XXVI

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       Jimin abriu vagarosamente os olhos. Sua visão estava um pouco embaçada. Mesmo com a janela trancada e com cortinas na frente, era possível ver e saber que o sol tinha acabado de nascer. O corpo de Jimin ainda estava despido da cintura para baixo, ele vestia apenas o moletom.

      O jovem dormia em posição fetal. Seu corpo estava dolorido e ele sentia algo grudento em suas pernas. Era seu sangue. Namjoon passou dos limites ontem a noite causando ainda mais dor interna. Jimin sentia seu interior queimar e sentia algo escorrer como algum tipo de secreção amarela, mas era apenas sangue e esperma que Namjoon deixou após lhe violar, o que deixava o jovem com nojo de si mesmo.

       O Park já acordou ouvindo o choro do bebê. Ele desviou o olhar e encontrou o pequeno nos braços de Namjoon que o balançava levemente enquanto cantava uma canção aleatória para fazê-lo dormir.

     — Jimin! Se levante rápido e vá se lavar. Você está sujando meu lençol com esse seu sangue nojento! – Namjoon mandou num tom um pouco mais alterado. — Já estou ficando impaciente com esse bebê que não para de chorar.

       Jimin nada falou e o obedeceu. Respirando e se movendo com dificuldade, o jovem conseguiu levantar seu corpo da cama e gemeu de dor ao se pôr em pé. Ele respirou fundo e abriu os olhos devagar.

     — Já deixei uma toalha no banheiro e já preparei sua espuma. – O Kim se pronunciou por uma última vez antes de deitar o bebê no berço que já chorava pouco.

       Jimin andou vagarosamente de um jeito torto devido as dores que sentia no seu interior. Ele observou todos os cantos da casa e tudo estava trancado com cadeado. Talvez aquele fosse o motivo pelo qual Namjoon deixou o Park perambular pela casa sozinho.

      Ele vagarosamente tirou seu moletom e pôs um pé de cada vez na banheira, em seguida, sentou-se gemendo de dor e tentou relaxar seus músculos.

     — Tá doendo muito... – Jimin diz com uma voz tremula enquanto as lágrimas caíam. — T-tá dodendo demais.
  
        Jimin esfregava seu corpo com uma esponja enquanto chorava de tanta dor.

                          (...)

      Após o banho, Jimin estava terminando de se vestir. No mesmo instante, Namjoon adentrou o banheiro sem avisar e jogou o lençol no chão perto dos pés do mais novo.

     — Lave isso, já que foi você que sujou com seu sangue.

       Jimin continuou calado e apenas assentiu com a cabeça.

     — Não demore! Eu comprei um guarda-roupa novo. O rapaz da loja vem montá-lo hoje à tarde. Quando terminar, você vai ficar lá em baixo até ele terminar o serviço. – Avisou e se retirou do banheiro deixando Jimin sozinho.

      Nesse momento, um pouco de esperança surgiu no menor ou talvez fosse apenas desespero mesmo. Bom, desespero ou não, Jimin sabia que precisava agir. Mesmo com dores no corpo, ele fez rápido o que Namjoon pediu. Ao sair do banheiro, ele aproveitou a distração do mais velho com o bebê e procurou uma caneta pela casa. Ao encontrar, Jimin voltou às pressas para o banheiro e escreveu um recado num pedaço de papel higiênico. Era difícil escrever sem tremer. Ele tremia por estar nervoso e mais ainda por estar machucado.

                   ~ Horas Depois ~

     — Você é o rapaz que veio montar meu novo guarda-roupa, certo? – Namjoon indagou.

     — Sim. Sou eu. Minha equipe já está tirando as peças do caminhão. – Respondeu o homem que aparentava ter uns trinta e seis anos. Mais velho que Namjoon.

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