No Tráfico

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Galego 💤

Sempre fui ativo nos meus corres, nunca deixei passar nada!

Eu tava minha vida pela minha mãe, até ela morrer.

Morte natural, pela idade.

Mas ela sempre esteve comigo e sempre vai tá, até o fim da minha vida!

Conheço a Thayná desde barriga mermo, sempre que a Lua passava eu ficava conversando com ela.

Eu tenho 19 anos, mas já vivi tanta coisa que parece que eu sou mó idoso.

Era massa demais ter uma nega pra fechar contigo, na moral!

Eu tava com o pé lá atrás, eu só mó humilde mermo, não consigo acompanhar as riquezas dela.

Já tinha em mente que ela ia ser enjoada, ou ia acabar nosso lance.

Mas não pô, a novinha levou tudo numa boa.

Por isso eu gosto bagarai..

Eu tinha vindo no shopping com ela, não sei pq ela me puxou.

A Isa tava junto também, só eu de macho.

Elas rodaram o shopping inteiro, pra fazer eu carregar todas as sacolas.

Passamos por uma loja de alianças e eu parei pra olhar.

Na moral, parecia que só uma daquela, era o preço da minha moto.

Mas eu queria dar a ela pelo menos um luxo, uma parada foda mermo.

Thay: Muito caro, não gostei.- Puxou minha mão.

Galego: Mas pô, tu merece. Bô entrar.

Thay: Mano, foca na sua moto.- Me puxou.- Essa loja é mó idéia errada, as mulheres são tudo esnobe, não presta. Prefiro comprar na lojinha de biju do morro, dez vezes melhor.

Não falei nem nada também, continuamos a andar de mãos dadas, enquanto ela conversava com a Isabelly.

Thay: Eu quero um, pega pra mim.- Falou igual uma criança, quando viu a máquina de pegar ursos de pelúcia.

Neguei com a cabeça e fui pra máquina, coloquei os dois reais que pedia e comecei a tentar pegar os filhos da puta.

Quase não consegui, mas peguei um branco pequeno.

Thay: Você é o melhor, na moral.- Falou animada.

Isa: Eu também quero, pega pra mim aí.- Pediu animada também, colocando a grana na parada.

Neguei com a cabeça e fui tentar pegar o dela, acabei pegando um urso marrom.

As duas ficaram animadas feito crianças, enquanto quem passava olhava sorrindo.

Neguei com a cabeça, pegando as sacolas e a Thay voltou a segurar na minha mão.

Nem eu sabia o que a gente tinha, nem eu, nem ela já tinha comentado sobre.

Sei lá pô, mas sei que eu não pego ninguém e nem ela.

Não faço questão também, se eu encontrar alguém pra fechar, jogo até o celular fora.

Isa: Neguinho chegou.- Falou alto.

Galego: Fala baixo, otária. Tu acha que os botas já não perceberam a gente? Principalmente eu.- Falei dando uma tapa de leve na cabeça dela.

Ela revirou os olhos, indo ao encontro do carro do marido e eu e Thayná entramos em seguida, no banco de trás.

Thay: Você é o melhor namorado do mundo.- Falou me beijando.

Segurei o rosto dela e abaixei o celular dá mão.

Ela me soltou sorrindo e eu sorri também, dando um selinho nela.

Neguinho olhava pra gente sorrindo e negando, enquanto eu tinha um sorriso de felicidade nos lábios.

Ela deitou a cabeça no meu ombro e ficou olhando voando.