Capítulo 19

233 14 13
                                    

Naquela noite, tive um sonho. Um sonho erótico. Estava na piscina, nu, e diante de mim havia outra pessoa nadando, só que fora do meu alcance. Eu aumentava minhas braçadas para tentar alcançá-la. Agarrei um tornozelo e puxei para que ficássemos lado a lado. Ele se virou e sorriu. Louis. Estava nu também, e instintivamente nossos corpos se aproximaram. Nossas pernas se entrelaçaram. Acordei com um salto, ofegante, desejando poder voltar. Voltar para ele. Terminar de viver esse sonho. Descobrir até onde ele iria e o que me aguardava do outro lado.

-----------------------------------------------xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Louis não apareceu na piscina na segunda-feira. Não que eu estivesse esperando que ele fizesse isso... Maldição, eu não sei o que esperava. No andar superior, escancarando a porta do meu armário, olhei no espelho e o vi chegar naquele instante, deixando o café da manhã no chão, diante do próprio armário. Ele captou meu olhar e sorriu.

Aquele sorriso.

— Harry! — A voz da Taylor fez minha cabeça virar. — Desculpa, eu não consegui ir ontem. Tive que ajudar minha mãe com o jantar, minha irmã foi nos visitar. Depois a Lisa  passou lá para trabalhar no projeto de física. — Ela se pendurou ao meu lado. — Você está se sentindo melhor?

Lembrei, com um suspiro desesperançado, que Taylor não conseguia guardar raiva.

— E se a gente fizer isso hoje no almoço, já que o Olander está viajando e não tem reunião do Conselho Estudantil esta semana?

— Fazer o quê? — Perguntei.

— A conferência sobre liderança? — Ela deu uma batidinha na minha cabeça. — Na próxima segunda-feira o Olander vai querer saber em que pé isso está.

Ela secou uma gota d'água debaixo da minha orelha, vinda do meu cabelo encharcado. Acho que havia esquecido de secar.

Recolhi meus livros.

— Certo. Tudo bem.

Taylor levantou meu queixo e inclinou a cabeça.

— Amo você — ela disse.

Não faça isso, pensei. Pare. Simplesmente pare de me amar.

— Harry? — Os olhos dela afundaram nos meus.

Eu não podia fazer isso. Não podia.

— É. Eu também. — Forcei um sorriso.

Deixei que ela me beijasse, e ela se aproveitou disso e começou a beijar de língua. Soltei-me dela.

— Taylor.

Ela sorriu e tocou a ponta do meu nariz.

— Vejo você mais tarde. — E saiu desfilando.

Joguei a mochila sobre o ombro e tranquei o armário.

— Você a ama?

Tomei um susto. Ele estava parado bem ao meu lado.

— Quem?

Os olhos dele se arregalaram.

— Taylor? — Olhei para trás e vi a figura dela a se distanciar. — Hã, a gente está junto faz bastante tempo. Um ano.

— Não foi isso que eu perguntei.

Eu não conseguia olhar para ele. Não podia arriscar que ele enxergasse através de mim, lesse meus sentimentos.

— Você vê passarinhos azuis? — Ele perguntou.

Ao ouvir isso, tive que sorrir.

— Passarinhos?

Nosso Segredo (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora