Capítulo 17

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Quando cheguei em casa, Peter estava no nosso quarto, levando um esporro. O que será que ele faz aqui?, me perguntei. Tinha vindo passar o fim de semana anterior. O que aconteceu com os fins de semana alternados? No final das escadas, ouvi Mamãe rosnar:

— Tenha mais respeito pela minha casa! Cresça, Peter!

— Cresça você! — Peter gritou com Mamãe. — Fica longe das minhas coisas. Para de se meter na minha vida. Você não é minha mãe e nunca vai ser! 

Tropecei no cesto de roupas de propósito.

— Espere até que seu pai escute isso. — Mamãe disse, abaixando o tom de voz.

Peter retrucou:

— Ele não vai ligar e você sabe disso.

Mamãe cruzou meu quarto com um olhar furioso.

— Oi, querido — ela entoou entre os dentes cerrados. — Como foi seu dia?

— Quase igual ao seu.

Ela marchou escada acima e eu dei a volta na divisória. Peter falou:

— Maldita.

— O mesmo pra você — respondi.

— Não é você. Ela. — Levantou o queixo na direção do teto. Rolando sobre a cama, ele se encolheu em posição fetal e cobriu a cabeça com um travesseiro. 

Eu não tinha entendido nada, e já tinha problemas demais para me meter na vida de Peter. Graças a Deus, eu tinha competição de natação e não precisaria enfrentar um jantar cheio de acusações e brigas. Joguei uma sunga limpa na mochila, meu celular tocou.

— A que horas você acha que vai estar aqui? — Taylor perguntou.

— Aí onde?

Ela não falou por um bom tempo.

— No apartamento? Hoje, sexta à noite.

Eu havia esquecido completamente.

— Taylor, eu tenho competição de natação.

— Eu sei — ela falou. — E a que horas você volta?

Soltei um suspiro irritado.

— Só um segundo. — Resgatei meu cronograma, que estava colado na divisória do quarto. — É em Eagle Ridge, então, provavelmente, umas dez ou dez e meia.

— Certo.

—Sua mãe sabe disso, Taylor? Eu não quero que ela coloque a policia atrás de nós.

— Harry. — A voz de Taylor se alterou. — Ela não sabe tudo, obviamente. Mas, ela pensa que vou passar uma noite na casa de uma amiga. Não se preocupe.

— Tudo bem.

A voz do Taylor suavizou.

— Sinto muito. Sinto muito sobre hoje também. O Niall, às vezes, é um idiota. Sei que está chateado com tudo o que aconteceu esta semana. Eu também estou. Podemos discutir isso hoje à noite.

Discutir isso. Que coisa mais Taylor. Como discutir isso mudaria alguma coisa? O mundo estava entupido de ódio.

— Amo você — ela disse. E esperou.

Perguntei-me quanto tempo ela ia esperar. Para sempre, talvez. O ruído de estática na minha mente aumentou. Por fim, não consegui suportar o barulho.

— Amo você também.

No andar de cima, encontrei Mamãe sentada em cima do aparador da sala de jantar, pagando contas, seu rádio ligado em um talk show. Com a mão na fechadura, avisei a ela:

Nosso Segredo (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora