Quando as aulas de economia terminaram, senti que meu cérebro iria derreter. Fui lentamente até meu armários ainda com o pensamento de ir na sala do diretor e fazer meu relatório de economia que todos os alunos estavam esperando.
—Oi, Harry. Um bom feriado para você! — uma garota de cabelos longos pretos gritou.
—Obrigado! — acenei para ela e abri aquele sorriso forçado. Eu preciso dormir, seriamente.O corredor começou a esvaziar e meu armário se materializou à minha frente... finalmente. Enquanto eu girava a combinação da fechadura, ouvi do outro lado do corredor:
—Você foi transferido? Onde você estudava antes de vir para cá?
Abri a porta do meu armário e vi Louis e Brandon.
— Doncaster. Woodhouse Grove School
Brandon disse em seguida:
— Ah, é? Você conhece o Zayn? Ele é um dos nossos. Zayn Malik.
— Acho que não.
— Mas você tem que conhecer!
— Eu já disse que não conheço. — O tom incisivo na voz de Louis fez com que eu me virasse. O olhar de Brandon cruzou com o meu e dei as costas de novo, mas continuei ouvindo. Louis disse:
— Desculpa. Foi um dia complicado.
— Eu imagino. — Brandon respondeu.
Fiquei me perguntando o que será que ele sabia. Me virei para tentar ver o que eles faziam.
— A gente podia sair para beber alguma coisa?
— Não posso. — Louis falou. — Tenho que ir trabalhar.
Ele pegou a mochila do armário de jogou nos ombros. Percebi que estava espiando descaradamente e me abaixei para abrir o zíper da mochila de natação.
— Por que se transferiu? — Brandon perguntou.
— Motivos de saúde. — Louis fechou a porta do armário. — Meu carro não quis dar a partida hoje de manhã e eu não estou a fim de esperar meu padrasto vir me buscar. Será que você pode me dar uma carona até o trabalho?
— Claro. — Brandon cantarolou. — Sem problemas.
E eles foram embora juntos. Quando Brandon disse "um dos nossos", será que ele quis dizer "gay"? Hum. Eu não sabia que tínhamos gays na escola. Pelo menos, não até aquele momento.
Carreguei minha mochila e segurei também a bolsa de natação, pensando: deve valer a pena anunciar para todo mundo.
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Assim que abri a porta dos fundos, Mamãe chamou:
— Harry, é você? Preciso de você aqui.
Deixei minhas mochilas ao lado da escada e segui a voz vinda da sala.
— Ah, ótimo! — Mamãe disse. — Você pode terminar de dar mamadeira para a Hannah? Preciso muito fazer xixi.
Libertei Mamãe da bebê e da mamadeira.
— Oi, Hannie! — Cantarolei, erguendo-a no ar para que ela sorrisse, mostrando suas covinhas para mim. Tão fofa. Aconcheguei-a na dobra do meu braço e inseri o bico da mamadeira em sua boquinha lambuzada, depois cruzei a sala para ir me acomodar no sofá. Apoiei Hannah nos meus joelhos dobrados. Ela mamou e agitou os bracinhos gordos, fazendo-me rir. Meu Deus, ela era uma preciosidade! Às vezes, era como se fosse minha filha. Na verdade era minha sobrinha, filha da minha irmã Gemma. Ela deixava Hannah com mamãe enquanto trabalhava, pode parecer folga, mas foi mamãe mesmo que insistiu.
Mamãe voltou, respirando aliviada e prendendo os cabelos com a presilha. Ao desmoronar na poltrona, ela perguntou:
— Como foi seu dia?
— Bom. — Deixei os dedinhos de Hannah agarrarem meu polegar. — E como foi o seu?
— Cansativo. Você foi ver o diretor? Pedi pra ele arranjar mais uns catálogos e fichas de inscrição pra você... só por garantia.
— Ah, droga! — Minha cabeça desabou no braço do sofá. — Desculpa, eu esqueci.
"Por garantia" significava para o caso de Oxford e Cambridge me rejeitarem, mas eu tinha notas suficientes até para Harvard. Mas Cambridge era a mais próxima de casa e seria lá que eu ficaria.
— O prazo para fazer a inscrição nas outras universidades é dia primeiro de fevereiro, Harry — ela disse. — Não temos muito tempo. E você não quer ir para uma universidade desconhecida. — Ela franziu o nariz.
— Vou lá amanhã. Pode me passar essa toalha? — Hannah estava derramando um fio de baba no peito.
Mamãe se levantou e me entregou a toalha que trazia no ombro.
— Peter vai vir neste fim de semana.
— De novo? Mas a gente acabou de se livrar dele.
— Harry! — Mamãe me censurou.
—Desculpa é que... — mordi a língua. Ela já tinha ouvido isso antes.
Peter é meu irmão adotivo, ele é filho do meu padrasto Robin e um nojo. Ele era cheio de me fazer parecer um otário. Me chamava de filhinho da mamãe e boneco ventríloquo. Ele era um desastre ambulante, péssimo na escola, só brigava e saia com uns tipos barra pesada. Sinceramente, prefiro ser o filhinho da mamãe. Mas ele conseguia sempre me tirar do sério.
Acariciei a bochecha sedosa de Hannah com os nós dos dedos, me perguntando se algum dia tive uma pele tão perfeita.
Mamãe se sentou no braço do sofá, passando os dedos pelo meu cabelo.
— Sei o que você acha do Peter. Mas ele ainda é muito novo.
— Ele tem quinze anos. — Em um murmúrio, acrescentei: — Indo pra dezesseis!
Mamãe suspirou:
— Obrigada por ter paciência com ele.
Como se eu tivesse alguma.
— Não vai ser por muito tempo. Logo, você vai sair de casa para ir à universidade. Não demora nada. — Mamãe beliscou meu nariz. Ela se inclinou para pegar Hannah e perguntou: — E para onde vai a Taylor? Ela já decidiu?
— Oxford, da última vez que ouvi. — Fugíamos desse assunto como o diabo foge da cruz. Taylor queria que estudássemos na mesma universidade, então, decidi mentir e dizer que estudaria em Oxford também, mas quando for o 45min. do segundo tempo, vou dizer que fui rejeitado. Ela tinha certos objetivos que nunca se passaram pela minha cabeça, como casar e ter filhos, três segundo ela. Ela disse que não suportava pensar que estaríamos separados por quatro anos e que, mesmo se não estudássemos na mesma universidade, deveríamos dar um jeito de ficarmos juntos. Fisicamente juntos. Ela queria um compromisso mais sério que o namoro. Noivado.
—Oxford? É um pouco mais cara que Cambridge. Mas seu pai disse que pode custear seu estudo.
—Não vou para Oxford. Vou para Cambridge e com todas essas aulas extras, vou conseguir uma boa bolsa — levantei e coloquei Hannah no colo da mamãe. — Vou estudar, tenho uma porrada de lição de casa. E tenho que ir ver a Taylor.
—Camisinha, por favor! — mamãe exclamou. —Ela toma comprimidos?
—Mãe! Sei lá...acho que sim. Mas se ela não tomar, eu sempre uso camisinha. Agora chega, vou pro meu quarto.
Suspirando, joguei a mochila na cama e comecei a tirar a roupa. Eu nunca perguntei para Taylor se ela toma remédios, acho que devia ter feito essa pergunta semana passada quando transamos sem camisinha. Eu sou um desastre. Mamãe teria um colapso se Taylor ficasse grávida no ensino médio. Ela me mataria. Tinha planos para Harry Styles. Planos que não incluíam o que Harry Styles queria, não importava o que fosse. Vesti a calça de moletom e aproveitei meu momento de descanso.
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Nosso Segredo (Larry Stylinson)
FanfictionCom a namorada dos sonhos, o melhor aluno do colégio, futuro presidente do conselho estudantil e a chance de entrar para melhor universidade do Reino Unido, a vida de Harry Styles não poderia estar mais perfeita. Ao menos é o que parece. Até que Lou...