VII

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       De estômago cheio, Jimin permanecia sentado na cama onde ficou inconsciente por horas. Ele ficara levemente desconfortável em olhar para Namjoon. O mesmo estava quieto, sentado em sua cadeira, encarando Jimin.

     O mesmo levou os lençóis até seus ombros numa tentativa de se aquecer. Estava muito frio devido o ar-condicionado.

     — Por que você me prendeu aqui? – O menor quebra o silêncio.

     — O que? – Perguntou perplexo.

     — Por que fez isso comigo? – Namjoon então pensou por alguns segundos. Agora quem estava vecendo este jogo de olhares, era Jimin, que não parava de lhe encarar, e não iria parar até conseguir uma resposta. — O que você quer de mim? – O jogo revidou e agora quem lhe encarava era Namjoon com ainda mais vontade. O menor permaneceu lhe observando com um leve desconforto. O homem parecia não querer falar, mas não havia saidas. Em algum momento, Namjoon teria que lhe dá uma explicação.

     — Eu quero aquilo que eu não tenho. – Respondeu sucinto.

     Jimin, por ser curioso demais, perguntou:

     — E o que você não tem?
  
      Namjoon aperta o lábio e desvia o olhar por alguns segundos, em seguida, seus olhos se encontram com Jimin mais uma vez.

     — Eu não tenho um filho.

     O menor estava completamente confuso. Isso não faz o menor sentido para ele. Seria mais fácil ele encontrar uma companheira fiel ou algo do tipo, poderia adotar. Mas sinceramente! Aquele ideia não tinha sentido algum. Chegava a ser patético

     — Desculpe, mas eu não entendi. – Jimin foi sincero.

     — Eu tinha dez anos de idade na época, mas me recordo como se fosse ontem. – Iniciou sua história.

       "Eu era muito novo e não tinha uma mãe, pelo menos não considerava a minha como uma. Minha mãe, era uma viciada. Ela me torturava todas as noites. Ela me cortava com agulhas, apagava cigarro em mim, quebrava minha unhas, uma por uma! E depois jogava sal, só para me ver chorar. Eu gritava todas as noites e chorava de desespero. Eu não sabia o porquê de tudo aquilo, não sabia o porquê de ela me tratar daquela maneira. Eu nunca conheci meu pai, então me sentia sozinho, apenas com minha mãe para judiar de mim. Alguém que deveria me ensinar a amar, me ensinou a odiar. Ninguém me ajudava! Todas as noites eu poderia ouvir ela subindo as escadas... E eu sabia... Sabia que seria o início da minha tortura.

       Teve um dia, que ela passou dos limites! Ela cheirou muita cocaína e veio até meu quarto. Ela quebrou o meu joelho e arrancou meus dentes com alicate. Eu não aguentava mais de dor... Então ela me deixou sofrendo em meu quarto, não me levou ao hospital, foi então que eu gritei

     — POR QUE?! POR QUE EU CONTINUO RESPIRANDO?! EU QUERO MORRER DE UMA VEZ, NÃO AGUENTO MAIS SOFRER! POR FAVOR! ALGUÉM ME MATE!.

      Foi então que eu o vi... Bafomé. Ele entrou em meu quarto, andou até mim. Então... O diabo sussurrou em meu ouvido.

     — O ódio mais puro... É criado pelo amor. Pegue minha mão, minha criança. – Então eu o obedeci lhe observando sem medo. Ele enxugou minhas lágrimas e acariciou as minhas pequenas mãos. — Xiiiiu. Pare de chorar e eu prometo... Que sua dor vai passar. Tudo que eu preciso, é que você me entregue a alma de sua mãe."

     — Então estou aqui hoje... – Namjoon desabafou com um olhar que escondia angústia. Existia ódio em seu coração.

     A parte do Bafomé pareceu meio fantasiosa para Jimin. Ele não conseguia entender se Namjoon estava o fazendo de bobo, ou se ele realmente sofria algum tipo de doença mental. Esquizofrenia talvez?

The DesireOnde histórias criam vida. Descubra agora