Jimin acorda com a visão muito embaçada. Não se lembra do que aconteceu, não sabe onde está. A visão do garoto não está ajudando muito. Ele se encontra deitado num colchão rasgado e velho, ainda está com suas roupas, porém, elas estão misteriosamente sujas.
Jimin coça os olhos insistindo ver melhor. Rapidamente levanta o corpo do colchão olhando para todos os lados. Está tonto, não tem noção de tempo e nem de altura.
O quarto era um pouco escuro. Havia uma lâmpada lá mas não se encontrava o interruptor. O garoto cai sentado no colchão. Parece mais que está com problemas graves de visão. Jimin faz um esforço e tenta enxergar melhor o que lhe incomoda tanto. Conseguiu focar a visão numa algema que prendia seu tornozelo. A corrente estava pregada na parede lhe impedindo de andar mais de 1 metro. Seu coração congela daí por diante. Finalmente cosneguia ver as coisas direito. Olhou por todos os lados. Ele estava dentro de um quarto pequeno. As paredes mofadas e o piso de cimento. Não havia janelas, não havia banheiro, não havia uma cama. Apenas se encontrava um colchão velho, uma pia, um vaso sanitário e um exaustor.
— Onde estou? – Perguntou a si mesmo com muito medo. Afinal, o que aconteceu? Porque ele estava ali? Jimin vira para frente e se assusta ao encontrar uma mulher deitada num outro colchão no canto da parede. Ela estava nua, muito machucada e sangrando. Uma algema prendia suas mãos em suas costas. Sua respiração estava ofegante, parecia estar desmaiada. A moça tinha cabelos negros na altura de seus ombros. Jimin se move um pouco no colchão e ela arregala os olhos assutando ainda mais o garoto. Ela olha fixamente para ele. Seu olhar é de medo e desespero.
— Ei! Por favor! Me ajude. – A mulher choramingava. Não sabia direito o que estava dizendo. Talvez ela estivesse drogada, ela não via que Jimin estava na mesma situação que ela.
Jimin não respondeu e apenas engoliu seco. Estava com muito medo. Seus olhos então encheram de lágrimas, apertou o lábio, dobrou as pernas mais uma vez e envolveu seus braços logo em seguida, se encolhendo.
— Por favor! Você tem que me tirar daqui antes que ele volte! Me ajude! – A moça estava em desespero. Para seu azar, a porta se abre lentamente. Jimin desvia o olhar para a mesma. De repente, entra Namjoon.
— Olá... – O mesmo sorriu olhando para Jimin. O garoto não respondeu, o medo não lhe deixava falar. — E como você está Yoo-Jun? – O homem então olha para a mulher deitada no outro colchão. A mesma começa a chorar. Namjoon ri e se aproxima dela.
— Não! Por favor... Não me machuque! – Ela implora chorando.
— Desculpe, Yoo-Jun. Você não será mais útil. – Namjoon sorri sem mostrar os dentes e retira um facão da cintura. Jimin arregala os olhos e se encolhe ainda mais. O que ele vai fazer?!
— NÃO FAÇA ISSO! ME DEIXE IR EU IMPLORO! EU NÃO VOU CONTAR, EU NÃO VOU CONTAAAR!!! – Yoo-Jun insiste desesperada. Começou a suar frio e a passar mal. O homem se aproximava aumentando sua agonia, fazia aquilo de propósito para lhe torturar. A infleiz tentava se levantar, mas era em vão, qualquer tentativa falhava. Seu corpo treme lhe impedindo de agir.
— Você foi uma boa menina. – Namjoon então levanta o facão ameaçando matá-la.
— NAAAAAÃO! – A voz de Jimin finalmente saiu e as lágrimas também.
Namjoon então arrancou a cabeça de Yoo-Jun com uma facada só, sem pena e sem demonstrar qualquer outro sentimento que o fizesse se arrepender de tal ato. O sangue logo se espalhou, um pouco parou na parede e o resto na barra da calça do assassino. O corpo da mulher parou de se debater em fração de segundos. Jimin começou a passar mal, o cara acabou de matar a mulher na sua frente, ninguém viu o que ele acabou de ver. Ele matou a mulher e Jimin não pôde fazer nada para lhe ajudar. Ele viu ela morrer. Nada poderia justificar o que Jimin sentia, o que ele viu ficará na sua memória por dias ou até mesmo meses. O que diabos está acontecendo! Porque esse cara tá fazendo isso?! O jovem então começa a chorar. Seu choro chama a atenção de Namjoon que desvia o olhar para ele com uma expressão fria.
— Calma meu amor, eu não vou matar você. Essa vadia merecia. – Namjoon deu ombros e pareceu pensativo. Jimin não parava de chorar, sua maior vontade era de sair correndo gritando por socorro. Se pudesse, voltaria no tempo e não viajaria sozinho. — Hum... Yoo-Jun, acho que você ainda pode ser útil! – Exclamou Namjoon olhando para o cadáver da moça. Sua cabeça parou na porta e o sangue escorria rápido de seu pescoço. Jimin está paralizado de medo. Ainda luta para se recuperar desse susto. Fecha os olhos rezando para que seja um pesadelo.
Num ato rápido, Namjoon ponhe o corpo da mulher morta em seu ombro e lhe carrega até a porta. Ele parecia não se importar com o sangue que sujava sua camisa. Antes de deixar o local, ele olha de volta para Jimin e encontra o mesmo com as mãos juntas choramingando.
— Você vai gostar. – Falou sucinto e saiu do quarto trancando a porta, deixando o garoto sozinho.
— SOCOOORRO!!! ALGUÉM ME AJUDE! – Jimin gritou e se levantou rápido. Bateu e chutou a parede mas era inútil. — HOSEOK!!! ALGUÉM POR FAVOR!!!– Chorou desesperado. O sangue daquela mulher estava incomodado, mas o pior de tudo, era ver a cabeça de Yoo-Jun. Jimin se pôs contra a parede e logo escorregou até sentar no colchão. Envolveu as pernas mais uma vez e apoiou o queixo no joelho enquanto soluçava. Fechou forte os olhos e prendeu o grito enquanto sentia as lágrimas escorrerem de seu rosto.
Ele não faz ideia do horário. Não há relógio ali. Ele rapidamente ponhe a mão em seu bolso mas não sente o celular. Jimin toma coragem para abrir os olhos e se depara novamente com a cabeça da moça. Seus olhos estavam abertos e a boca semiaberta. Aquele olhar morto e escuro, um preto profundo. O mesmo estava nítido e ainda havia resto de lágrimas escorrendo dele. Parecia que em qualquer momento aqueles olhos iriam piscar. A cabeça estava simplesmente lá, aterrorizando Jimin psicologicamente. O garoto juntou as mãos e começou a rezar.
(...)
Os minutos pareciam anos, aquele forte cheiro de sangue estava causando ânsias de vômito em Jimin que já havia controlado um pouco seu choro. As moscas estavam por lá. O quarto estava uma imundície, havia sangue espalhado no local. Jimin então desmoronou no colchão, ele ficou ali deitado olhando pro teto rachado que já tinha uma tinta velha e seca que caía aos poucos no chão. De repete ele sente algo estranho, não como uma dor, mas um sentimento estranho de angústia como se toda a cor do mundo fosse tirada e o mundo fosse preto para ele.
Minutos depois, Jimin ouve passos se aproximarem. Se encolhe no canto da parede e começa a roer as unhas. Vê a silhueta de Namjoon por debaixo da porta.
— Jimin, você está acordado? – Este pergunta com uma voz rouca. O garoto não responde e torce para que ele vá embora.
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The Desire
HorrorPark Jimin é um universitário que decidiu passar suas férias em Gwangju ao lado de seu namorado Jung Hoseok. O jovem teve que viajar de volta ao receber a triste notícia de que sua avó havia falecido. Mas antes mesmo de chegar em sua terra natal, el...