— Vocês vão manter um caderno para registrar suas observações diárias — Mackel nos falou, arremessando uma perna sobre o banco colocado logo à frente. — Não se preocupem com precisão ou realismo. Só quero que prestem atenção em coisas do dia a dia, procurem vê-las de um outro jeito. Quero que desenvolvam sua própria abordagem da arte como expressão pessoal.
Pessoal como? Como pessoal? Meus olhos foram direto para Louis, que estava lendo a revista em quadrinhos pousada no colo. Como eu contaria a ele sobre o clube? Talvez, ele se esquecesse de perguntar. Ou talvez Harvard me aceitasse só por ser bonito.
Mackel continuou:
— Hoje, vamos fazer um exercício. Vamos tentar enxergar em detalhes o que um artista faria. — Ele fez sinal para que alguém na primeira fila apagasse as luzes e abaixasse a tela branca. Pegou o controle remoto do projetor de slides, apertou um botão e iluminou o primeiro slide. — O que vocês veem? — perguntou.
— Uma cerca.
— Dã — Winslow zombou do meu lado.
Mackel perguntou:
— O que mais?
— Neve.
— E?
— O vácuo, o deserto absoluto das nossas mentes — Winslow sibilou.
Mackel riu.
— Melhor. Mas também não vamos dar julgamento e valores sobre os outros. Concentrem-se no que podem ver. Olhem de verdade. Estreitem os olhos, se for necessário.
Sombras, pensei. Alguém gritou:
— Sombras.
— Bom.
Linhas, espaços, formas, contraste, superfícies ásperas, superfícies lisas, frio.
—Harry! — Mackel chamou meu nome.
Eu me encolhi.
— O que você vê?
— Hum... — Engoli em seco, depois expus meu ponto de vista.
Ele avançou para o próximo slide. Eu estava certo? Flagrei Louis olhando para mim e sorrindo. Acho. Continuamos esse exercício por mais quinze minutos, até que Mackel esgotasse os slides e nós esgotássemos nosso entusiasmo. Assim que as luzes acenderam, ele disse:
— Vamos repetir a tarefa da semana passada. Foi minha culpa não ter dado mais instruções a vocês. Fazia anos que não ensinava Desenho Nível I, como vocês podem imaginar. Novamente, escolham um único objeto na sala para desenhar. Concentrem-se na forma. Examinem o objeto cuidadosamente, com mais atenção do que qualquer outra coisa que já tenham observado. Sintam se livres para caminhar e buscar inspiração. Vou tocar um pouco de música. Espero que ela desperte a criatividade que há dentro de vocês. — Ele colocou um aparelho de som em cima do banco e apertou um botão.
Música clássica começou a tocar.
Era tranquilizante. Eu nunca ouvia música clássica. Taylor a chamava de musa do sono. Ela também detestava country. Certo, escolha algo. Uma cadeira, a porta, um vaso de cerâmica na prateleira. Nada muito interessante. Observei o ambiente algumas vezes mais. A única coisa que continuava voltando ao foco da minha visão era a nuca dele. Havia textura ali. Forma, movimento, interesse. Abri meu caderno e comecei a desenhar.
Ele estava esperando por mim no corredor depois da aula. Ótimo. Levando-o até um canto ao lado do bebedouro, falei:
— Eles recusaram.
— Não. — Ele deu um tapa teatral no peito. — Que surpresa! — Encarando o horizonte, ele estreitou os olhos e disse: — Este lugar me dá nojo. Odeio aqui. É como se todos os homofóbicos estivessem exilados nesta escola.
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Nosso Segredo (Larry Stylinson)
FanficCom a namorada dos sonhos, o melhor aluno do colégio, futuro presidente do conselho estudantil e a chance de entrar para melhor universidade do Reino Unido, a vida de Harry Styles não poderia estar mais perfeita. Ao menos é o que parece. Até que Lou...