O Vilarejo de Jó teve uma noite bastante movimentada com as comemorações do casamento de Kam e Miri. O casal, que apareceu no meio da festa, foi recebido com muita alegria. Comida e bebida foram servidas e Kam e Miri se beijaram inúmeras vezes para a alegria das pessoas. Entretanto, Aaron e Abram não festejaram muito. Ficaram reunidos a noite inteira para falar sobre a guerra que se anunciava. Aluah usaria seus poderes para invadir território humano e ninguém sobreviveria. E mesmo com os poderes de Kam, receavam pela derrota, que custaria não apenas suas vidas, mas, sobretudo, a de mulheres e crianças.
– Aaron, eu sei que você prometeu para Ester que jamais iria para a guerra novamente. Mas agora vou ter de fazer você cumprir aquela promessa.
– Sim, eu sei. Eu lhe prometi que, sempre que precisasse de mim, para o que quer que fosse, eu iria lhe ajudar. Mas eu jamais pensaria que seria para a guerra contra os luciferianos.
– Precisamos de armas melhores. Nisso, Anvoc está nos ajudando – observou Abram.
– E onde está ele?
– Fazendo armas de raios. Vamos precisar de todo o armamento possível para a guerra.
– Precisamos planejar uma estratégia de batalha.
– Aaron, vamos nos reunir com o Conselho de Guerra para discutir isso.
– Antes, devo ver Ester. Nossas mulheres precisam saber que nossos filhos estão finalmente casados, para que elas possam iniciar os preparativos do casamento das mães – respondeu, levantando-se da mesa na qual terminavam de comer.
– Sim, meu irmão. Vá! Eu o esperarei para que você possa, novamente, ocupar sua cadeira no Conselho de Guerra. Voltarei hoje para a cidade e farei o mesmo quando encontrar Sara.
Aaron saiu de sua reunião com Abram e foi se encontrar com Miri e seu novo filho. Chamá-lo assim – filho – despertava nele uma comoção bastante forte. Encontrou-os tomando o café da manhã na casa de Lavi, onde pernoitaram após a festa do casamento.
– Meus filhos, que bom que estão acordados. Vim aqui para me despedir e dizer que vou anunciar a novidade para sua mãe, Miri.
– Que bom, pai! Estou ansiosa pelo casamento das mães. Fale para ela que vou pedir à Adina e à Deborah para serem minhas parceiras de altar.
– Ótimo. Será uma linda festa! Adeus, meus filhos! – despediu-se sorrindo.
– Adeus, pai! – exclamou a moça, vendo seu pai montar e sair em disparada.
Miri olhou para Kam, que estava concentrado. Ele bebia e comia, mas olhava para o horizonte, perdido em pensamentos. Estaria pensando na outra? Ou na guerra que se anunciava? Estava arrependido de ter se casado? Miri o chamou mais de uma vez.
– Kam, você não está ouvindo? – gritou a moça, em seu ouvido.
– Eu... Quê? Hã... Miri, desculpe, estava pensando na guerra.
– Eu sei, Kam. Agora, com esse líder, esse Aluah, precisamos enfrentar os luciferianos de uma vez por todas.
– Eu acho que sei um meio de, ao menos, evitar a perda de milhares de vidas, nossas e deles.
– Kam, desde quando você se preocupa com a vida deles? – perguntou a moça, intrigada.
– Desde que eu soube a verdade. Uma que há muito tempo vem sendo acobertada pelo Conselho de Guerra.
– Eu lembro que, no passado, você já havia comentado sobre esse segredo. Mas isso não evitou que você os matasse!
– Eu matei soldados, Miri. Eu era um soldado combatendo soldados. Mas não quero ceifar vidas inocentes. Estou falando de milhares de vidas.
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Os Sóis de Lar
Ciencia FicciónO que acontece se o seu reflexo no espelho não for uma ilusão, mas realidade? Kam é um alienígena humano que vive com seu povo em exílio no planeta Lar, dominado por invasores, os luciferianos. Acidentalmente ele volta dois mil anos no passado e lá...