Os dias pareciam uma eternidade. O terror com a comida voltou, Jimin já não comia como antes e voltou a perder peso. Namjoon já não lhe visitava com frequência como antes, agora ele tinha alguém para cuidar. Deixar Jimin com fome podia ser pelo fato de ter rejeitado o filho ou talvez seria só por ruindade mesmo. - o que não era impressionante -.
Jimin sabia que o menino não tinha culpa de nada, mas não conseguia sequer olhar pra ele, ou chamá-lo de "filho". Era sempre 'o menino' ou 'o bebê'.
Por fim, o garoto concluiu que era melhor assim. O pequeno ficaria bem com Namjoon e Jimin poderia seguir em frente deixando o passado escuro para trás. E honestamente, Jimin não se importava caso Namjoon tivesse um surto de humor e matasse a criança. Nada mais o surpreende vindo de seu sequestrador.
Durante esse período, seu cativeiro tinha dupla função. Claro que Jimin ainda considerava como uma prisão, e as muitas portas atrás das quais Namjoon lhe trancava criavam no menor um estado claustrofóbico no qual, em desespero, Jimin buscava por uma pequena fissura em um dos cantos, onde pudesse cavar um túnel para o lado de fora. Mas não havia nenhuma. Ao mesmo tempo, a cela minúscula tornou-se o único local onde Jimin estava a salvo de Namjoon.
Tempo depois, o garoto acordou ao ouvir alguém abrir a porta, ele se vira rápido e encontra Namjoon com alguns livros na mão. O maior caminha até ele e senta na beirada da cama.
— Eu trouxe mais livros pra você. – Disse entregando os mesmos nas mãos do menor.
— Obrigado... – Jimin murmurou em voz baixa e deixou os livros
em cima do travesseiro.— Nosso filho é tão lindo... Ele parece com você.
Cada vez que Namjoon comentava sobre o bebê, Jimin se irritava, para ele, tanto faz se a criança parecia com ele ou não, Jimin não queria saber de nada sobre o bebê, muito menos vê-lo. Parecia que Namjoon comentava sobre o pequeno só para lhe irritar.
— Vai me deixar ir agora? – Jimin pergunta direto e Namjoon lhe encara com frieza. – Você já conseguiu o que queria... Me deixa ir por favor, eu prometo que não vou lhe denunciar, só me deixe ir!
— Eu não posso fazer isso. – Respondeu calmo fazendo Jimin entrar num desespero interno.
— Por que?! O que você ainda quer de mim? – O menor perguntou e as lágrimas começaram a cair.
— Eu gosto de você, gosto do jeito que você grita quando está com medo... Gosto de ver você dormindo através das câmeras, gosto de ver você lendo. Gosto de... Me masturbar vendo você.
Para Jimin, aquilo não passava de um pensamento nojento e doentio. Namjoon realmente tinha uma mente insana e doentia, isso causava um leve desconforto no garoto, não sabia do que aquele homem seria capaz de fazer no futuro. As poucas esperanças que Jimin tinha para ser livre acabaram de morrer.
— Precisamos dar um nome pro nosso filho.
— VAI SE FUDER, VOCÊ E ESSE BEBÊ!!! – Jimin gritou irritado, nesse momento, Namjoon levantou da cama e deu-lhe uma bofetada no rosto, fazendo com que ele caísse.
— UMA MÃE NÃO PODE FALAR COM O FILHO DESSA MANEIRA!!! – Namjoon gritou assustando ainda mais o menor que começou a chorar. — Você anda muito teimoso, vai ficar sem comer hoje também para pensar no que disse.
Após isso, Namjoon caminhou em direção a porta e trancou a mesma com força. A batida foi tão forte que uma pequena rachadura brotou ao lado da porta. Jimin se encolheu em posição fetal e começou a chorar de desespero. Namjoon voltou a revelar sua máscara, e isso podia ser muito prejudicial para o menor.
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The Desire
HorrorPark Jimin é um universitário que decidiu passar suas férias em Gwangju ao lado de seu namorado Jung Hoseok. O jovem teve que viajar de volta ao receber a triste notícia de que sua avó havia falecido. Mas antes mesmo de chegar em sua terra natal, el...