Pela primeira vez na vida, não consegui terminar a lição de casa. Havia acertado o despertador para as cinco da manhã, mas, em vez de pegar os livros, fui nadar. Quando cheguei, as luzes ainda estavam apagadas em torno da piscina e tudo estava tão silencioso que meus passos faziam eco. Mergulhei.
O frio inundou minhas veias, um alívio bem-vindo. Concentrei minha atenção nos músculos contraindo, meus braços cortando a água. Logo, o ritmo de respirar e dar braçadas, respirar e dar braçadas afogou meus pensamentos. Exilou meus sentimentos para um canto escuro da mente, o lugar onde eles deveriam ficar.
Esqueça-o. Tire-o da cabeça, arranque-o de dentro de você. Não sei por quanto tempo nadei. Nadei voltas, e mais voltas, e mais voltas a me entorpecer. Meus pulmões e músculos entraram em colapso simultâneo, e deixei meu último impulso me propelir para a borda.
Ali estava ele, sentado, com os cotovelos nos joelhos. Ele me olhou nos olhos e disse:
— Eu estava passando pelo bairro.
Fechei as torneiras do chuveiro, mas não ia desfilar seminu até os armários. No entanto... Ele gosta de mim. Sorri comigo mesmo. Imagino se ele...
Meu celular tocou. Antes que eu conseguisse pensar, Louis falou:
— Deixa que eu atendo.
Enquanto secava minha cabeça na toalha, o ouvi dizer:
— Quem? Não, desculpe. Para que número você ligou?
Dei uma olhada no meu corpo arrepiado e enrolei a toalha em volta da minha cintura, um pouco mais baixo do que de costume. Agarrando minha sunga molhada no chão, caminhei até os bancos, perguntando:
— Quem era? Minha mãe?
— Engano. — Louis me observou de cima a baixo e deixou escapar um suspiro. Ele levantou de repente e disse: — Preciso de um café. Tenho que voar.
Caí no banco me sentindo envergonhado, exposto. Idiota. Comecei a me vestir. No caminho até o jipe, na hora do almoço, quando íamos para o McDonald's, Niall falou:
— Ah, mudando de assunto, Harry, a Taylor. Sábado à noite está cancelado. A melissa terminou comigo.
Estaquei no meio do estacionamento.
— Ah, não, Niall. O que aconteceu?
— A coisa mais engraçada. A mãe dela não me aprova. Disse que sou velho demais para a melissinha. Acho que os boatos de que sou um galinha, chegaram até os ouvidos dela. — O olhar cortante dele me atravessou.
Quê? Eu nunca...
— Ah, desculpe — ele acrescentou. — Um cafajeste.
— Niall! — protestei. Depois, mais calma, falei: — Eu sinto muito.
E sentia mesmo. Ele parecia péssimo.
Ele fitou o horizonte.
— Nunca consigo fazer nada direito. — Os olhos dele se encheram de lágrimas. Estiquei os braços para abraçá-lo, mas ele subiu no banco traseiro do jipe, se arrastando para o lado mais afastado e mantendo o olhar à frente.
Liam e eu trocamos olhares. Acho que Liam já sabia. Ele se acomodou do lado do Niall e deu um tapinha no joelho dele. Acho que sentia sua dor mais do que eu.
— Sábado à noite? — Taylor falou ao meu lado. — O que tinha no sábado à noite?
Ops. Acho que esqueci de contar a ela.
— Nada. Não importa agora. — Ela ia dizer alguma outra coisa, mas eu o cortei dando-lhe as chaves do carro. — Você dirige. — Normalmente Taylor ia no banco do passageiro, mas hoje eu estava meio avoado demais para dirigir.
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Nosso Segredo (Larry Stylinson)
FanficCom a namorada dos sonhos, o melhor aluno do colégio, futuro presidente do conselho estudantil e a chance de entrar para melhor universidade do Reino Unido, a vida de Harry Styles não poderia estar mais perfeita. Ao menos é o que parece. Até que Lou...