No Tráfico

24

Lua 🌙

Deixei o Victor dormindo e me levantei, passando a mão no rosto fortemente.

Fui no banheiro e lavei meu rosto, me olhando no espelho.

Eu me sentia cansada, não fisicamente, mas mentalmente falando.

Putaria, fogo no cu meu.

Mas eu me sentia esgotada, principalmente do Victor.

Em falar, escutei os passos dele, me fazendo respirar fundo.

Índio: O que foi? - A voz dele surgiu.

Lua: Nada.- Falei, tentando não ser seca.

Índio: O que é desgraça do capeta? - Falou segurando meu braço.

Lua: Enjoei de você, não quero mais ficar com você.- Ele riu.- Não tô brincando.

Índio: Tá sim, pq eu sou o homem da tua vida. Ninguém vai fazer mínimo do que eu faço por tu e ninguém vai fazer o que tu faz por mim.

Lua: Mas eu não quero mais você, droga.

Índio: Isso é fase, você sabe! Hoje você tá assim, amanhã você tá cheirando meu cu. Fica de boas, vamo dormir.

Lua: Não quero dormir com você.

Índio: Não aguento você, Lua.- Respirou fundo.- Vai, deita aí.

Lua: Não, eu que vou sair.- Cruzou os braços.

Índio: Fica aqui, meu amor. É melhor pra você.- Falou com paciência.- São duas horas da manhã.

Lua: E pra onde você vai? - Ele sorriu negando com a cabeça.

Índio: Dormir na sala, aqui no corredor, tanto faz.- Coçou a cabeça.

Lua: Deita logo aqui.- Mandei, me jogando na cama.

Índio: Paciência, na moral.- Falou baixinho.

Ele deitou na cama, sem encostar em mim, o que me incomodou.

Agradecia muito por ele ter toda paciência comigo.

No meu primeiro surto, ele surtou junto.

Ficamos igual dois doidos discutindo sobre um possível término.

Mas tem dia que eu tô cansada dele e ele cansado de mim.

É normal.

São 16 anos de casado, não é?

Não são dias, logo ele que costumava enjoar rápido.

Mas é tudo momento, amanhã a gente tá esquecendo isso e falando sobre nossos planos pro futuro.