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O que eu estava fazendo?!

Fiquei completamente paralisado ali sem ação alguma. Andrew finalmente havia aceitado colaborar com o meu plano e tudo o que consegui fazer foi nada. Minha garganta parecia que tinha recebido um nó, pois não saía nada dela. Meu corpo continuou inerte por mais algum tempo e minha cabeça processava o que estava acontecendo ali. Por que eu teria ficado assim? Acho que apenas que eu estava relutando em acreditar no que estava acontecendo.

Por um momento minha cabeça parecia ter saído fora do ar. Uma nuvem cinza se instalou e junto com o meu corpo permaneceram bobos. Não conseguia pensar em nada. Minha mente se tornou como aquelas máquinas hospitalares que indicam como está o batimento da pessoa. Por um momento minha mente ficou naquela linha reta até finalmente começar a responder aos poucos e a linha começar a se mover finalmente.

A verdade é que eu não era feito para receber notícias de supetão. A forma como Andrew jogou tudo aquilo de uma só vez, me fez ter de processar um pouco tudo aquilo. Quando recebi a notícia da morte de meu pai, foi basicamente daquele jeito. Tive de ficar alguns minutos assimilando tudo até por fim cair no pranto. Eu demorava um pouco para cair em mim. Era como se a informação lançada bruscamente sobre mim, tivesse de percorrer uma breve jornada até por fim, chegar ao meu cérebro e gerar a minha reação final.

Ainda não conseguia acreditar nas palavras que escutei sair da boca de Andrew. Ele finalmente aceitara o meu plano e agora estava prestes a segui-lo à risca da maneira como tivesse de ser. Pensava que depois do dia anterior o plano simplesmente morreria engavetado e o assunto não seria sequer tocado, porém eu estava enganado.

Bastou o ex de Andrew voltar para tudo mudar. Se eu soubesse que Antônio era a chave para o sim de Andrew, eu mesmo o teria convocado no dia anterior e o nosso plano já estaria em prática desde aquele mesmo momento. Andrew na verdade, estava vendo aquilo tudo como uma forma de vingança. Queria provar para seu ex que ele estava equivocadamente errado quanto ao seu desempenho e tudo mais. Queria mostrar também que seguiu em frente e estava bem melhor de quando eles estavam juntos.

Nada como a volta que o mundo dá.

― E então? ― Andrew quebra o silêncio me trazendo à tona.

― O que? ― digo voltando do mais profundo da minha mente.

― Bem, agora você tem que me dizer o que fazer, como isso vai funcionar, essas coisas!

― Ah! ― exprimo entendido. ― Bem, não tem muito o que fazer, apenas vamos assumir o nosso namoro ― faço um sinal de aspas com os dedos enquanto falo aquilo. ― e lançamos o vídeo assumindo de vez o nosso suposto namoro.

Depois de um tempo o fito e logo um ar de riso se forma em meu rosto.

― O que foi? ― pergunta Andrew me encarando sério não captando o motivo do ar de riso estampado sobre minha face limpa.

― Nem acredito que você está entrando nessa! ― comento entre risadinhas.

― Eu nem acredito que estou me deixando levar por essa ideia! ― diz ele passando a mão na testa e subindo até o cabelo. Aparentemente estava nervoso. Dava para notar isso em sua expressão apreensiva.

― Relaxa! ― falo.

― Estou relaxado! ― responde e só fica ainda mais claro que ele está nervoso.

― Eu sei que você entrou nisso só pra se vingar do Antônio.

― Me vingar? ― pergunta ele analisando o termo empregado por mim.

― Do que você chama isso então?

― Chamo de dar a volta por cima!

― Você quer provar para ele que ele está errado de certa forma.

"The ᴮᵒʸB̶e̶s̶t̶friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora