"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"

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Ele claramente não aceitou.

Por algum tempo à mais, tentei convecê-lo. Achava que se o pressionasse na medida certa, obteria a minha resposta positiva, porém Andrew se manteve firme em sua decisão até o fim. Eu me enganara quanto achar que ele acabaria cedendo à minha proposta. Eu estava equivocadamente errado quanto à sua decisão final. Pelo modo como ele me parecera ponderado com as minhas palavras, achei que iria findar por persuadí-lo, no entanto mais uma vez eu estava completamente errôneo de pensar.

Acordo às sete e meia com o meu despertador de celular tocando sobre o criado mudo. Tomo o aparelho em minhas mãos e desativo o alarme. Voltaria facilmente à dormir, todavia tinha de me levantar para acabar não perdendo a hora do meu trabalho. Pegaria lá às 10h, mas tinha de preparar meu café da manhã, me arrumar, fechar a casa e por fim pegar um ônibus para chegar lá, então precisava de fato acordar um pouco mais cedo para realizar todas essas tarefas sem estresse e sem esquecer de nada sequer.

Levanto com meu corpo pesado. Sentia como se minha cama paralelamente me puxasse de volta para si. Realmente tudo o que eu queria era voltar a deitar-me, contudo, tinha que ficar nas minhas responsabilidades sobre todas as coisas. Finalmente consigo livrar o meu bumbum da cama e de pé, me espreguiço, estalando minhas costas com o movimento. Dou um bocejo, puxo minha cueca sem elástico que uso apenas para dormir para fora dos glúteos e sigo arrastando-me em direção à cozinha, tal como um Walking Dead, à fim de preparar o meu café manhã sem tardar.

Pego dois ovos na geladeira e quebro-os, liberando todo o seu interior, despejando tudo na frigideira. Em seguida faço o mesmo com o outro. Mexo-os com uma colher que pego na gaveta do armário, até se misturarem bem. Comeria aquilo com os pães dormidos guardados no armário da comida. Andrew tinha trazido na noite anterior da padaria e aquele seria o meu café da manhã, já que eu estava com preguiça de inovar em algo mais, afinal das contas era só para mim mesmo, e além de tudo, eu não estava reclamando.

Deixo os ovos esfriando em cima da mesa num prato sob um domo de plástico transparente e corro para tomar um banho bem rápido no banheiro. Deixo a água me lavar e quando sinto que ela já percorreu por todo o meu corpo, desligo o chuveiro, correndo de toalha até o quarto para procurar uma roupa que não precisasse passar, pois eu não sabia passar roupas tão bem assim. Ficavam muito mal passadas. Andrew que sabia passar roupas naquela casa e até trocamos tarefas. Ele passava as minhas roupas e eu lavava as roupas, apesar de que não lavava exatamente já que tínhamos uma máquina de lavar, mas mesmo assim ainda era válido todo o trabalho.

Fico pronto em um segundo. Estou vestido com uma calça social preta e uma camiseta branca. No âmbito de trabalho tínhamos que nos trajar bem formalmente. Eu odiava ter que usar roupas sociais. De verdade. Mas a empresa exigia, então eu tinha de seguir à risca o padrão imposto por eles, sem questionar ou reclamar, afinal estava ganhando a minha renda no fim do mês.

O pior de se trabalhar no ramo de telemarketing, era ter que passar o dia fazendo ligações, cumprindo as metas prescritas pelos chefes e em muitos casos, tendo que lidar com muita gente ignorante que me xingava assim que a ligação ficava ativa. Era uma desgraça, mas tinha de me controlar bem para não surtar e mandar a pessoa para a casa do caralho. Toda vez que me via numa situação assim, fechava os olhos e vislumbrava o meu salário no fim do mês e tudo que eu poderia fazer com ele se agisse com cautela e até aqui isso me tem funcionado bem.

Pego os pães no armário de comida e sento-me na mesa. Pego um pão dentro da sacola, fechando-a depois e abro este com as minhas próprias mãos e despejo parte do ovo assado nele. Elevo até os meus lábios e cravo os meus dentes no pão, mastigando-o bem posteriormente. Não era lá a melhor refeição que eu já comera na vida, mas pelo menos era alguma coisa para tirar a barriga da miséria por um certo período de tempo até o almoço.