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Kauã 💣

Índio: Tu vai jogar teu casamento, tua filha, por uma parada sem noção? Cadê tua cabeça, Kauã?

Kauã: Iih pai, só não quero mais. Eu sinto que não amo mais a Tatiana, mas amo a minha filha. Vou separar mas sempre vou tá com minha filha pô.

Índio: E tu vai separar pra que, Kauã? Viver vida de cachorro?

Kauã: Não tô curtindo mais ficar com ela, é melhor do que continuar e trair ela.

Índio: Tu é um moleque quando quer, papo reto! Largar a fiel por curtição.- Negou.- Mas vai lá pô, no final tu vai ver quem sempre tava do teu lado.

Kauã: Mó fita.- Sorri sem graça.

Meu pai ficou calado, assistindo o jogo e eu fiquei marolando nas idéias.

Tati: Índio, a Lua tá te chamando.- Falou passando pela gente com a Alice no colo.

Índio: Valeu pô. Vai pra onde? Fica pra jantar.

Tati: Vou arrumar umas coisas.- Falou sem me olhar e saiu.

Índio: Tenha certeza que ela escutou tudo e tá indo arrumar as coisas dela e da Alice pra sair da casa, otário.

Me levantei e sai pela porta, caminhando devagar.

▪▪▪

Tati 🌻

Tentei não deixar lágrima alguma cair, então fiquei conversando com a Alice, tentando focar em outra coisa.

Tati: Você vai fazer três meses amanhã, né mamãe? - Sorri pra ela, vendo ela me olhar.- Vamos pra praia amanhã, bem cedinho.

Ela continuou me olhando por um tempo, até eu gargalhar da cara dela.

Eu amava ela incondicionalmente, ela era minha base!

Sem ela eu já tava no chão, sofrendo da pior forma.

Mas ela é minha força, é meu motivo pra não desabar.

Fazia uns dias que o Kauã tava estranho, mas eu nunca imaginei o motivo.

Eu quero chorar ao máximo, até secar a fonte.

Mas eu não podia aqui, ele escolheu assim e eu quero que ele pense que essa foi a melhor escolha da vida dele.

Escutei a porta lá de fora abrindo e terminei de dobrar a última roupinha da Alice.

Sorrir nervosa e passei a mão no meu rosto.

Kauã: Tati, eu...

Tati: Eu já entendi tudo que você vai me dizer, ou seus motivos. Não preciso escutar mais nada, só peço que me dê licença.

Kauã: Não, minha filha...- Cortei ele novamente.

Tati: Eu não vou sair do morro com a minha filha, ela tem tios e tias, fora os vô. Me dê licença.- Pedi respirando fundo.

Kauã: Fica aqui na casa, eu saio. Você tá com ela e não pode ficar de lugar em lugar.- Eu sabia que isso ele tinha razão, mas não iria ficar

Tati: Fica mais fácil pra você trazer quem você quiser pra cá, eu tô te ajudando.- Falei deixando algumas lágrimas caírem.

Passei por ele, com a Alice chorando querendo o colo dele.

O idiota disso tudo é que a minha filha ficaria no meio do fogo e isso prejudicaria ela!

Respirei fundo, ajeitando a mala de mãos e a de costas da Alice.

Yx: Quer ajuda, Tati? - Olhei pra ele.

Tati: Faz favor? - Ele assentiu.- Lá pra praça.

Ele pegou as duas bolsas e foi caminhando comigo, sem dizer alguma palavra se quer.

Vi a Larissa sozinha no banco tomando sorvete e sorri de lado, agradeço ao colega e fui até ela.

Lari: Vai viajar? - Perguntou preocupada, assim que me viu.

Tati: O Kauã, ele terminou tudo.- Engoli o choro.

Lari: Mas por que? O Kauã é o que tem mais juízo de tudinho, não é possível..- Limpou meu rosto.

Tati: Ele queria liberdade.- Falei soltando todas as lágrimas.

A Alice começou a passar a mão no meu rosto, meu olhando, sorri pra ela e a Larissa me olhou preucupada.

Lari: Você fica lá em casa com ela, sem problemas.- Beijou minha testa.

Leozin: Qual é o caô? - Apareceu atrás de mim.

Lari: Seu irmão é um otário.- Falou brava, me fazendo sorrir de lado.

Leozin: Ele já terminou foi? - Perguntou com medo, pegando a Alice do meu colo.

Lari: Você já sabia? Por que você não contou? Ela tinha que saber, pouparia sofrimento.

Tati: Você ficava jogando piadas que a gente ia acabar mesmo, mas eu nunca levei a sério.- Ele deu os ombros e eu limpei o rosto.

Leozin: Eu não podia me meter, era coisa entre vocês.- Beijou minha cabeça.- Quer sorvete?

Tati: Não, valeu.

Leozin: Então bora lá pra casa, a gente resolve lá.

Limpei meu rosto, que ainda insistia em descer lágrimas e fui do lado da Lari que me abraçava e me ajudava a levar as malas.

Eu sabia que um dia o conto de fadas chegaria ao fim.

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