22

70 11 5
                                    

Quase não consegui dormir.

Depois que Ricardinho tinha me dado aquele cartão com o seu número na noite passada, minha mente ficou à mil. Por vários momentos eu cogitei ligar para ele. O cartão não saía mais do meu bolso. Por um momento eu pude me ver encontrando ele em algum lugar da cidade para o acompanhar até a sua casa. Meu coração batia aceleradamente dentro do meu peito, dando algumas pequenas pontadas frias. Era quase impossível de controlar aquela sensação de inquietude.

Eu estava ajudando mamãe com o almoço quando Andrew chegou. Ele parecia contente ao passar pela porta. Ele caminhou empolgadamente até onde mamãe e eu estávamos ajeitando tudo para o almoço. Mamãe como sempre, perguntou se ele queria ficar para comer, já que a comida já estava quase saindo. Andrew fez que não com a cabeça e estava prestes a falar alguma coisa. Aquela expressão animada não saía do rosto dele.

― Bem, mamãe queria fazer um convite à vocês! ― comenta Andrew encolhendo os ombros e esfregando as mãos uma na outra.

― Que convite? ― pergunto curioso e em seguida olho para mamãe, voltando a olhar para Andrew novamente logo em seguida.

― Mamãe teve a ideia de um jantar em família! ― solta ele por fim. ― Ela quer que você, meu namorado, vá e também leve a sua mãe e a sua irmã, caso não esteja nada programado para a ceia de natal de vocês essa noite!

Olho novamente para mamãe que dá de ombros.

― Olha, eu não planejei nada não viu Andrew, mas não queremos incomodar não!

― Que incomodar que nada dona Maria, a ideia partiu dela mesma e não precisam levar nada, só a fome! ― garante Andrew. ― Fique tranquila!

― Olha Andrew, cho que poderíamos ir sim! ― concorda mamãe. ― Mas diga a sua mãe que a rabanada é por minha conta!

― Ótimo. Então está tudo certo.

― Claro! ― diz minha mãe com um sorriso no rosto. ― Sempre gostei da dona Gorete, sua mãe!

― E ela de você, é claro!

Andrew ficou por alguns minutos parado ali apenas nos fitando com um sorriso de ponta a ponta no rosto.

― Bem, acho que já vou indo, tem muita coisa para fazer no dia de hoje para o natal!

Confirmo com a cabeça e com os meus lábios contraídos.

Mesmo depois de ter falado aquilo, Andrew permanece ali parado olhando para mim com um sorriso congelado, levando a cabeça para cima e para baixo em movimentos contínuos. Continuei olhando para ele forçando um sorriso. Não sabia o que estava acontecendo, mas Andrew estava com um comportamento um tanto inepto.

― Então tá! ― falo depois de um tempo batendo palma. ― Eu te acompanho até a porta!

Andrew confirma com a cabeça, então segue até a porta. Eu abro para ele. Ele volta a olhar para trás esboçando o mesmo sorriso bobo de instantes atrás e assentindo com a cabeça antes de ir de vez. Fecho a porta fazendo uma expressão de desentendimento. Tudo o que eu pude notar era que Andrew estava agindo como um bobo. Eu nunca o tinha visto daquela forma, o que me espantou de imediato.

Volto para perto de mamãe para oferecer minha ajuda caso ela ainda precisasse de mais alguma coisa. O almoço já estava quase saindo, então ela me pediu para organizar os pratos e talheres na mesa que em breve estaria trazendo as panelas do fogão. Quando terminei de arrumar a mesa, sentei e fiquei esperando. Mamãe começa a colocar a comida nos pratos. Ajudo colocando o suco. Manu ainda estava em seu quarto.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora