Mergulhei na extremidade mais funda, deixando-me afundar na água. Livre-se. Coloque para fora. Faça ir embora. O esconderijo, o segredo, isso estava me rasgando ao meio. Por que tinha que ser assim? Por quê?
Meus pulmões estavam prontos para explodir enquanto tomava impulso e irrompia pela superfície. Depois nadava, voltas e mais voltas, tentando soltar, expurgar, libertar. Libertar-me. Estavam errados quando chamavam isso de "estar no armário". Era uma prisão. Confinamento em solitária. Eu estava trancado do lado de dentro, dentro de mim, no escuro, com medo e sozinho.
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Enquanto me arrastava pelos degraus da Taggert House, encontrei Louis encolhido diante da minha porta, com um pote de tupperware equilibrado sobre os joelhos. Ele se ergueu e sorriu:
— A especialidade da Johannah. — Ele esticou o pote para mim. — Canja para aquecer o espírito.
Eu não acreditava que essa sopa pudesse salvar a minha alma devastada. Louis pendurou a mochila no ombro e me seguiu para dentro. Deixei minhas coisas caírem no chão e coloquei o pote com a sopa no micro-ondas. Ele deve ter previsto minha implosão iminente, porque não perguntou.
A sopa era reconfortante, ou talvez fosse a paz que eu encontrava em Louis. Comemos direto do pote, na mesa velha. O último macarrão foi sugado em dupla e beijado no fim. Louis lavou o pote e os talheres, depois resgatou a sua pasta de vida independente — aquela disciplina inútil que eu devia ter escolhido —, chutou os sapatos para longe e espalhou a lição de casa sobre a cama.
Agora, o silêncio dele me afligia. Levantei e fui em direção ao guarda-roupa.
— Conhece alguém que precise de um terno para formatura? — Puxei um dos sacos de lixo encostados no canto. No fundo, estava o terno que Mamãe havia encomendado de um catálogo. Era um terno marsala, no qual eu tinha uma imensa vontade de tacar fogo. Ainda mais agora. Joguei o saco sobre a cama. Louis levantou o rosto para mim, um pouco receoso, e abriu o saco. Ele tirou o terno e arfou. Esticando-o sobre a cama, ele alisou o tecido e disse:
— Tudo bem, fala comigo. O que foi que aconteceu hoje?
— Hoje, ontem, amanhã — rebati. — Que parte da minha vida não é uma droga?
Os olhos dele se arregalaram.
— Desculpa — falei, me acalmando. — É só que... tudo virou um inferno.
— O que quer dizer?
Contei a Louis sobre minhas mentiras para Liam, o modo como todos olhavam para mim, a reunião do Conselho Estudantil, Taylor me tratando como lixo, Niall me confrontando no banheiro. Tudo.
— Ele me chamou de... — minha voz vacilou — Bicha e veado.
— Ah. — Louis fez uma careta. — Melhor se acostumar com isso. A melhor coisa que você pode fazer é se chamar de veado. Bicha... Todas as palavras que usam pra te odiar, você pode usar pra se divertir. Reivindique-as. De modo que elas não possam ser usadas contra você.
Usadas contra mim. Eu nunca fui chamado por apelidos antes... pelo menos, não na cara dura. Nunca havia percebido o quanto eles machucam. Num nível pessoal.
— O que foi que eu fiz pra ele? — Fiquei imaginando em voz alta. — Pensei que o Niall fosse meu amigo.
— Lição número um — Louis falou —: você nem sempre pode confiar nos amigos. Lição número dois: você não precisa fazer nada pra ser odiado por ser gay.
Essa era a verdade que eu estava descobrindo.
— Mas esse problema é deles, Harry. — Os olhos dele encontraram os meus. — Não é seu. Lembre-se disso.
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Nosso Segredo (Larry Stylinson)
FanficCom a namorada dos sonhos, o melhor aluno do colégio, futuro presidente do conselho estudantil e a chance de entrar para melhor universidade do Reino Unido, a vida de Harry Styles não poderia estar mais perfeita. Ao menos é o que parece. Até que Lou...