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      Ao abrir os olhos, Jimin estava num quarto de hospital. Havia uma prateleira com medicações, e ao seu lado uma cômoda com um abajur. O jovem estava com o corpo completamente limpo, sem sangue, terra ou qualquer outra coisa que ocorrera aquela noite. Estava com roupas brancas de hospital e sentia como se uma faixa estivesse em volta de seu corpo tapando suas costas. Ele ergueu os olhos e viu o soro pingar irritantemente lento. Desceu o olhar pela mangueira e viu a mesma unida numa agulha que estava dentro de seu braço onde recebia o líquido gelado.

       Naquele momento, Jimin sentiu uma sensação ruim e queria chorar. Ele sentira um medo tão grande que só se acalmou ao ver uma enfermeira entrando na sala.

      O Park então relaxou, ele viu que realmente não estava na terrível sala de cirurgia que conhecia.

      A enfermeira se aproximou com um prontuário nas mãos e olhou para o jovem sorrindo simpática.

     — Qual o seu nome rapaz? – A enfermeira indagou.

     — Meu nome é Park Jimin...– Respondeu com uma voz rouca.

     — Como está se sentindo?

     — Sinto uma dor latejante nas costas. – Respondeu fazendo careta.

        A moça escreveu algo no prontuário e se aproximou mais de Jimin usando um estetoscópio. O jovem se encolheu um pouco com a proximidade da moça e a mesma disse para ele se acalmar e que agora estava a salvo. Ela encostou o diafragma em seu peito e pôde ouvir seus batimentos cardíacos. Segundos depois, ela parou e disse que estava tudo bem com o jovem.

     — O soro vai aliviar sua dor. – Ela disse e anotou mais algumas coisas no prontuário. — Jimin, você está com condições de responder perguntas?

     — Claro. – Respondeu rápido.

     — Tudo bem. Um policial vai falar com você em alguns minutos.

                              (...)

       Jimin só veio descobrir como parou naquele hospital após uma longa conversa com um dos policiais que encontrou na pista aquela madrugada. O mesmo fez diversas perguntas para o jovem e anotava tudo em seu caderno. Jimin respondia tudo como algo libertador, e realmente era. O Park não fez uma pergunta sequer sobre o bebê. Não queria saber onde estava ou se ao menos estava realmente bem de saúde. O jovem só queria se livrar do pequeno de uma vez por todas!

      A conversa levou em torno de vinte e oito minutos.

     — É surreal tudo o que você viveu meu jovem. – Disse o médico incrédulo. — Eu achava que estes tipos de cirurgias não davam certo e é realmente incrível você ter sobrevivido. Mesmo que o cara fosse um maluco, ele era um bom profissional em transplantes.

       Nisso Jimin tinha de concordar. Namjoon realmente era bom no que fazia, porém, a vantagem do grande saber lhe subiu a cabeça.

    — Por favor. Eu não quero lembrar. – Jimin falou levemente enjoado. — Me diga... Ele não vai voltar, vai?

        O Park estava paranóico e cheio de medo. Sua pergunta confundiu o policial que logo franziu a testa.

     — Meu rapaz... Kim Namjoon está morto. – Respondeu o homem fazendo rápidos flash's de lembranças invadirem a mente do Park. — Você o esfaqueou quarenta e cinco vezes. Precisa ser ouvido por um juiz rapaz. Você matou uma pessoa.

     — Se eu não tivesse matado ele, ele teria me matado. – Jimin respondeu com raiva.

     — Eu sei meu jovem. Nada de ruim vai acontecer com você. Acontece, é que estamos investigando o caso e vários policiais estão na casa de Namjoon neste momento fazendo uma perícia. Encontraram o corpo e o suposto cativeiro nos fundos da casa. Namjoon também pode ser o suspeito do sequestro de uma moça chamada Yoo-Jun. Ossos foram encontrados no quital da casa, estavam enterrados e dentros de uma sacola preta. Todas as provas serão levadas para o Juiz, assim você responderá em legítima defesa.

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