Capítulo 4

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    Na hora do almoço fomos para o estacionamento. Prometi pelo menos duas vezes na semana levar Taylor para almoçar fora da escola. No caminho Taylor disse que não queria mais transar em minha casa nem na dela. Ela queria que eu a levasse em um lugar mais privado.

—Você sabe que eu odeio fazer isso na casa dos seus pais e na minha. É tudo tão...

—Certo, que tal o carro? — perguntei.

—Você sabe que eu odeio fazer isso no carro, é desconfortável. Será que você não pode me levar para um lugar melhor? Eu não mereço? 

Ela estava chateada comigo. Ótimo.

—Vou pensar em algo — disse.

    Taylor ficou amuada por todo o caminho até o restaurante. Eu entendia ela, era chato mesmo fazer sexo escondido, sem barulho, aquela coisa ensaiada. Mas ultimamente, estou mais preocupado com a universidade e meus créditos que mal consigo ter uma boa ereção. Sim, isso aconteceu há duas semanas atrás, eu...eu....eu não consegui. E agora a Taylor fica desconfiando que eu tenho outra, e com medo de me perder ela me oferece sexo quase todo o dia.

Ela ainda estava mal-humorada meia hora depois, quando voltamos para a escola.

— Detesto isso — ela disse, segurando a porta depois de todos terem saído.

— É, eu também.

Taylor levantou meu queixo com o dedo.

— Então, vamos logo nos casar.

— Ok. Mas depois da aula de economia, porque ainda tenho um trabalho pra entregar.

Ela sorriu e disse:

—Nosso casamento vai ser o mais lindo de todos.

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    Voltei à mesma cadeira na aula de artes. Sempre faço isso, escolho um lugar no primeiro dia e jamais mudo. O que isso diz sobre mim? Chato e previsível. Todos os outros haviam mudado de cadeira. Winslow, o geek-e punk, sentou ao meu lado.

— Yo — ele disse.

— Yo pra você — devolvi.

    Ele não estava na sua cadeira. Olhei ao redor da sala e o vi. Ele estava em uma cadeira perto da janela olhando para fora. Olhe pra mim, pensei. Olhe pra mim, olhe pra mim. OLHE-PRA-MIM! Meu Deus, Harry! Para. O que foi isso? Concentrei-me em rabiscar meu caderno de desenho, me esforçando em não olhar para ele.

    O trabalho hoje era desenhar uma maçã que o professor trouxe. Entrei em pânico. Pensei, se isso é um exame, então sou um vexame. Demorei um pouco para focar minha atenção na tarefa adiante, distraído com Brandon que estava passando um lápis para Louis e ele sorrindo em agradecimento. Louis tinha um sorriso bonito. Pensei em como estaria o braço dele e se eu deveria ir perguntar. Perguntar por que ele andou perguntando sobre mim. Examinei a minha tarefa. Maçã-verde. Azeda. Deu água na boca. Também é a melhor para fazer torta, Mamãe sempre dizia.

Alguns minutos depois, meu celular tocou.

— Droga — xinguei num sussurro. Devia ter esquecido de desligá-lo. Naturalmente, o celular tinha ido parar no fundo da bolsa, debaixo de camadas de papéis. Ele tocou e tocou. Finalmente consegui fisgá-lo.

— Quê?

— Ei, amor.

— Taylor, estou na aula — murmurei e abaixei a cabeça, como se isso fosse me tornar invisível.

— Eu também. — Ela murmurou em resposta. — Só queria pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo. Por ter bancado a idiota.

— Tá, tudo bem.

— Amo você.

— É, eu também. Agora desliga. — Fechei o celular. — Desculpa! — falei para o Mackel e para todos os outros ao redor, que me olhavam boquiabertos. Inclusive Louis. Revirei os olhos e ele sorriu.

    Levei um minuto para me lembrar da tarefa. Continuei. Depois que consegui concentrar minhas energias, o tempo voou.

— Ok! — Ele falou, me pegando de surpresa. — Assinem suas obras de arte em algum lugar, na frente, de preferência. Com seus nomes, de preferência. E entreguem. Não vão receber nota, só quero ver se descubro o próximo Picasso.

Olhei para o meu desenho. Nada mau. De algum modo, eu tinha capturado a essência da forma. Fiquei ali observando enquanto a essência da forma dele se esvaía pela porta junto com Brandon.

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    Tínhamos uma reunião do Conselho Estudantil depois da aula. Fiz a chamada de abertura e depois passei a palavra para nosso novo orientador acadêmico, o sr. Olander. Ele pediu que nos apresentássemos, disséssemos em qual turma estávamos e qual cargo desempenhávamos. Ele iria anunciar a nova presidência. E foi isso o que ele fez, colocando Taylor como minha vice.

     Certo. Nós fizemos um brainstorming procurando por ideias factíveis e decidimos por uma campanha de doação de sangue, uma de coleta de comida enlatada para o abrigo dos sem-teto e uma maratona de leitura de livros nas casas de repouso. As mesmas coisas do ano anterior. Dava para ser mais previsível e chato?

Saída da reunião, Niall me puxou e disse:

— Liam me pediu para dizer que o diretor ainda está procurando por você.

— Droga. — Dei um tapa na minha cabeça.

    Niall correu para fora atrás da namorada. Melissa devia ser a terceira ou quarta namorada dele nesse ano. Fiquei observando enquanto ele praticamente a atacava encostado à estante dos troféus. Ela parecia tão jovem. E era mesmo, considerando que estava no primeiro ano do ensino médio. 

Taylor se aproximou por trás e me cutucou nas costelas.

—Deixe as noites de sexta livres — ela murmurou na minha orelha. — Tenho uma solução para o nosso problema. — E foi embora em direção ao laboratório de química.

    Examinei o seu corpo esguio, suas pernas longas e seus cabelos loiros e perfeitos deixando escapar um suspiro audível. Uma coisa que é preciso dizer sobre Taylor é que ela sempre tinha uma solução para tudo.

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Nosso Segredo (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora