1

498 46 423
                                    

E fim de vídeo.

Fora mais um dia de gravações para o meu canal no YouTube. Poderia não parecer lá grande coisa, mas eu amava fazer aquilo. Agora, eu só precisaria editar o vídeo no meu computador e postá-lo no outro dia. Um salve para quem acha que vida de YouTuber é fácil. Um segredinho? Não é!

Me chamo Max.

Como vocês já devem ter percebido, eu sou um YouTuber, bem, quer dizer, eu tento né, não sou muito popular, portanto provavelmente ninguém aqui deve me conhecer. Sou tão desconhecido que provavelmente não apareço nem nas sugestões de vídeo. Até o YouTube me desconhece às veze e isso é um baita discriminação com a minha pessoa.

Se querem uma ficha completa sobre mim, tenho vinte e dois anos, sou moreno de olhos claros, verdes, para ser mais exato, mas no momento meus cabelos não são tão mais negros assim, já que dei luzes. Tenho 1,75 de altura, porém não me recordo do meu peso, pois já faz algum tempo que eu não me peso. Estou avulso. Cem por cento solteiro. Sou um jovem gay e eu não sou vitalício da cidade de São Paulo. Na verdade sou do interior do Rio de Janeiro de uma cidade chamada Iguaba Grande e vim para São Paulo para me jogar de cabeça na tentativa de expandir o meu canal. Aqui eu poderia conhecer mais pessoas, várias influências e isso me ajudaria totalmente a atingir os meus objetivos.

Me mudei para São Paulo com vinte e um anos, então faziam apenas um ano que eu estava no pedaço e desde que cheguei não atingi muito bem as minhas metas para o crescimento do meu canal, mas estou tentando da maneira que eu posso mudar isso, tentando deixar tudo ao meu favor na medida do possível.

Eu não perdia tempo editando meus vídeos para postá-lo logo. Eu passava horas editando todos para poder chegar a um bom resultado no final. Eu era bastante perfeccionista com tudo e gostava de fazer o melhor em cada coisa que eu fizesse. Todo e qualquer detalhe para mim era importante para um resultado impecável, na minha concepção.

Eu não morava sozinho naquele apartamento na grande São Paulo, na verdade, morava com o meu colega de quarto e o meu melhor amigo proveniente de Iguaba Grande, nossa cidade natal. O nome dele é Andrew. Ele também tentava ser um YouTuber, assim como eu e por um acaso também era gay. Na verdade, começamos juntos com o projeto de sermos YouTubers. Já passamos passamos por muita coisa juntos e quando eu digo muita coisa juntos, quero dizer muita coisa mesmo, de ótimos momentos até momentos constrangedores de total vergonha alheia.

Lembro-me de uma vez que eu estava na escola, ainda no ensino fundamental, e senti uma imensa vontade de cagar, de uma maneira que dava pontadas na parte mais baixa da minha barriga. Eu era o tipo de pessoa que não conseguia cagar fora de casa de forma alguma, nem mesmo que me pagassem. Se eu viajasse uma semana, passaria provavelmente essa semana inteira prendendo a bosta, mas não cagaria de maneira nenhuma.

Nesse dia, fiquei o intervalo inteiro quieto, sentado num canto com meu estômago virando e a merda batendo na portinha de saída, mas eu contraía para não escapar nenhuma gotícula de bosta na minha cueca limpa.

Andrew perecebera que eu estava meio paradão naquele dia e logo me perguntou preocupado o que estava acontecendo comigo, já que eu sempre fora uma pessoa elétrica e animada, não parava quieto num só lugar, falava com todo mundo, era totalmente sociável, portanto naquele dia estava bem retraído e para mim ficar daquela forma, tinha que estar acontecendo algo bem sério na minha vida.

Eu não conseguia simplesmente esconder nada de Andrew. Éramos amigos e sempre falara abertamente com ele sobre qualquer coisa. Então eu falei o que estava se passando. Eu estava com uma vontade imensa de cagar, mas não conseguia fazê-lo fora de casa. Ele riu logo no primeiro momento, mas se prontificou em me ajudar. Me arranjou créditos para eu poder ligar para o meu pai, para ele ligar para a escola e eles me liberarem para sair mais cedo, pois eu necessitava urgentemente ir para casa fazer o número dois e, se contasse na direção, eles me ofereceriam papel higiênico para que eu cagasse na escola mesmo, visando que eu não perdesse nenhuma aula.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora