IV

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       A porta rangeu e Jimin fechou forte os olhos. Em seguida, ouviu os passos do homem já dentro do quarto. Permaneceu com os olhos fechados e com as mãos juntas como se estivesse rezando. Não ouviu absolutamente nada, então abriu os olhos. Ao fazer isso, ele toma um susto de leve ao ver Namjoon parado em sua frente.

     — Boa noite, Jimin. – O maior diz simpático estendendo a mão. — Levante-se, deve está desconfortável.

     — Noite? – Jimin pergunta embasbacado. Ainda estava de noite? O homem então suspira revirando os olhos e confirma com a cabeça. Em seguida, tira o celular do bolso, o desbloqueou mostrando o horário para o menor. Já são 22H00 da noite do dia seguinte. Por quanto tempo Jimin dormiu quando foi drogado?

     — Já é tarde... Por favor, eu preciso voltar pra casa, minha mãe está me esperando. – A voz do garoto saiu baixa e falha.

     — Sua mãe? Que lindo. Eu não tenho uma mãe. – Sorriu forçado e guardou o celular no bolso. – Acho que você perdeu o enterro da sua avó que aconteceu hoje não é?

     — E-eu, preciso ir... Por favor, me...

     — E por que você quer tanto ir embora? Não gostou de mim? – Desceu ficando mais próximo de Jimin que se encolhe.

     — Minha família está de luto, eu preciso ir...

     — RESPONDA! Você não gostou de mim?! – Advertiu com uma rápida mudança de humor. Seu grito fez Jimin chorar de medo.

     — Não me machuca! – Pediu aterrorizado.

     — VAMOS, RESPONDA! VOCÊ NÃO GOSTOU DE MIM?! – O homem grita impaciente e puxa Jimin pelos cabelos o fazendo levantar.

     — AHHHH!!! – Jimin grita em meio ao choro. — ME DEIXE IR EMBORA!

     — Fala pra mim, Jimin!  Você gosta de mim?!

     — SOCORRO!

     — FALA QUE GOSTA DE MIM! – Pôs o menor contra a parede e apertou forte seu pescoço lhe faltando ar. — Vamos! Diga que gosta de mim!

     — E-eu go-gosto de vo-você... – Jimin falou com muita dificuldade, segurou as mãos grandes de Namjoon que apertava seu pescoço. Ele pôde sentir seus pés se afastarem do chão.

     — Diga: eu gosto de você, Namjoon. – Arregalou os olhos apertando ainda mais o pescoço do garoto.

     — Eu go-gosto de você, Namjoon...

      Quando o mesmo viu o corpo de Jimin fraco e molenga, o soltou fazendo ele cair no colchão tossindo muito e aspirando ar. Namjoon então põe as mãos para trás e se curva para observá-lo.

     — M-me deixa ir... Por favor... – Jimin chora aflito.

     — POR QUE VOCÊ ACHA QUE EU IRIA FAZER UMA COISA DESSAS?! – Namjoon gritou histérico. O pequeno põe as mãos no ouvido e fecha os olhos se encolhendo. — Você pertence a mim meu amor. – Ele então se afasta indo em direção a porta. Para no meio do cubículo e desvia o olhar para Jimin.

     — Por que está fazendo isso? – O mesmo pergunta com os olhos já vermelhos e inchados.

     — Ora, meu pequeno... Eu gostei de você, e pensei em algo. – Piscou e mordeu o lábio. Em seguida, virou-se para abrir a porta. — Eu preciso fazer uns procedimentos, depois venho aqui buscar você. Talvez sua cirurgia leve mais de doze horas.

     — Cirurgia?! Que cirurgia?! – Jimin arregala os olhos e pergunta assustado.

     — Boa noite, Jimin. – Namjoon se retira do quarto deixando o menor sozinho.

     — SOCOOORRO! ME AJUDEM! – Jimin gritou e bateu na parede desesperadamente.
   
     Namjoon coloca um sorriso em seu rosto e se fasta da porta sem se importar com a gritaria do rapaz.

     — Por favor! Me ajudem. – Jimin choramingou e logo ficou de joelhos no colchão. Voltou a derramar lágrimas. Seus gritos não adiantavam, todo seu desespero parecia em vão. Que lugar da casa seria esse?  Ninguém poderia ouvi-lo pra ajudar. Por que Namjoon está fazendo isso? Afinal, o que esse estranho está pensando? Que cirurgia é essa? Eram muitas perguntas. A única coisa que Jimin queria, era sair de lá e voltar para o conforto de sua casa.

                           (...)

       Hoseok está aflito, anda de um lado pro outro. Já ligou para Jimin mais de trinta vezes mas só chamava, ninguém atendia. Hoseok estava muito preocupado, o que poderia ter acontecido. Será que Jimin perdeu o celular? – o que era basicamente impossível de acontecer, já que ele vivia com o celular em mãos. – vai ver que o celular descarregou.

     — Jimin, cadê você? – Hoseok sussurrou e jogou o cabelo para trás. Ele senta no sofá e põe as mãos juntas perto da boca tentando pensar. Jimin disse que iria ligar assim que chegasse, mas já faz mais de vinte e quatro horas que ele saiu. O telefone toca do nada fazendo Hoseok dar um pulo do sofá, o garoto escorrega mas logo se levanta e corre para atender. — Alô! Jimin?!

     — Não, é a irmã dele.

     — Ele ainda não chegou?... – Hoseok ficou ainda mais preocupado.

     — Não. Eu liguei pra saber se ele já havia saído de casa. Ele nem compareceu ao velório, nem enterro.

     — Ele saiu na tarde de ontem... – Hosoek estava pasmo. Seus olhos encheram porém não piscaram de forma alguma.

     — Eu vou ligar pra polícia!

     — Faça isso! – Diz ele já em clima de desespero.

      Ambos terminaram a conversa. Hoseok coloca as mãos no rosto e as arrasta até chegar no cabelo. Ele corre até o sofá pegando seu celular mais uma vez.

     — O que aconteceu com ele? – Após digitar o número de Jimin, ele coloca o aparelho no ouvido e aguarda a chamada

    Enquanto isso. Namjoon está na garagem de sua casa desmontando peça por peça do carro de Jimin. Em seguida, ele ouve uma música. O mesmo para o que está fazendo e segue a melodia. O homem então encontra o celular de Jimin tocando. Ele pega o aparelho em mãos e vê a chamada. “Hoseok Amor” está escrito no contato que liga. Namjoon rosnou e jogou o celular no chão logo pisando no aparelho, o quebrando por completo.

     — Quem é esse Hoseok? – Perguntou a si mesmo enfurecido.

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