Jimin estava em coma profundo, Namjoon não iria perder seu "brinquedinho" assim tão fácil, isso deu um pouco de trabalho para ele, aliás, MUITO trabalho para conter o sangramento. Namjoon costurou o corte em seu pescoço. Jimin havia perdido sangue, então para mantê-lo bem, Namjoon doou seu próprio sangue para salvá-lo, já que o tipo sanguíneo dos dois eram o mesmo. Enquanto o menor passaria um bom tempo inconsciente, o mais velho decidiu tirar de perto todas as coisas que poderiam fazer Jimin tirar sua própria vida. Escondeu facas, cordas, pílulas e tudo que fosse ameaçador o suficiente como vidros, fósforos e até mesmo garfos.
Jimin passou quase um mês internado no quarto das cirurgias, lá, ele podia comer e ler. Como castigo por ter tentado se matar, Namjoon não lhe permitiu ver TV. O homem agia com frieza, ele parecia não se importar com a depressão do menor.
Enquanto Jimin se recuperava, Namjoon aproveitava para dar uma olhada no ser que crescia dentro dele. Na tela mostrava o pequeno feto se formando, ainda não era possível descobrir se era menino ou menina. Pelo visto, estava tudo bem com o bebê.
— Olhe só, Jimin. Veja como ele está crescendo. – Namjoon falou enquanto movia o aparelho na barriga do menor que estava coberta com um gel. Jimin não respondia e apenas encarava a tela com frieza, ele realmente não se importava com o que tinha dentro de si. Antes de tentar se matar, Jimin procurou por algumas pílulas que pudessem abortar a criança, mas parecia que Namjoon já esperava por isso, então se livrou de todos os medicamentos que pudessem matar o feto.
Após, a recuperação, Jimin voltou a ficar preso no cativeiro, mas isso só durou até o quinto mês de gravidez. Jimin estava sentindo muito cansaço para passar por aquela etapa toda pra sair do cativeiro e conseguir tomar um banho nos aposentos de Namjoon, então, o mesmo lhe permitiu passar o resto da gestação na parte de cima da casa.
Jimin se olhava no espelho e achava tudo aquilo ridículo. Ele estava com a barriga bem crescida, aquilo não combinava nem um pouco com ele. Seus dias estavam ficando cada vez mais difíceis, Jimin sentia dores no corpo e muitos enjoos. Muitas coisas lhe incomodavam.
Às vezes, em pesadelos, você acorda e sabe que foi só um sonho ruim. Jimin ainda acreditava nas possibilidades de estar dormindo, e quando despertasse, estaria em seu quarto abraçando Hoseok. Jimin também pensava nas primeiras coisas que iria fazer se um dia conseguisse voltar ao mundo exterior.
Durante esse tempo, o mundo que fora tirado de si ainda era real. Ainda era habitado por pessoas reais que sabia que se preocupavam consigo e ainda faziam o máximo para lhe encontrar. Jimin queria poder voltar para todos aqueles que lhe amam. Sabe que sua família lhe ama e lhe aguarda, não era possível que eles tivessem acreditado na possibilidade de Jimin estar morto.
Jimin tentava se contentar por estar pelo menos na parte "normal" da casa. Era melhor do que ficar naquele quarto minúsculo com o ar fedorento. Porém, haviam muitas coisas que Jimin não gostava e talvez preferisse ficar nos fundos mesmo. O menor não gostava nenhum pouco de estar ao lado de Namjoon. Para dormir era horrível. Ele algemava seu pulso junto com o de Jimin, para garantir de que ele não fugiria. Além de aturar a aproximação desconfortável, o menor tinha que aturar os assédios. De vez em quando, Namjoon passava a mão em seu quadril, coxa até chegar em sua intimidade. Jimin protestava mas o maior não se importava e quando resolvia falar, ele dizia algo como: "você é meu, então vou fazer tudo o que quiser com você."
Namjoon estava surdo aos argumentos que se originavam no mundo exterior: que eles poderiam encontrar Jimin, que ele teria de deixá-lo ir, que o que ele estava fazendo era um crime grave e haveria punição. E ainda assim, diariamente, Jimin perceberia que reencontrou sua chave da vida. Sua tão sonhada e esperada liberdade.
O menor resistiu, procurando a se sentir à vontade, ou pelo menos tentando. Mas não se pode viver para sempre em um pesadelo. Jimin chegou a se surpreender consigo mesmo. Ele passara por momentos que não eram totalmente sombrios, pois seus sentimentos conseguiam se organizar num mecanismo de defesa psicológico. Os horrores que viu durante esse tempo, seria o suficiente para enlouquecer uma pessoa. E esses pequenos momentos de suposta normalidade eram aqueles aos quais Jimin se agarrava para sobreviver e não enlouquecer de vez.
No sexto mês, Namjoon fez mais um ultrassom em Jimin e descobriu que ele estava esperando um menino. Isso foi uma das poucas vezes que Jimin viu o mais velho sensível. Nesse período, Namjoon comprou, berço, mamadeira, fraldas, brinquedos. Tudo que um bebê precisava, ele comprou.
Jimin não interagia com o feto, não conversava ou passava a mão na barriga, Namjoon era quem fazia isso por ele. Jimin achava aquilo constrangedor mas aprendeu a aturar aquilo.No sétimo mês de gestação, Jimin já não aguentava mais, estava muito difícil de viver daquela maneira. A única coisa que lhe mantia bem, era a comida. O fato de Namjoon lhe dar o que quisesse comer, deixava ele mais distraído.
— Poderia me trazer um sorvete? Por favor. – Jimin pergunta em voz baixa.
— Desejo? – Namjoon questiona ainda encarando seu celular.
— Sim. – O menor responde calmo.
Namjoon bloqueou a tela do celular e guardou o mesmo em seu bolso. Levantou-se da cama e calçou um tênis.
— Não vou demorar.
Ele saiu do quarto deixando Jimin sozinho. Ele já estava se acostumando com isso, a maior parte do tempo estava só. A solidão já fazia parte de quem ele era.
Jimin sentiu um pequeno incômodo, então decidiu levantar. Ao fazer isso, ele viu a cama molhada somente na parte onde estava sentado alguns segundos antes. O líquido continuava escorrendo por suas pernas. Jimin levou as mãos na barriga e caiu de joelhos ao sentir uma forte dor. Não restava dúvidas, ele sabia que naquele momento, estava entrando em trabalho de parto. Aquela dor estava se tornando cada vez mais forte, parecia a dor da morte. O garoto rastejou pelo quarto até chegar na porta, Jimin fez um pequeno esforço para que sua mão alcançasse a maçaneta, mas infelizmente, ele estava trancado ali.
— SOCOOORRO!!! ALGUÉM ME AJUDA, POR FAVOR! – Jimin gritava e chorava, estava doendo demais. Ele chegou a pensar que pudesse morrer de tanta dor.
Meia hora depois, Namjoon chegou em casa com um pote de sorvete na mão. Ao ouvir o choro alto do garoto, ele jogou o pote de lado e saiu correndo em direção ao quarto. Ao abrir a porta, ele encontrou Jimin deitado no chão com as mãos na barriga, chorando muito e suando frio. O menor gritava de tanta dor e pela primeira vez, pediu para que fosse ajudado pelo seu sequestrador.
— VOCÊ! ME AJUDA!!! POR FAVOR, EU NÃO AGUENTO MAIS!!! – Jimin gritou em meio a choros.
— Mas já?... – Namjoon ficou preocupado, pois o menor ainda estava no sétimo mês. Sem perder mais tempo, Namjoon pegou Jimin em seus braços, o mesmo envolveu suas mãos nos ombros e pescoço dele e apertou conforme a dor aumentava, por um momento, o maior gostou daquilo. Namjoon prontamente carregou Jimin até sua famosa sala, em seguida, preparou o menor para iniciar uma cesariana.
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The Desire
HorrorPark Jimin é um universitário que decidiu passar suas férias em Gwangju ao lado de seu namorado Jung Hoseok. O jovem teve que viajar de volta ao receber a triste notícia de que sua avó havia falecido. Mas antes mesmo de chegar em sua terra natal, el...