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Thay 💫

Me sentei em um banco sozinha, com meu hambúrguer e refrigerante em mãos.

Essa era a única parte boa da escola, a comida que eu comprava.

Faltava apenas esse ano para eu terminar.

Eu iria fazer uma prova, que cobre o ensino médio.

Algo assim, sei não.

Sei que irei ficar livre dá escola.

E finalmente fazer o que eu gosto.

Dormir e comer, sem ter hora.

A Maria, minha ex melhor amiga, parou do meu lado no banco.

Era um banco só e eu estava com as pernas esticadas, então ignorei continuei a comer.

A filha da puta ficou com um menino que eu tava pegando.

De presente a ela, dei um novo corte de cabelo.

À ele, não fiz nada.

Até pq, perder uma gata como eu, é pior que qualquer coisa.

Maria: Deixa eu sentar aqui.

Thay: Não quer sentar no meu namorado não, amiga? - Perguntei com deboche.

Maria: Você tá namorando?

Thay: Me poupe, Maria.- Revirei os olhos, escutando o toque.

Ah que se foda, nem terminei meu hambúrguer.

Meu pai ameaça a escola pra eles me passarem mesmo sem estudar, tô nem aí.

Ela saiu após ver que seria ignorada e eu continuei comendo.

A tiazinha passou e me olhou, negando com a cabeça.

Dei tchauzinho pra ela que virou o rosto.

•••

Fui na tiazinha da lanchonete que era na frente da escola e me sentei no banco, peguei cinco reais da carteira e estendi pra tia Joyce.

Thay: O que eu esqueci de pagar, sexta.- Ela assentiu.

Joyce: Não está na escola pq, moça? - Falou pegando o troco.

Thay: Ah tia, essa vida de estudante não é pra mim, sacas? - Olhei pra ela revirando os olhos.- Me dá o troco de chiclete.

Joyce: E qual seria sua vida? A mesma dos seus irmãos e seu pai? - Dei os ombros.- O que você quer pra sua vida, Thayná?

Thay: Dar orgulho a minha família.- Peguei a tatuagem do chiclete, colocando no pescoço.

Uma borboleta preta.

Joyce: Você é muito complicada.- Eu rir.- Só não perde essa oportunidade de estudar, pelo menos pra saber o básico.

Thay: Sei escrever e contar, e ai? - Me gabei.

Joyce: Você é uma comédia, menina.

Fiquei conversando mais um pouco com ela, até uma moto parar na frente.

Caminhei pra perto da minha bolsa, em buscar da minha arma e o cara tirou o capacete, ou melhor, o Playboy.

Playboy: Parece que tava me esperando.

Thay: Mentalmente sim, fisicamente não.- Larguei a bolsa, sentando no banco.

Playboy: Tá ligado que eu fiquei com saudades de te beijar.- Desceu da moto, caminhando até mim.- E principalmente, quero que você pague sua dívida, gatinha.

Joyce: Thayná...- Olhei pra ela, que me olhava de olhos semicerrados.

Thay: Fica mec, meus pais sabem.- Fiz legal pra ela e olhei pro homem.- Então, volta no dia do baile que a gente conversa.

Playboy: Não vim aqui atoa, pelo menos uns beijinhos, tá ligada? - Segurou meu rosto.

Thay: Você quer me foder, isso sim.- Falei baixinho, abrindo as pernas e ele entrou no meio, segurando meu rosto.

Playboy: Em todos os sentido, gatinha.- Falou antes de me beijar.

Suspirei sentindo sua língua procurar pela minha com necessidade, cada vez eu queria mais.

Ficamos quase vinte minutos, nos beijando, recuperando o ar e beijando mais um pouco.

Playboy: Deixa eu te levar pra casa? - Pediu.

Thay: Não força muito, reza para os olheiros não estarem vendo a gente.- Falei procurando com os olhos e eu sabia que alguém tinha visto.

Eu sempre me fodo.

Troquei mais alguns beijos com ele e me despedi dá tia, ele foi embora e eu fui entrando no morro.

Thay: Vocês ainda vão acabar com a minha existência, seus x9..- Falei com os vapores da barreira.

Cl: Coe patroa, nós nem fez nada.- Mostrei meu celular, aonde meu pai ligava pela segunda vez.

Malditos olheiros e vapores.

Atendi já sentindo o cheiro de terra na minha cara, isso se chama, morte.

No Tráfico Onde histórias criam vida. Descubra agora