The Desire

XXV

        Na manhã seguinte, Jimin finalmente conseguiu comer alguma coisa. Namjoon havia lhe dado algo para se manter mais cheio. Algo que não fosse como pequenos pedaços de frutas ou um único copo de leite.  Naquele dia, o Kim parecia estar de bom humor, pela primeira vez depois de muito tempo, Jimin não estava apenas de cueca, ele vestia uma calça moletom cinza e um moletom azul marino. As roupas eram folgadas por que pertenciam a Namjoon.

      Jimin comeu bem aquela manhã. A tarde também foi tranquila, mas o jovem permaneceu sem dar uma palavra sequer.

       Às 22H11 da noite, Jimin estava sentado no sofá em frente a TV enquanto Namjoon estava no quarto tentando fazer o bebê parar de chorar. Passava os noticiários do dia, mas o Park não pareceu estar interessado. O garoto estava tão frustrado com sua vida, que saber do que se passava no mundo lá fora, já não era mais como um simples sentimento de liberdade por estar por dentro das notícias. Sabia que ainda estava em cárcere privado. Ele apenas ouvia as notícias e encarava o velho tapete de urso que Namjoon tinha no meio da sala.

       Ele encarava tanto aquele urso, que achava que a qual quer momento, o bicho fosse se levantar e lhe comer ali mesmo, algo que na mente de Jimin não seria tão ruim. Era incrível como o Park estava se deixando levar pelo sofrimento, ele já não pensava mais em reagir, para ele,  tanto faz estar morto ou vivo, ele não seria mais capaz de fazer qualquer tipo de coisa devido à todo o medo que Namjoon lhe causou. Problemas como comida, banho e sexo deixaram Jimin com frequentes crises de pânico. O medo mortal tornava o garoto incapaz de qual quer atitude que pudesse lhe salvar. Ele estava sempre perdendo as forças. Ele já não teria tanta força para correr pela estrada e pedir ajuda. Não por covardia, mas sim por medo.

       Em um certo momento, Jimin parou apenas para prestar atenção no noticiário e algo que lhe chamou atenção fazendo com que ele tirasse os olhos do urso e os direcionasse à TV.

       "Um caso em Gwangju, aqui na Coreia Do Sul. Há 2 anos, Park Jimin desapareceu no caminho de volta para casa. Nunca houve pista concreta do caso e o corpo não foi encontrado. Muitos ouvintes lembraram do rosto do desaparecido estampado nos jornais durante os primeiros meses do desaparecimento. Muitas pessoas desaparecem sem deixar vestígios. Alguns familiares e amigos tem esperança de reencontrar Park Jimin sã e salvo. Vários detetives se arriscaram no caso mas nunca tiveram sucesso, a polícia também não o encontrou.

     Amigos próximos do Park disseram que ele nunca era de chegar tarde em casa ou de sair em casas noturnas. A última pessoa que viu Park Jimin foi seu namorado que também foi interrogado pela polícia e até hoje busca respostas positivas. Segundo o namorado: Park estaria indo para a casa dos pais para comparecer ao velório e enterro de sua avó, mas o rapaz, nunca chegou em casa... Dois anos se passaram e a pergunta que não quer calar é: onde está Park Jimin?"

     — Eu estou aqui... Eu estou vivo. – Jimin murmurou enquanto algumas lágrimas escorriam de seus pequenos olhos cheios de dor e sofrimento. — M-me salvem... Por favor.

      Namjoon então apareceu se pondo em frente à TV, em seguida, tomou o controle remoto de Jimin e a desligou. O Park não teve reação alguma, nem sequer pensou em olhar para o mais velho.

     — Acho que você está assistindo demais. – Repreendeu e cruzou os braços encarando o menor sentado em sua frente que nada falou. — Jimin.

    Chamou. O garoto por sua vez ergueu um pouco a cabeça e para olhar para Namjoon e nem se importou com as lágrimas que caíam de seu rosto.

     — Você passou o dia inteiro calado. Acho que devo fazer você falar.

         ~ 22H30 - Delegacia De Gwangju. ~

       Hoseok estava dentro da delegacia sentado numa cadeira em frente à mesa do policial. O Jung se encontrava sozinho na sala aguardando pacientemente o delegado chefe daquele lugar. Naquele dia, a delegacia estava uma loucura. Muitas vozes falando ao mesmo tempo, vários policias correndo para lá e para cá.