhos. – Tudo bem, mas a gente vai sair daqui agora!

Os Sóis de LarOnde histórias criam vida. Descubra agora